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Paris faz nova tentativa de retirar "cadeados do amor"

Depois que a famosa Pont des Arts sofreu o desmoronamento de uma de suas grades em 2014, a prefeitura tirou as 70 toneladas de cadeados

Pont des Arts, em Paris: a campanha tentará persuadir os amantes com palavras de ordem como "Declare seu amor de outro modo" (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de agosto de 2016 às 10h26.

Paris - A luta de Paris para acabar com os "cadeados de amor" que os casais penduram para expressar seu idílio nas pontes que atravessam o rio Sena foi reforçada com uma nova campanha que insiste tanto na segurança como no respeito ao patrimônio .

A iniciativa prevista pela prefeitura parisiense, segundo anunciou o vice-prefeito, Bruno Julliard, contempla a instalação de painéis e marcas viárias sobre várias pontes, mas sobretudo na Pont Neuf.

Depois que a famosa Pont des Arts sofreu o desmoronamento de uma de suas grades em 2014, a prefeitura tirou as 70 toneladas de cadeados que esta sustentava e instalou em seu lugar barreiras de vidro que impedem a possibilidade de pendurar qualquer artefato.

Mas isto não impediu os apaixonados de seguir expressando o amor, já que a tradição mudou para um local a 400 metros de distância, na Pont Neuf, e a expandida para outras, como a do poeta Léopold Sédar Senghor e a do Arcebispo, situada diante da catedral de Notre Dame.

Feito que é apoiado pelos vendedores ambulantes, que veem possibilidades de negócio com os cadeados e incentivam sua compra.

Um deles, Hamza, declarou à Agência Efe que não prejudicam ninguém.

"Estas pontes são de pedra e ferro, não há perigo. Que a prefeitura deixe as pessoas expressarem seu amor como quiserem. Há turistas que vêm de muito longe já com seu cadeado gravado para pendurá-lo aqui".

A campanha de dissuasão com sinais e cartazes, em inglês e francês, tentará persuadir os amantes com palavras de ordem como "Não aos cadeados, Paris agradece" ou "Declare seu amor de outro modo".

Outras medidas serão tomadas a partir de setembro, em reunião com as equipes técnicas e arquitetos do patrimônio que avaliarão possibilidades para que isso não volte a ocorrer.

"Paris é uma cidade muito romântica e particularmente o Sena e suas pontes, mas é preciso proteger também o patrimônio. As pessoas podem se declarar de outra forma, não precisam de cadeado", opinou Julliard.

Os cadeados, em sua opinião, não só tapam a vista sobre o Sena, "uma das mais belas do mundo segundo a Unesco", mas seu peso acarreta problemas de segurança.

María e Ángel, dois madrilenos que puseram seu cadeado do amor durante sua visita em Paris, não gostaram dessa decisão.

"Se é por algo estético não estou de acordo. Ao contrário, acredito que tem mais encantamento com eles. Mas, se é por segurança e preservação, então me parece ok", disse à Agência Efe o casal, que disse que as autoridades devem mudar as grades "a cada período tempo como fazem em outras cidades".

Não é conhecida muito bem a origem desta tradição que prolifera em muitas capitais, embora em Paris tenha virado moda em 2008, por causa do romance "Ho voglia di te" ("Tenho vontade de ti", em tradução livre) de Federico Moccia, no qual os personagens principais colocavam um cadeado na Ponte Milvio de Roma para imortalizar seu idílio.

Alguns dos que se deixam levar por essa moda, como um casal de Ciudad Real que visita a capital francesa pela primeira vez, dizem fazer isso "um pouco por inércia".

"É uma demonstração de amor à pessoa que amo, mas está claro que para mostrar meu amor não é necessário pôr um cadeado. Basta dizer o que sinto e expressar com meus atos dia a dia", acrescentou o rapaz em um comentário que lhe valeu um beijo.

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A iniciativa prevista pela prefeitura parisiense, segundo anunciou o vice-prefeito, Bruno Julliard, contempla a instalação de painéis e marcas viárias sobre várias pontes, mas sobretudo na Pont Neuf.

Depois que a famosa Pont des Arts sofreu o desmoronamento de uma de suas grades em 2014, a prefeitura tirou as 70 toneladas de cadeados que esta sustentava e instalou em seu lugar barreiras de vidro que impedem a possibilidade de pendurar qualquer artefato.

Mas isto não impediu os apaixonados de seguir expressando o amor, já que a tradição mudou para um local a 400 metros de distância, na Pont Neuf, e a expandida para outras, como a do poeta Léopold Sédar Senghor e a do Arcebispo, situada diante da catedral de Notre Dame.

Feito que é apoiado pelos vendedores ambulantes, que veem possibilidades de negócio com os cadeados e incentivam sua compra.

Um deles, Hamza, declarou à Agência Efe que não prejudicam ninguém.

"Estas pontes são de pedra e ferro, não há perigo. Que a prefeitura deixe as pessoas expressarem seu amor como quiserem. Há turistas que vêm de muito longe já com seu cadeado gravado para pendurá-lo aqui".

A campanha de dissuasão com sinais e cartazes, em inglês e francês, tentará persuadir os amantes com palavras de ordem como "Não aos cadeados, Paris agradece" ou "Declare seu amor de outro modo".

Outras medidas serão tomadas a partir de setembro, em reunião com as equipes técnicas e arquitetos do patrimônio que avaliarão possibilidades para que isso não volte a ocorrer.

"Paris é uma cidade muito romântica e particularmente o Sena e suas pontes, mas é preciso proteger também o patrimônio. As pessoas podem se declarar de outra forma, não precisam de cadeado", opinou Julliard.

Os cadeados, em sua opinião, não só tapam a vista sobre o Sena, "uma das mais belas do mundo segundo a Unesco", mas seu peso acarreta problemas de segurança.

María e Ángel, dois madrilenos que puseram seu cadeado do amor durante sua visita em Paris, não gostaram dessa decisão.

"Se é por algo estético não estou de acordo. Ao contrário, acredito que tem mais encantamento com eles. Mas, se é por segurança e preservação, então me parece ok", disse à Agência Efe o casal, que disse que as autoridades devem mudar as grades "a cada período tempo como fazem em outras cidades".

Não é conhecida muito bem a origem desta tradição que prolifera em muitas capitais, embora em Paris tenha virado moda em 2008, por causa do romance "Ho voglia di te" ("Tenho vontade de ti", em tradução livre) de Federico Moccia, no qual os personagens principais colocavam um cadeado na Ponte Milvio de Roma para imortalizar seu idílio.

Alguns dos que se deixam levar por essa moda, como um casal de Ciudad Real que visita a capital francesa pela primeira vez, dizem fazer isso "um pouco por inércia".

"É uma demonstração de amor à pessoa que amo, mas está claro que para mostrar meu amor não é necessário pôr um cadeado. Basta dizer o que sinto e expressar com meus atos dia a dia", acrescentou o rapaz em um comentário que lhe valeu um beijo.

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