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Pesquisadores removerão espécie para preservar mico-leão-dourado

Considerada invasora, a espécie mico-leão-de-cara-dourada foi acidentalmente solta em uma área de Niterói que já era habitada pelo mico-leão-dourado, natural da região

Mico-leão-dourado: segundo pesquisadora, o encontro das duas espécies pode gerar uma disputa por áreas e comida (Mario Leite/Veja)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de agosto de 2011 às 11h53.

Rio de Janeiro - Até o final do ano, pesquisadores brasileiros vão começar a retirar grupos de mico-leão-de-cara-dourada de uma área em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro. Segundo a coordenadora da operação, Maria Cecília Kierulff, diretora do Instituto Pri-Matas, há dez anos, essa espécie, considerada invasora, foi acidentalmente solta na área que já era habitada pelo mico-leão-dourado, natural da região.

“Ele é muito próximo do mico-leão-dourado. Essas espécies ocupam o mesmo tipo de ambiente, alimentam-se das mesmas coisas, dormem nos mesmos locais. Ele pode até, de alguma forma, excluir o mico-leão nativo se essas duas espécies se encontrarem”, explicou a pesquisadora, alertando que o encontro das duas espécies pode gerar uma disputa por áreas e comida.

Segundo um levantamento coordenado por Maria Cecília, em 2009, havia mais de 100 micos-leões-de-cara-dourada, espécie natural da Bahia, na floresta em Niterói. Desde o resultado da pesquisa, os pesquisadores começaram a captar recursos e reuniram, este ano, mais de R$ 500 mil, a partir de financiamento internacional e de investimentos de instituições e órgãos como a Câmara de Compensação Ambiental do Rio de Janeiro.

“É uma operação cara. Não é só tirar os micos dali. Eles serão colocados em quarentena e depois soltos na Bahia em uma área de floresta dentro da área original deles de distribuição. E não é só soltar lá. Vai ter uma equipe que será mantida por pelo menos dois anos para acompanhar a adaptação dos grupos na nova área. É um projeto grande que envolve várias equipes e dois estados”, disse a coordenadora do projeto.

Ela acredita que serão necessários mais de dois anos para concluir a remoção. “A gente pretende fazer a captura em, no máximo, em 15 meses. Vai ser um processo intenso. Depois disso, o último grupo capturado que tem que ser acompanhado na floresta [na Bahia] pelo menos durante mais seis meses.”

As equipes, que incluem veterinários e outros pesquisadores, trabalham ainda com a possibilidade de surpresas que podem estender o prazo previsto. Um deles pode ser resultado da convivência diária dos micos com os moradores que os alimentam com frequência. Para Maria Cecília, esse convívio pode gerar o aparecimento de alguma doença durante o período de quarentena, que exigiria o tratamento antes da soltura do animal.

Também podem ampliar o tempo estimado pelos cientistas a multiplicação e a migração da espécie invasora para outras áreas. “Depois que a gente terminar essa captura, vamos ficar mais um tempo fazendo um novo levantamento para identificar se existem [micos-leões-de-cara-dourada] em outras áreas. Se existirem, vamos capturar de novo, e isso pode prolongar o projeto”, acrescentou a pesquisadora.

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Rio de Janeiro - Até o final do ano, pesquisadores brasileiros vão começar a retirar grupos de mico-leão-de-cara-dourada de uma área em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro. Segundo a coordenadora da operação, Maria Cecília Kierulff, diretora do Instituto Pri-Matas, há dez anos, essa espécie, considerada invasora, foi acidentalmente solta na área que já era habitada pelo mico-leão-dourado, natural da região.

“Ele é muito próximo do mico-leão-dourado. Essas espécies ocupam o mesmo tipo de ambiente, alimentam-se das mesmas coisas, dormem nos mesmos locais. Ele pode até, de alguma forma, excluir o mico-leão nativo se essas duas espécies se encontrarem”, explicou a pesquisadora, alertando que o encontro das duas espécies pode gerar uma disputa por áreas e comida.

Segundo um levantamento coordenado por Maria Cecília, em 2009, havia mais de 100 micos-leões-de-cara-dourada, espécie natural da Bahia, na floresta em Niterói. Desde o resultado da pesquisa, os pesquisadores começaram a captar recursos e reuniram, este ano, mais de R$ 500 mil, a partir de financiamento internacional e de investimentos de instituições e órgãos como a Câmara de Compensação Ambiental do Rio de Janeiro.

“É uma operação cara. Não é só tirar os micos dali. Eles serão colocados em quarentena e depois soltos na Bahia em uma área de floresta dentro da área original deles de distribuição. E não é só soltar lá. Vai ter uma equipe que será mantida por pelo menos dois anos para acompanhar a adaptação dos grupos na nova área. É um projeto grande que envolve várias equipes e dois estados”, disse a coordenadora do projeto.

Ela acredita que serão necessários mais de dois anos para concluir a remoção. “A gente pretende fazer a captura em, no máximo, em 15 meses. Vai ser um processo intenso. Depois disso, o último grupo capturado que tem que ser acompanhado na floresta [na Bahia] pelo menos durante mais seis meses.”

As equipes, que incluem veterinários e outros pesquisadores, trabalham ainda com a possibilidade de surpresas que podem estender o prazo previsto. Um deles pode ser resultado da convivência diária dos micos com os moradores que os alimentam com frequência. Para Maria Cecília, esse convívio pode gerar o aparecimento de alguma doença durante o período de quarentena, que exigiria o tratamento antes da soltura do animal.

Também podem ampliar o tempo estimado pelos cientistas a multiplicação e a migração da espécie invasora para outras áreas. “Depois que a gente terminar essa captura, vamos ficar mais um tempo fazendo um novo levantamento para identificar se existem [micos-leões-de-cara-dourada] em outras áreas. Se existirem, vamos capturar de novo, e isso pode prolongar o projeto”, acrescentou a pesquisadora.

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