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Polônia vai desativar bomba da 2ª Guerra capaz de causar um terremoto

Operação é delicada e ninguém jamais neutralizou uma bomba como essa

Uma bóia marca a localização de uma bomba "Tallboy" da Segunda Guerra Mundial  (Stanislaw WASZA/AFP)

Uma bóia marca a localização de uma bomba "Tallboy" da Segunda Guerra Mundial (Stanislaw WASZA/AFP)

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AFP

Publicado em 12 de outubro de 2020 às 10h17.

Os mergulhadores especializados da Marinha polonesa iniciaram, nesta segunda-feira (12), uma operação sem precedentes para "desativar" uma das maiores bombas da Segunda Guerra Mundial descoberta no fundo de um canal de navegação em Swinoujscie, na costa do Báltico.

Lançado por um avião britânico em abril de 1945 durante um ataque a um contratorpedeiro alemão, o enorme artefato de mais de cinco toneladas, conhecido como Tallboy e capaz de causar um miniterremoto, foi localizado no ano passado durante a dragagem desta rota de acesso ao porto de Szczecin, no extremo noroeste da Polônia.

"Esta é a primeira vez no mundo. Ninguém jamais neutralizou uma Tallboy tão bem preservada que jaz no fundo da água", disse à AFP Grzegorz Lewandowski, porta-voz da 8ª flotilha de defesa costeira polonesa, com base em Swinoujscie.

Cerca de 750 habitantes da zona de segurança em um raio de 2,5 km foram obrigados a deixar suas casas durante a operação de alto risco que pode durar cinco dias, segundo a Marinha.

Durante a operação, a circulação e o tráfego marítimo serão suspensos nesta cidade portuária e fronteiriça de 40 mil habitantes espalhados por 44 ilhas, informou Jaroslaw Jaz, do departamento de gestão de crises.

Destruição por "combustão da carga"

"Durante os primeiros dois ou três dias, serão feitos os preparativos: nossos mergulhadores vão escavar em volta da bomba no leito do canal, a uma profundidade de 12 metros. Apenas o nariz aparece", disse Lewandowski à AFP.

"É muito delicado. O artefato não deve se mover, não pode haver impacto porque a menor vibração ameaça acionar a explosão", afirmou.

Para garantir a segurança dos mergulhadores e dos habitantes, bem como das infraestruturas que circundam o local, o esquadrão antibombas excluiu o método tradicional de detonação, o mais frequente e o mais violento.

"A zona de segurança na água é de 16 km" para esta bomba de mais de 6 metros de comprimento carregada com 2,4 toneladas de explosivos cuja potência equivale a 3,6 toneladas de TNT, segundo o porta-voz.

Por isso, o esquadrão antibombas optou pela "combustão da carga explosiva a uma temperatura abaixo do limiar de deflagração", explicou Lewandowski.

Consiste em instalar no corpo do artefato um dispositivo acionado remotamente que terá como objetivo perfurar a carcaça da bomba e iniciar a combustão.

O esquadrão antibombas de Swinoujscie vem usando esse método rotineiramente há cinco anos para as bombas menos poderosas encontradas nas proximidades do canal.

Swinoujscie (Swinemunde em alemão) foi durante a Primeira e a Segunda Guerra Mundial uma das bases mais importantes da Marinha alemã no Báltico, lembra o historiador Piotr Laskowski, autor de um livro detalhado sobre o ataque da Real Força Aérea (RAF) contra o destróier Lützow, então ancorado em um canal na cidade.

Os canhões deste navio apoiavam a defesa contra o avanço do exército soviético.

Em 16 de abril de 1945, a RAF enviou 18 bombardeiros Lancaster da Divisão 617 estacionada em Woodhall Spa, a 225 km de Londres, com destino a Swinoujscie.

Depois de algumas horas de voo, doze Tallboys foram lançadas no Lützow.

"Uma delas não explodiu. Na verdade, um dos pilotos, o tenente americano W. Adams, relatou que não tinha visto a explosão", disse Laskowski.

Um dos Lancasters caiu na ilha de Karsibor matando todos os sete tripulantes.

Confiscado pelo Exército Vermelho, o Lützow serviu em exercícios da Marinha soviética e naufragou no Báltico em setembro de 1947.

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