Pompeo buscará conversas com aliados dos EUA sobre Irã, dizem autoridades
Esperança norte-americana é que Teerã volte à mesa de negociação por meio da reativação de sanções dos EUA
Reuters
Publicado em 10 de maio de 2018 às 09h43.
Última atualização em 10 de maio de 2018 às 09h45.
Washington - Logo depois de voltar da Coreia do Norte na madrugada desta quinta-feira, o secretário de Estado norte-americano , Mike Pompeo, iniciará conversas com aliados norte-americanos na Europa, no Oriente Médio e na Ásia para tentar persuadi-los a pressionar o Irã a conter seus programas nuclear e de mísseis, disseram autoridades dos EUA.
A questão em aberto é se os aliados, e acima de tudo o Irã, concordarão em retomar conversas abrangentes logo depois de os EUA terem decidido abandonar o acordo nuclear de 2015 firmado com o Irã e renegado as promessas que fez nos termos de um pacto de controle de armas.
A esperança norte-americana é que Teerã volte à mesa de negociação por meio da reativação de sanções dos EUA e da possível adoção de outras medidas punitivas, o que penalizaria empresas europeias e outras e provavelmente prejudicaria a economia iraniana que é dependente do petróleo.
Uma autoridade de alto escalão do Departamento de Estado disse que debates com o Reino Unido, a França e a Alemanha, além de Japão, Iraque e Israel, sobre os próximos passos já ocorreram desde que o presidente norte-americano, Donald Trump, retirou seu país do pacto nuclear, na terça-feira.
"Haverá um esforço global para conversar com parceiros de todo o mundo que compartilham nossos interesses. Este é o primeiro estágio", disse um funcionário graduado do Departamento de Estado a respeito dos planos de conversa de Pompeo e de seu principal negociador para o Irã, Brian Hook.
"A composição do que acontece quando nos reunirmos com os iranianos já avançou vários estágios", disse, acrescentando que as conversas se concentrarão em como aumentar a pressão sobre o Irã "de uma maneira que seja construtiva e contribua para levá-los à mesa de negociação".
A decisão de Trump abre caminho para uma confrontação maior dos EUA com Teerã e tensiona as relações com os aliados mais próximos de Washington, disseram diplomatas antigos e atuais.
Os EUA concederam períodos de tolerância de 90 dias a seis meses para que as empresas encerrem seus negócios com o Irã. Alguns aliados, como a França, pressionarão para receber isenções de sanções norte-americanas para proteger suas companhias.
Embora as empresas possam pedir licenças ao Tesouro dos EUA para continuarem operando no Irã após o vencimento dos prazos, a ameaça de sanções dos EUA provavelmente as obrigará a partir, dizem especialistas.