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Para Monti, Itália está em situação melhor que a Espanha

O chefe de governo italiano reconheceu, porém, que o nível da dívida do país é 'historicamente mais elevado'

Monti: 'Itália não experimentou o 'boom' imobiliário da Espanha ou o grande 'boom' financeiro da Irlanda, que acabaram sendo desastrosos' (Alberto Pizzoli/AFP)
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Da Redação

Publicado em 5 de janeiro de 2012 às 09h49.

Paris - O chefe do governo italiano, Mario Monti, considerou nesta quinta-feira que a Itália, pelo nível de seu déficit, está 'melhor situada que a Espanha', mas reconheceu que o nível da dívida do país é 'historicamente mais elevado'.

Monti declarou em entrevista publicada nesta quinta-feira pelo jornal francês 'Le Figaro' que a 'Europa já não tem razões para ter medo da Itália' pelo estado de suas contas públicas, mas aproveitou para criticar o Governo de Silvio Berlusconi.

'O Governo precedente não quis admitir a gravidade da crise e deixou de lado as políticas de liberalização que teriam solucionado essa carência', disse Monti, que se reunirá na sexta-feira em Paris com o presidente francês, Nicolas Sarkozy.

'Entre junho e julho, as agências (de qualificação de dívida) lançaram advertências que abriram a via aos ataques dos mercados. No entanto, a Itália está melhor colocada que a Espanha com relação ao seu déficit', explicou Monti. E isso, acrescentou, 'apesar de sua dívida ser historicamente mais elevada'.

Monti voltou a fazer comparações com seu país, ao dizer que a 'Itália não experimentou o 'boom' imobiliário da Espanha ou o grande 'boom' financeiro da Irlanda, que acabaram sendo desastrosos'.

'As famílias italianas têm uma taxa de poupança real muito elevada, recorrem pouco ao endividamento', defendeu Monti ao caracterizar a economia de seu país, cujo setor bancário 'se manteve afastado das operações financeiras sofisticadas que afetaram o mundo anglo-saxão'.


Com relação ao endividamento público, Monti estimou que está 'contido' e disse que os mercados 'atacaram a Itália em meados de 2011, mais tarde que a outros países'. Entre os motivos, estaria a interdição da política de austeridade orçamentária.

Para o chefe do Governo italiano, os países da zona do euro 'se concentraram na união monetária e deixaram de lado a união econômica'. Além disso, ele estimou que 'frequentemente, os países do euro não foram tão longe como os que não adotaram a moeda única, como o Reino Unido, a Dinamarca e a Suécia'.

'Se a Europa recuperar este atraso, obterá benefícios de produtividade consideráveis', disse Monti. Perguntado se Berlusconi poderia fazer cair o Governo de tecnocratas que preside, Monti afirmou que não teme isso, mas admite que o Executivo italiano 'pode cair amanhã. Não estamos aqui para sobreviver, mas para fazer um bom trabalho'.

'Não acho que um ou outro partido chegue a tomar tão superficialmente uma decisão semelhante (a de derrubar o Governo) perante os eleitores', acrescentou Monti, que diz receber de Berlusconi 'um apoio considerável'.

'Além disso, é preciso compreender seu estado de ânimo: ganhou três eleições democráticas, governou durante nove anos e aceitou a mudança', acrescentou Monti.

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Paris - O chefe do governo italiano, Mario Monti, considerou nesta quinta-feira que a Itália, pelo nível de seu déficit, está 'melhor situada que a Espanha', mas reconheceu que o nível da dívida do país é 'historicamente mais elevado'.

Monti declarou em entrevista publicada nesta quinta-feira pelo jornal francês 'Le Figaro' que a 'Europa já não tem razões para ter medo da Itália' pelo estado de suas contas públicas, mas aproveitou para criticar o Governo de Silvio Berlusconi.

'O Governo precedente não quis admitir a gravidade da crise e deixou de lado as políticas de liberalização que teriam solucionado essa carência', disse Monti, que se reunirá na sexta-feira em Paris com o presidente francês, Nicolas Sarkozy.

'Entre junho e julho, as agências (de qualificação de dívida) lançaram advertências que abriram a via aos ataques dos mercados. No entanto, a Itália está melhor colocada que a Espanha com relação ao seu déficit', explicou Monti. E isso, acrescentou, 'apesar de sua dívida ser historicamente mais elevada'.

Monti voltou a fazer comparações com seu país, ao dizer que a 'Itália não experimentou o 'boom' imobiliário da Espanha ou o grande 'boom' financeiro da Irlanda, que acabaram sendo desastrosos'.

'As famílias italianas têm uma taxa de poupança real muito elevada, recorrem pouco ao endividamento', defendeu Monti ao caracterizar a economia de seu país, cujo setor bancário 'se manteve afastado das operações financeiras sofisticadas que afetaram o mundo anglo-saxão'.


Com relação ao endividamento público, Monti estimou que está 'contido' e disse que os mercados 'atacaram a Itália em meados de 2011, mais tarde que a outros países'. Entre os motivos, estaria a interdição da política de austeridade orçamentária.

Para o chefe do Governo italiano, os países da zona do euro 'se concentraram na união monetária e deixaram de lado a união econômica'. Além disso, ele estimou que 'frequentemente, os países do euro não foram tão longe como os que não adotaram a moeda única, como o Reino Unido, a Dinamarca e a Suécia'.

'Se a Europa recuperar este atraso, obterá benefícios de produtividade consideráveis', disse Monti. Perguntado se Berlusconi poderia fazer cair o Governo de tecnocratas que preside, Monti afirmou que não teme isso, mas admite que o Executivo italiano 'pode cair amanhã. Não estamos aqui para sobreviver, mas para fazer um bom trabalho'.

'Não acho que um ou outro partido chegue a tomar tão superficialmente uma decisão semelhante (a de derrubar o Governo) perante os eleitores', acrescentou Monti, que diz receber de Berlusconi 'um apoio considerável'.

'Além disso, é preciso compreender seu estado de ânimo: ganhou três eleições democráticas, governou durante nove anos e aceitou a mudança', acrescentou Monti.

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