Papa pondera que Igreja aposta seu futuro na América Latina
Bento XVI reuniu no Vaticano cardeais, arcebispos e personalidades para analisar a situação do continente americano no congresso "Ecclesia in America"
Da Redação
Publicado em 27 de fevereiro de 2013 às 19h53.
Cidade do Vaticano - Bento XVI, que amanhã encerra seu pontificado, sempre coincidiu com João Paulo II sobre a América Latina, onde vivem metade dos quase 1,2 bilhões de católicos do mundo, ao considerá-la o território da esperança, mas também onde a Igreja aposta parte de seu futuro.
Durante a 5ª Conferência Geral do Episcopado Latino-americano (Celam) na cidade de Aparecida em 2007, o papa considerou "urgente" uma nova evangelização do território para enfrentar a diminuição do número de católicos, o avanço do "secularismo hedonista" e a penetração das seitas.
A conferência de Aparecida iniciou essa nova evangelização 500 anos depois da chegada do cristianismo no continente, que ainda sofre com situações de imigração e a desigualdade social.
Por isso, no final de 2012, Bento XVI reuniu no Vaticano uma centena de pessoas, entre cardeais, arcebispos e personalidades para analisar a situação do continente americano no congresso "Ecclesia in America".
O papa pediu maior solidariedade entre as nações americanas e denunciou o avanço do secularismo e das seitas.
Além disso, afirmou que era "urgente" a educação e a promoção de uma cultura em favor da vida "devido à difusão de uma mentalidade que atenta contra a dignidade da pessoa e não favorece a instituição matrimonial e familiar".
"Como não se preocupar com as dolorosas situações de imigração, desamparo e violência, especialmente as causadas pelo crime organizado, o narcotráfico, a corrupção e o tráfico de armas?", perguntou Bento XVI naquela ocasião.
O pontífice também expressou sua preocupação com as "dilacerantes desigualdades e os bolsões de pobreza provocados por medidas econômicas, políticas e sociais questionáveis".
O papa pediu a todos os americanos que proclamassem Cristo em todos os cantos do continente, "levando-o com liberdade e entusiasmo aos corações de todos os seus habitantes".
Bento XVI defendeu uma catequese "adequada" e uma "formação doutrinária constante e direta", fiel à Palavra de Deus e ao Magistério da Igreja.
Em um continente onde a Igreja Católica vem perdendo o número de fiéis devido à penetração das seitas evangélicas, o papa pediu aos católicos que "aprofundassem e assumissem" o estilo de vida próprio dos discípulos de Jesus: simplicidade, alegria e uma fé sólida, "alimentada pela oração e os sacramentos".
Segundo a imprensa local, a "fuga" dos católicos para as seitas e o "sucesso" das mesmas se deve à crise do catolicismo e à decadência moral da sociedade.
A pobreza é a fonte onde estas seitas buscam seus fiéis. Grande parte da população das nações latino-americanas vive em situação de grande pobreza e esses grupos, segundo os observadores, se apresentam ajudando às pessoas em suas necessidades imediatas.
O Brasil, segundo os observadores, é o país latino-americano com maior penetração das seitas, mas não o único, já que também há forte presença no México - especialmente nos estados de Chiapas, Oaxaca e Guerrero - e em países centro-americanos como a Guatemala.
Em Aparecida, Bento XVI garantiu que a Evangelização da América "não representou em nenhum momento uma alienação das culturas pré-colombianas, nem foi imposta por uma cultura estranha" e expressou sua preocupação pelo ressurgimento de governos autoritários no continente, o que gerou críticas de alguns setores na região.
O papa garantiu que "o Deus desconhecido que seus antepassados buscavam, sem saber, em suas ricas tradições era Cristo".
Diante da polêmica suscitada, Bento XVI disse, já no Vaticano, que o cristianismo abriu caminho na América Latina "dialogando" com as culturas pré-colombianas e que a "gloriosa" evangelização não pode esquecer "os sofrimentos e injustiças causados pelos colonizadores aos povos indígenas".
