Polícia dispersa protesto em Caracas, e deputado fica ferido
O deputado tentava romper um bloqueio que os agentes faziam para impedir que a manifestação chegasse à Defensoria do Povo
EFE
Publicado em 29 de maio de 2017 às 22h03.
Caracas - O deputado opositor Carlos Paparoni ficou ferido nesta segunda-feira durante um protesto contra o governo do presidente da Venezuela , Nicolás Maduro, em Caracas, e que acabou dispersado pelas forças de segurança.
A Agência Efe presenciou o momento em que o parlamentar foi atingido por um jato de água lançado por um blindado.
Acompanhado de outros manifestantes, Paparoni tentava romper um bloqueio que os agentes faziam para impedir que a manifestação chegasse à Defensoria do Povo, que fica no centro da capital venezuelana.
Paparoni ficou inconsciente no chão e sofreu um ferimento na cabeça. O deputado foi atendido por um grupo de voluntários que atua nos protestos. Até o momento, não se sabe a gravidade da lesão.
O duas vezes candidato à presidência e um dos líderes da oposição, Henrique Capriles, também participava do protesto que foi reprimido com bombas de gás lacrimogêneo lançadas pela Guarda Nacional Bolivariana.
A Efe também pôde constatar vários manifestantes feridos por tiros de bala de borracha, munição que teve uso proibido por Maduro.
Os agentes da Guarda Nacional Bolivariana e da Polícia Nacional Bolivariana bloquearam com tanques e barreiras humanas a passagem dos opositores, que tentavam chegar à Defensoria do Povo para pedir que o titular do órgão, Tarek William Saab, se pronuncie sobre a situação dos direitos humanos no país.
Os manifestantes que atenderam a convocação da Mesa da Unidade Democrática (MUD) vestidos de branco, com bandeiras da mesma cor, foram sendo dispersos pouco a pouco pelas forças de segurança. Alguns, no entanto, tentaram enfrenta os agentes.
Nas redes sociais, a MUD e vários opositores denunciavam a repressão das forças de segurança contra a manifestação.
Há dois meses, a Venezuela vive uma série de protestos contra e favoráveis ao governo. Alguns deles terminaram em violência.
Até o momento, 59 pessoas morreram nas manifestações e mais de mil ficaram feridos, segundo o Ministério Público da Venezuela.