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Partido governista ganha no estado de maior população do México

O líder de esquerda não reconheceu o resultado inicial e defendeu uma eventual vitória de sua candidata, o que pode provocar uma batalha judicial

México: o candidato do PRI, Alfredo del Mazo, obteve 33,69% dos votos (Kevin C. Cox/Getty Images)
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AFP

Publicado em 5 de junho de 2017 às 17h25.

O governista Partido Revolucionário Institucional (PRI) conseguiu manter o governo do estado do México , o de maior população e o mais cobiçado em termos eleitorais do país, de acordo com resultados oficiais preliminares da eleição de domingo.

Mas o líder de esquerda Andrés Manuel López Obrador não reconheceu o resultado inicial e defendeu uma eventual vitória de sua candidata, Delfina Gómez, o que pode provocar uma batalha judicial.

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O candidato do PRI, Alfredo del Mazo, obteve 33,69% dos votos, superando Delfina Gómez, do Movimento de Regeneração Nacional (Morena), que recebeu 30,83% dos votos, de acordo com os resultados preliminares, com 97,89% das urnas apuradas.

No domingo à noite, as autoridades eleitorais locais indicaram que o candidato do PRI estava na frente nas eleições ao anunciar os resultados de uma contagem rápida.

"Existe uma diferença estatisticamente significativa entre o primeiro e o segundo lugar da eleição para governador do estado do México", afirmou então Pedro Zamudio, presidente do Instituto Eleitoral do Estado do México (IEEM).

"Hoje é o momento de trabalhar pelo estado do México, é o momento de que trabalhemos pela unidade", expressou Del Mazo após o anúncio da contagem rápida.

"Fraude"

O resultado preliminar é um balde de água fria para as aspirações do Morena, que no domingo à noite proclamou vitória com "cinco ou sete pontos" de vantagem no estado do México, vizinho da capital e com mais de 16 milhões de habitantes.

O resultado que o IEEM divulgou no domingo "não corresponde à realidade, é uma suposta contagem rápida na que há, em termos técnicos, um empate", denunciou López Obrador em uma mensagem nas redes sociais, assegurando, no entanto, que agirá de maneira responsável sem chamar ao confronto.

"Delfina ganhou e vamos prová-lo, não vamos aceitar nenhuma fraude", ressaltou o político.

Em uma conferência posterior, a própria candidata insistiu em declarar sua vitória: "Ratifico o que meu partido e o presidente nacional disseram: ganhamos a eleição do estado do México".

López Obrador, que seus detratores acusam de ser um autoritário que levaria o país pelo caminho de nações como a Venezuela, foi uma presença constante na campanha de Gómez.

Seus simpatizantes o veem como o verdugo da elite política encarnada pelo PRI, que governou o México durante mais de 70 anos, até o ano 2000, entre luzes e sombras de tirania e corrupção.

No entanto, apesar de perder esta eleição, que teria respaldado López Obrador para uma eventual terceira candidatura presidencial, o Morena, fundado em 2014, será uma força maior na presidencial, segundo analistas.

"O candidato a vencer é Morena, é López Obrador (...), e a única maneira em que o PRI ou o PAN podem ganhar do Morena é buscando alianças", disse o historiador e escritor Héctor Aguilar Camín na rede Televisa.

"O PRI não está morto"

A vitória de Del Mazo permitiria ao PRI prolongar suas mais de oito décadas de domínio no estado, considerado seu bastião eleitoral e crucial para seu futuro político.

Del Mazo é herdeiro da dinastia que regeu o estado durante décadas. Seu pai e seu avô foram governadores, e ele é primo do atual presidente mexicano, Enrique Peña Nieto.

Sua vitória mostra que o PRI "não está morto", mas não é um experimento da presidencial de 2018, na qual o partido tem poucas chances de se manter no poder, disse à AFP o analista político Fernando Dworak.

O analista prevê um conflito pós-eleitoral que terminará sendo resolvido nos tribunais, com López Obrador chamando mobilizações civis para denunciar uma suposta fraude como forma de pressão contra o PRI, tendo em vista a campanha presidencial.

Segundo os dados preliminares, a eleição teria alcançado uma participação de 54% dos 11,4 milhões de eleitores, superando as votações de 2005 e 2011, quando a participação não chegou a 50%.

Os estados de Coahuila e Nayarit também tiveram eleições para governador neste domingo, enquanto Veracruz renovou suas prefeituras. Os três estados somados contam com cerca de 8,5 milhões de eleitores.

Em Coahuila, tanto o conservador Partido Ação Nacional (PAN) como o PRI se declaravam ganhadores, enquanto em Nayarit o aspirante da aliança entre o esquerdista Partido da Revolução Democrática (PRD) e o PAN parecia encaminhado a derrotar o PRI.

A apuração dos votos avançava lentamente, e se espera que os resultados definitivos sejam divulgados até quarta-feira.

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