Paralisação do governo obriga Trump a adiar discurso anual no Congresso
Com o "shutdown" mais longa da história, Trump resolveu adiar o discurso sobre o Estado da União, que deve ser realizado no final da paralisação
AFP
Publicado em 24 de janeiro de 2019 às 10h09.
A paralisação política em Washington obrigou o presidente Donald Trump a adiar o discurso sobre o Estado da União, sem o vislumbre de uma solução para o "shutdown" mais longo da história do país.
"Farei o discurso quando o shutdown terminar. Não busco outro lugar para o discurso do Estado da União porque não há outro lugar que possa competir com a história, a tradição e a importância da Câmara de Representantes", escreveu o presidente no Twitter na quarta-feira à noite.
Trump completou que o "grande" discurso, que estava programado originalmente para o dia 29 de janeiro, acontecerá em "um futuro próximo".
O adiamento aprofunda a disputa entre o republicano e a presidente da Câmara de Representantes, a democrata Nancy Pelosi, que vetou o discurso anual do presidente no Congresso em consequência da paralisação orçamentária.
Democratas e republicanos estão em um impasse nas negociações sobre o orçamento federal devido à insistência de Trump de construir um muro na fronteira com o México. A oposição se nega a aceitar o financiamento do projeto.
Sem acordo, os orçamentos de algumas agências estão bloqueados desde 22 de dezembro, o que afeta diretamente centenas de milhares de funcionários públicos e também começa a ter consequências para a economia.
Nesta quinta-feira serão apresentados no Senado dois projetos para tentar acabar com o bloqueio, mas nem Trump nem a oposição parecem dispostos a ceder em suas posições.
Em uma breve carta, Pelosi afirmou que a Câmara de Representantes "não autorizaria" o discurso presidencial sem a reabertura das agências federais afetadas pela paralisação orçamentária.
"O discurso do Estado da União foi cancelado por Nancy Pelosi porque não quer escutar a verdade sobre a segurança na fronteira", disse Trump na quarta-feira.
O presidente americano se nega a assinar qualquer lei orçamentária que não inclua uma verba 5,7 bilhões de dólares para erguer uma barreira na fronteira com o México.