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Paulistanos foram os únicos da América Latina a estocar papel higiênico

Pesquisa da Kantar, divulgada com exclusividade à Exame, mostra que em outros países da região os consumidores optaram por arroz e peixe antes da quarentena

Papel higiênico (nito100/Thinkstock)

Ligia Tuon

Publicado em 8 de abril de 2020 às 13h24.

Última atualização em 8 de abril de 2020 às 15h59.

Está comprovado: os consumidores de São Paulo foram os únicos, em comparação com o restante da América Latina , a se preocupar tanto em comprar papel higiênico antes da quarentena. Uma pesquisa da consultoria Kantar mostra que esse hábito não se verificou em países como a Colômbia e México. O estudo foi obtido com exclusividade por EXAME.

Nem mesmo na China, em que os 60 milhões de moradores da província de Hubei, epicentro do coronavírus , ficaram trancados em casa por dois meses, não houve um comportamento semelhantes. Os chineses aumentaram as compras de sabonete para as mãos, macarrão instantâneo, panos de limpeza e sopas prontas na semana anterior ao confinamento total, que começou no dia 23 de janeiro.

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O papel higiênico também não aparece na lista de compras dos colombianos, que preferiram investir em arroz, farinha e peixe enlatado para guardar na dispensa alguns dias antes da decretação do estado de emergência. Os mexicanos foram comprar correndo produtos como sabonete (volume de aquisições 60% maior do que de costume), peixe enlatado (57%) e farinha (49%).

 

 

Na semana do dia 16 a 23 de março, os paulistas estocaram papel higiênico (233% de aumento nas compras), detergente (78%), cereais (73%), produtos de limpeza (70%), sabonete (50%), leite (48%), azeite (44%) e pão (40%).

Em países como a Argentina, México e Colômbia, a maioria da população (70%) já estava saindo somente para o necessário, para fazer compras em supermercado e farmácia, na semana do dia 16 a 22 de março. Cerca de 35% decidiram comprar alimentos básicos, para cozinhar em casa e gastar menos, e 12% preferiram comida congelada ou enlatada. Os alimentos saudáveis também estão em alta: essa era a preferência de 27% das famílias.

A Kantar também quis saber quais eram os maiores medos das pessoas pouco antes da quarentena. A maior parte dos latino-americanos citou uma preocupação grande com a saúde (78%), não só de si mesmo, mas também dos familiares e amigos. A pesquisa mostra que 24% das pessoas temiam que algo acontecesse às crianças das famílias, enquanto 18% se diziam consternados com a saúde das pessoas em geral.

A Kantar pretende lançar outra pesquisa sobre os sentimentos da população em relação ao confinamento e à ameaça do covid-19 nas próximas semanas. “Já estaremos todos confinados há pelo menos um mês, o que deve trazer vários impactos para a vida pessoal e os hábitos de consumo”, diz Marcela Bontana, diretora geral de atendimento da Kantar.

 

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