Pelo menos 350 mortos em deslizamento no Afeganistão
Pelo menos 350 pessoas morreram no nordeste do Afeganistão, em um deslizamento de terra causado pelas fortes chuvas
Da Redação
Publicado em 2 de maio de 2014 às 17h00.
Pelo menos 350 pessoas morreram na província de Badakhshan, no nordeste do Afeganistão, em um deslizamento de terra nesta sexta-feira causado pelas fortes chuvas, informaram as autoridades, que lançaram uma grande operação de resgate das vítimas.
O número de mortos pode chegar a 2.500, declarou por telefone à AFP o governador do estado afetado, Shah Waliullah Adeeb. "Está difícil confirmar as informações do local, e estamos tentando determinar os fatos", completou.
As primeiras equipes de resgate já chegaram ao local da tragédia e contam com a ajuda das Nações Unidas e da força militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
"Dois deslizamentos sucessivos com intervalo de 1 hora atingiram a vila de Aab Bareek hoje", relatou à AFP o vice-governador Gul Mohammad Baidaar.
"Uma montanha despencou na vila. A maioria dos que estão desaparecidos tinha se reunido em duas mesquitas para realizar as orações de sexta-feira. O segundo deslizamento afetou os moradores que tinham ido ajudar", acrescentou.
Badakhshan é uma região pobre e montanhosa na fronteira com Tadjiquistão, China e Paquistão. É uma província que passa por relativa tranquilidade desde o início da invasão militar americana em 2001, mas um aumento das atividades do Talibã tem sido registrado nos últimos anos.
O número de mortos chega a 350, e a catástrofe pode ter deixado muitos desabrigados, indicou a missão da ONU no país (Unama) em um e-mail, informando que os serviços da organização trabalham com as autoridades locais para socorrer as vítimas presas nos escombros.
"A resposta a essa tragédia está sendo mobilizada para aqueles que sobreviveram", declarou a ONU, acrescentando que a Força Internacional da Otan no Afeganistão (Isaf) está trabalhando com o Exército afegão nas buscas por sobreviventes.
Busca por sobreviventes
O presidente Hamid Karzai informou que uma ação imediata estava sendo tomada, com prioridade para o resgate de sobreviventes.
Autoridades locais informaram que o desmoronamento ocorreu por volta de meio-dia (4h30 de Brasília), no distrito de Argo.
Entre 350 e 400 casas foram destruídas, acrescentaram as autoridades.
"É um desastre. O deslizamento afetou cerca de mil famílias", declarou Sayed Abdullah Homayun Dehqan, diretor provincial da Autoridade Nacional de Gestão de Desastres afegã, à AFP.
"Cerca de 300 famílias foram afetadas, o que significa em torno de duas mil pessoas. As pessoas estão trabalhando para remover as rochas e, até agora, três corpos foram recuperados", relatou.
"Aproximadamente 700 famílias foram retiradas da área de risco, e nós começamos a enviar assistência básica, com barracas e cobertores", afirmou.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, também expressou suas condolências às vítimas do desastre. "Os nossos pensamentos estão com o povo do Afeganistão que sofreu uma tragédia terrível", afirmou durante uma entrevista coletiva à imprensa ao lado da chanceler alemã, Angela Merkel, em Washington.
"Estamos prontos para ajudar nossos parceiros afegãos a responder a esse desastre", garantiu Obama.
A ONU indicou que está ajudando a coordenar as autoridades locais no resgate daqueles que ainda estão sob os escombros, mas que o acesso rodoviário à área é difícil e não suporta máquinas pesadas.
Inundações severas
Esse desastre acontece pouco tempo depois das recentes inundações que mataram 150 pessoas em várias regiões do Afeganistão.
No total, as enchentes afetaram 67 mil pessoas nas províncias de Jowzjan, Faryab e Sarr-e-Pul.
"Com cerca de 3.500 casas danificadas ou destruídas já registradas, o número de pessoas que necessita de abrigo continua a crescer", informou na quinta-feira o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês).
De acordo com o OCHA, as vítimas das recentes catástrofes precisam de água potável, suprimentos médicos, alimentos e abrigos.
As enchentes arrasaram aldeias, destruindo milhares de casas e deixando muitas pessoas desabrigadas. Também acabaram com plantações e provocaram a morte de criações de gado em toda a região remota.
As inundações são comuns durante a estação das chuvas no norte do Afeganistão. A população da região vive em casas de barro, que oferecem pouca proteção contra a elevação dos níveis da água.
Há duas semanas, um deslizamento de terra provocado pelas fortes chuvas e por um pequeno tremor varreu duas aldeias no norte da província de Takhar, matando quatro pessoas e destruindo cerca de 100 casas.
Na última grande enchente registrada no Afeganistão, 40 pessoas morreram em agosto nas províncias do leste e do sudeste e em alguns bairros da capital Cabul.
O Paquistão, país vizinho, sofreu sua pior enchente em 2010, quando quase 1.800 pessoas morreram e 21 milhões ficaram afetadas.
O Afeganistão passa por eleições presidenciais. O ex-premier Abdullah Abdullahe e o ex-economista do Banco Mundial Ashraf Ghani vão se enfrentar no segundo turno da votação, em 7 de junho. Na primeira etapa, realizada em 5 de abril, nenhum dos oito candidatos alcançou 50% dos votos.
