Parlamento francês aprova projeto contra discurso de ódio na internet
As redes sociais deverão ter ferramentas para que usuários alertem sobre conteúdos ligados à raça, gênero, orientação sexual, inaptidão física ou mental
Reuters
Publicado em 5 de julho de 2019 às 19h02.
Paris — Gigantes das redes sociais como Facebook e Twitter terão de remover todo conteúdo contendo discurso de ódio em até 24 horas, segundo projeto de lei aprovado pela Assembleia Nacional Francesa nesta sexta-feira.
O presidente francês, Emmanuel Macron, quer fazer da França a líder na regulamentação de gigantes de tecnologia dos EUA para conter compartilhamentos de conteúdos ilícitos e falsa informação nas plataformas mais utilizadas da rede.
"O que não é tolerado nas ruas não deveria se tolerado na internet", disse Laetitia Avia, integrante da maioria de Macron na Assembleia Nacional e autora de um relatório recente sobre discurso de ódio, em entrevista coletiva antes da votação.
O Facebook tem sido alvo de intensa investigação nos últimos anos por conta de publicações contendo discurso de ódio, especialmente após um atirador matar 51 pessoas na Nova Zelândia em março e transmitir o ataque ao vivo pela plataforma.
O massacre levou a primeira-ministra do país, Jacida Ardern, a promover uma iniciativa classificada como "A Chama de Christchurch", batizada com o nome da cidade onde um atirador atacou duas mesquitas.
O Facebook, que não comentou de imediato, recentemente concordou em entregar a identificação e dados de usuários suspeitos de discurso de ódio em sua plataforma a juízes na França, disse um ministro na Reuters na semana passada.
Segundo o projeto de lei francês, grupos de redes sociais precisarão disponibilizar ferramentas para permitir que usuários os alertem de conteúdos "claramente ilícitos" ligados à raça, gênero, orientação sexual, inaptidão física ou mental.