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Polícia alemã acredita ter prendido homem errado

A polícia disse que o suspeito preso temporariamente negava o delito e poderia não ser o homem certo

Atentado: além dos mortos, 48 pessoas ficaram feridas, 18 delas gravemente (Pawel Kopczynski/Reuters)
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Reuters

Publicado em 20 de dezembro de 2016 às 10h47.

Última atualização em 20 de dezembro de 2016 às 13h12.

Berlim- Um paquistanês postulante a asilo preso por suspeita de ter matado 12 pessoas ao passar por um mercado de Natal em Berlim com um caminhão pode não ser o agressor, e o verdadeiro autor do ataque pode estar foragido, informou a polícia alemã nesta terça-feira.

O caminhão atingiu barracas de madeira que serviam comida e bebida aos pés da igreja memorial Kaiser Wilhelm, uma das atrações turísticas mais famosas da antiga Berlim Ocidental, na noite de segunda-feira. Além dos mortos, 48 pessoas ficaram feridas, 18 delas gravemente.

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Notícias da prisão do paquistanês de 23 anos levaram políticos na Alemanha e exterior a pedirem repressão à imigração.

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse a repórteres: "Ainda há muita coisa que não sabemos com certeza suficiente, mas precisamos, no pé em que as coisas estão agora, presumir que foi um ataque terrorista".

Merkel acrescentou: "Sei que seria especialmente duro para todos nós suportar se for confirmado que a pessoa que cometeu este ato era alguém que procurava proteção e asilo".

Mais tarde, em um desdobramento surpreendente, a polícia disse que o suspeito preso temporariamente negava o delito e poderia não ser o homem certo.

"De acordo com minha informação, é incerto se ele realmente era o motorista", disse o chefe da polícia, Klaus Kandt, durante entrevista coletiva.

A polícia de Berlim disse em publicação no Twitter que estavam "particularmente alertas" por conta da negação. "Estejam alertas", acrescentou.

O jornal Die Welt citou fontes de segurança segundo as quais o homem preso não seria o responsável.

"Estamos com o homem errado", disse uma autoridade da polícia ao jornal. "E, assim sendo, há uma nova situação. O verdadeiro perpetrador ainda está armado, à solta e pode causar novos estragos".

O caminhão pertencia a uma companhia de frete polonesa e o devido motorista foi encontrado morto no veículo. O ministro do Interior da Alemanha, Thomas de Maiziere, disse que uma pistola possivelmente usada para matá-lo ainda não foi encontrada.

A mídia alemã disse que o homem ao volante do caminhão saltou da cabine do veículo e correu pela rua na direção do Tiergarten, um grande parque no centro de Berlim, e que várias testemunhas ligaram para a polícia para informar - incluindo uma pessoa que perseguiu o suspeito enquanto falava ao telefone, atualizando constantemente os policiais sobre seu paradeiro.

O ataque desencadeou exigências imediatas de mudança nas políticas imigratórias de Merkel, graças às quais mais de um milhão de pessoas em fuga de conflitos e da pobreza no Oriente Médio, na África e em outras regiões chegaram à Alemanha neste ano e no anterior.

"Precisamos dizer que estamos em estado de guerra, embora algumas pessoas, que sempre só querem ver o bem, não queiram vê-lo", disse Klaus Bouillon, ministro do Interior do Estado de Sarre e membro do Partido Social-Democrata (CDU), de Merkel.

Na manhã desta terça-feira, investigadores removeram o caminhão preto do local para investigação forense. Pessoas deixaram flores e bilhetes no local. "Continuem vivendo, berlinenses", dizia um dos bilhetes.

O jornal Bild citou fontes da segurança dizendo que o homem preso era Naved B. e que ele chegou à Alemanha há um ano. Em casos legais, autoridades alemãs normalmente omitem os nomes completos de suspeitos, usando somente uma inicial.

Uma fonte da segurança disse à Reuters que o suspeito estava morando em um centro de refugiados no aeroporto desativado de Tempelhof.

O incidente trouxe lembranças de um ataque de julho em Nice, na França, quando um tunisiano dirigiu um caminhão de 19 toneladas ao longo da calçada da praia, atropelando pessoas que assistiam à queima de fogos no Dia da Bastilha. O ataque reivindicado pelo Estado Islâmico matou 86 pessoas.

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