China: o crescimento da população trabalhadora estagnou (Fabrizio Bensch/Reuters)
Reuters
Publicado em 5 de janeiro de 2019 às 14h19.
Xangai - A população chinesa deve chegar a 1,442 bilhão de pessoas em 2029 e começar um longo período de declínio "imparável" em 2030, disseram acadêmicos do governo em um estudo.
O país mais populoso do mundo agora precisará criar políticas públicas para lidar com a queda da força de trabalho e o rápido envelhecimento da população, de acordo com o resumo da última edição do "Livro Verde da População e do Trabalho", publicado na sexta-feira pela Academia Chinesa das Ciências Sociais.
O crescimento da população trabalhadora estagnou, disse o estudo, e o maior número de idosos terá um importante impacto no desenvolvimento social e econômico do país, especialmente se as taxas de natalidade continuarem baixas.
"Em tese, o declínio populacional de longo prazo, especialmente quando é acompanhado por um contínuo envelhecimento da população, deve causar consequências sociais e econômicas desfavoráveis", informou o estudo.
A população da China deve cair para 1,36 bilhão até o meio do século, o que pode significar um declínio na força de trabalho da ordem de 200 milhões de pessoas. Se as taxas de natalidade continuarem nos patamares atuais, a população deve chegar a 1,17 bilhão em 2065.
Em 2016, a China decidiu flexibilizar o polêmico controle de natalidade e permitir que todos os casais tenham dois filhos. Ainda assim, a taxa de natalidade em 2017 caiu 3,5 por cento, e deve ocorrer o mesmo com os dados do ano passado.