O papa afirmou também que o Evangelho nestes cinco séculos de presença no continente americano se transformou em um elemento de identidade dos povos latino-americanos e que hoje essa identidade católica é a "resposta mais adequada" para fazer frente à globalização.
Cidade do Vaticano - Bento XVI, que amanhã encerra seu pontificado, sempre coincidiu com João Paulo II sobre a América Latina, onde vivem metade dos quase 1,2 bilhões de católicos do mundo, ao considerá-la o território da esperança, mas também onde a Igreja aposta parte de seu futuro.
Durante a 5ª Conferência Geral do Episcopado Latino-americano (Celam) na cidade de Aparecida em 2007, o papa considerou "urgente" uma nova evangelização do território para enfrentar a diminuição do número de católicos, o avanço do "secularismo hedonista" e a penetração das seitas.
A conferência de Aparecida iniciou essa nova evangelização 500 anos depois da chegada do cristianismo no continente, que ainda sofre com situações de imigração e a desigualdade social.
Por isso, no final de 2012, Bento XVI reuniu no Vaticano uma centena de pessoas, entre cardeais, arcebispos e personalidades para analisar a situação do continente americano no congresso "Ecclesia in America".
O papa pediu maior solidariedade entre as nações americanas e denunciou o avanço do secularismo e das seitas.
Além disso, afirmou que era "urgente" a educação e a promoção de uma cultura em favor da vida "devido à difusão de uma mentalidade que atenta contra a dignidade da pessoa e não favorece a instituição matrimonial e familiar".
"Como não se preocupar com as dolorosas situações de imigração, desamparo e violência, especialmente as causadas pelo crime organizado, o narcotráfico, a corrupção e o tráfico de armas?", perguntou Bento XVI naquela ocasião.
O pontífice também expressou sua preocupação com as "dilacerantes desigualdades e os bolsões de pobreza provocados por medidas econômicas, políticas e sociais questionáveis".
O papa pediu a todos os americanos que proclamassem Cristo em todos os cantos do continente, "levando-o com liberdade e entusiasmo aos corações de todos os seus habitantes".
Bento XVI defendeu uma catequese "adequada" e uma "formação doutrinária constante e direta", fiel à Palavra de Deus e ao Magistério da Igreja.
Em um continente onde a Igreja Católica vem perdendo o número de fiéis devido à penetração das seitas evangélicas, o papa pediu aos católicos que "aprofundassem e assumissem" o estilo de vida próprio dos discípulos de Jesus: simplicidade, alegria e uma fé sólida, "alimentada pela oração e os sacramentos".
Segundo a imprensa local, a "fuga" dos católicos para as seitas e o "sucesso" das mesmas se deve à crise do catolicismo e à decadência moral da sociedade.
A pobreza é a fonte onde estas seitas buscam seus fiéis. Grande parte da população das nações latino-americanas vive em situação de grande pobreza e esses grupos, segundo os observadores, se apresentam ajudando às pessoas em suas necessidades imediatas.
O Brasil, segundo os observadores, é o país latino-americano com maior penetração das seitas, mas não o único, já que também há forte presença no México - especialmente nos estados de Chiapas, Oaxaca e Guerrero - e em países centro-americanos como a Guatemala.
Em Aparecida, Bento XVI garantiu que a Evangelização da América "não representou em nenhum momento uma alienação das culturas pré-colombianas, nem foi imposta por uma cultura estranha" e expressou sua preocupação pelo ressurgimento de governos autoritários no continente, o que gerou críticas de alguns setores na região.
O papa garantiu que "o Deus desconhecido que seus antepassados buscavam, sem saber, em suas ricas tradições era Cristo".
Diante da polêmica suscitada, Bento XVI disse, já no Vaticano, que o cristianismo abriu caminho na América Latina "dialogando" com as culturas pré-colombianas e que a "gloriosa" evangelização não pode esquecer "os sofrimentos e injustiças causados pelos colonizadores aos povos indígenas".
O papa afirmou também que o Evangelho nestes cinco séculos de presença no continente americano se transformou em um elemento de identidade dos povos latino-americanos e que hoje essa identidade católica é a "resposta mais adequada" para fazer frente à globalização.