Mundo

Pentágono não aplicará proibição a transexuais até segunda ordem

A decisão de proibir que transgêneros sirvam nas forças armadas americanas foi anunciada ontem por Trump

Forças armadas: estima-se que atualmente há cerca de 6.600 transexuais servindo nas forças armadas americanas (U.S. Army photo by Visual Information Specialist Markus Rauchenberger/Divulgação)

Forças armadas: estima-se que atualmente há cerca de 6.600 transexuais servindo nas forças armadas americanas (U.S. Army photo by Visual Information Specialist Markus Rauchenberger/Divulgação)

E

EFE

Publicado em 27 de julho de 2017 às 15h02.

Washington - O chefe do Estado Maior Conjunto dos Estados Unidos, o general Joseph Dunford, assegurou nesta quinta-feira que o Pentágono não aplicará, até segunda ordem, a decisão de proibir o alistamento de transexuais nas forças armadas do país, que foi anunciada ontem pelo presidente Donald Trump.

"Não haverá modificação alguma à política atual até que o secretário de Defesa (James Mattis) tenha recebido a ordem do presidente e emita diretrizes para implementá-la", disse Dunford em uma comunicação interna.

"Enquanto isso, seguiremos tratando todo nosso pessoal com respeito", acrescentou o chefe do Estado Maior Conjunto, que ordenou aos comandos que "permaneçam focados" em suas missões militares.

Trump anunciou ontem a sua decisão de proibir que pessoas transgênero "sirvam em nenhuma capacidade" nas forças armadas americanas após ter consultado, segundo ele mesmo garantiu, seus "generais e especialistas militares".

"As nossas forças armadas devem se concentrar em vitórias decisivas e extraordinárias, e não podem se preocupar com os tremendos custos e interrupções médicas que seriam causados por transgêneros entre os militares", argumentou Trump em um surpreendente anúncio no Twitter.

Apesar de Trump ter dito que consultou seus "generais e especialistas militares", veículos da imprensa americana publicaram hoje que Mattis, chefe do Pentágono, foi avisado da decisão tomada pelo presidente na véspera do anúncio.

Segundo o jornal "New York Times", por trás da proibição de Trump está a necessidade de aprovar esta semana no Congresso um pacote orçamentário de US$ 790 bilhões em defesa, e alguns republicanos votariam contra se o projeto incluísse o tratamento hormonal aos militares transexuais.

Entre os que protestaram contra a decisão de Trump está Chelsea Manning, a ex-soldado transgênero que vazou para Julian Assange as primeiras informações sigilosas publicadas pelo site Wikileaks em 2010 e que saiu da prisão recentemente após receber o indulto do ex-presidente Barack Obama.

Chelsea participou hoje de um protesto em frente à Casa Branca e publicou um artigo no "New York Times" em que assegura que os custos do tratamento hormonal são "uma desculpa esfarrapada", já que o Pentágono "esbanja bilhões de dólares por dia em projetos que são cancelados ou não funcionam".

As Forças Armadas dos Estados Unidos se abriram "com efeito imediato" aos transexuais em junho de 2016 por decisão de Obama e seu recrutamento deveria começar em janeiro do ano que vem.

Estima-se que atualmente há cerca de 6.600 transexuais servindo nas forças armadas americanas, cujo futuro ficou no limbo após o anúncio de Trump.

Acompanhe tudo sobre:Donald TrumpEstados Unidos (EUA)ExércitoLGBT

Mais de Mundo

Pelo menos seis mortos e 40 feridos em ataques israelenses contra o Iêmen

Israel bombardeia aeroporto e 'alvos militares' huthis no Iêmen

Caixas-pretas de avião da Embraer que caiu no Cazaquistão são encontradas

Morre o ex-primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, aos 92 anos