*Atualizada às 17h00 do dia 02/05/2014
Pelo menos 350 pessoas morreram na província de Badakhshan, no nordeste do Afeganistão, em um deslizamento de terra nesta sexta-feira causado pelas fortes chuvas, informaram as autoridades, que lançaram uma grande operação de resgate das vítimas.
O número de mortos pode chegar a 2.500, declarou por telefone à AFP o governador do estado afetado, Shah Waliullah Adeeb. "Está difícil confirmar as informações do local, e estamos tentando determinar os fatos", completou.
As primeiras equipes de resgate já chegaram ao local da tragédia e contam com a ajuda das Nações Unidas e da força militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
"Dois deslizamentos sucessivos com intervalo de 1 hora atingiram a vila de Aab Bareek hoje", relatou à AFP o vice-governador Gul Mohammad Baidaar.
"Uma montanha despencou na vila. A maioria dos que estão desaparecidos tinha se reunido em duas mesquitas para realizar as orações de sexta-feira. O segundo deslizamento afetou os moradores que tinham ido ajudar", acrescentou.
Badakhshan é uma região pobre e montanhosa na fronteira com Tadjiquistão, China e Paquistão. É uma província que passa por relativa tranquilidade desde o início da invasão militar americana em 2001, mas um aumento das atividades do Talibã tem sido registrado nos últimos anos.
O número de mortos chega a 350, e a catástrofe pode ter deixado muitos desabrigados, indicou a missão da ONU no país (Unama) em um e-mail, informando que os serviços da organização trabalham com as autoridades locais para socorrer as vítimas presas nos escombros.
"A resposta a essa tragédia está sendo mobilizada para aqueles que sobreviveram", declarou a ONU, acrescentando que a Força Internacional da Otan no Afeganistão (Isaf) está trabalhando com o Exército afegão nas buscas por sobreviventes.
Busca por sobreviventes
O presidente Hamid Karzai informou que uma ação imediata estava sendo tomada, com prioridade para o resgate de sobreviventes.
Autoridades locais informaram que o desmoronamento ocorreu por volta de meio-dia (4h30 de Brasília), no distrito de Argo.
Entre 350 e 400 casas foram destruídas, acrescentaram as autoridades.
"É um desastre. O deslizamento afetou cerca de mil famílias", declarou Sayed Abdullah Homayun Dehqan, diretor provincial da Autoridade Nacional de Gestão de Desastres afegã, à AFP.
"Cerca de 300 famílias foram afetadas, o que significa em torno de duas mil pessoas. As pessoas estão trabalhando para remover as rochas e, até agora, três corpos foram recuperados", relatou.
"Aproximadamente 700 famílias foram retiradas da área de risco, e nós começamos a enviar assistência básica, com barracas e cobertores", afirmou.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, também expressou suas condolências às vítimas do desastre. "Os nossos pensamentos estão com o povo do Afeganistão que sofreu uma tragédia terrível", afirmou durante uma entrevista coletiva à imprensa ao lado da chanceler alemã, Angela Merkel, em Washington.
"Estamos prontos para ajudar nossos parceiros afegãos a responder a esse desastre", garantiu Obama.
A ONU indicou que está ajudando a coordenar as autoridades locais no resgate daqueles que ainda estão sob os escombros, mas que o acesso rodoviário à área é difícil e não suporta máquinas pesadas.
Inundações severas
Esse desastre acontece pouco tempo depois das recentes inundações que mataram 150 pessoas em várias regiões do Afeganistão.
No total, as enchentes afetaram 67 mil pessoas nas províncias de Jowzjan, Faryab e Sarr-e-Pul.
"Com cerca de 3.500 casas danificadas ou destruídas já registradas, o número de pessoas que necessita de abrigo continua a crescer", informou na quinta-feira o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês).
De acordo com o OCHA, as vítimas das recentes catástrofes precisam de água potável, suprimentos médicos, alimentos e abrigos.
As enchentes arrasaram aldeias, destruindo milhares de casas e deixando muitas pessoas desabrigadas. Também acabaram com plantações e provocaram a morte de criações de gado em toda a região remota.
As inundações são comuns durante a estação das chuvas no norte do Afeganistão. A população da região vive em casas de barro, que oferecem pouca proteção contra a elevação dos níveis da água.
Há duas semanas, um deslizamento de terra provocado pelas fortes chuvas e por um pequeno tremor varreu duas aldeias no norte da província de Takhar, matando quatro pessoas e destruindo cerca de 100 casas.
Na última grande enchente registrada no Afeganistão, 40 pessoas morreram em agosto nas províncias do leste e do sudeste e em alguns bairros da capital Cabul.
O Paquistão, país vizinho, sofreu sua pior enchente em 2010, quando quase 1.800 pessoas morreram e 21 milhões ficaram afetadas.
O Afeganistão passa por eleições presidenciais. O ex-premier Abdullah Abdullahe e o ex-economista do Banco Mundial Ashraf Ghani vão se enfrentar no segundo turno da votação, em 7 de junho. Na primeira etapa, realizada em 5 de abril, nenhum dos oito candidatos alcançou 50% dos votos.
*Atualizada às 17h00 do dia 02/05/2014