Palestinos protestam no 70º aniversário de Israel
Cerca de 25 mil palestinos se manifestaram na cidade de Atlit no 70º aniversário de Israel
EFE
Publicado em 19 de abril de 2018 às 15h17.
Jerusalém - Cerca de 25 mil árabes israelenses, segundo os organizadores, se manifestaram na cidade de Atlit para lembrar a "naqba", a "catástrofe", como é denominada na terminologia árabe e palestina a fundação do Estado de Israel , que completa 70 anos nesta quinta-feira.
"A manifestação serve para lembrar "os árabes" que tiveram que deixar suas casas em 1948 e exige o retorno dos deslocados aos seus antigos lares", explicou à Agência Efe Fati Marshud, diretor da Associação para a Defesa dos Direitos dos Deslocados (ADRID 48), organizadora desta passeata, que neste ano está em sua 20ª edição.
"O especial da manifestação deste ano foi a grande presença de crianças e jovens", afirmou Marshud.
"Gaza esteve muito presente na marcha", disse o diretor em relação à denominada Grande Marcha do Retorno, que começou no último dia 30 de março na Faixa e durará até 15 de maio, quando foi proclamado oficialmente o Estado de Israel, o que deu lugar à primeira guerra com os árabes e ao deslocamento forçado da população árabe.
A passeata transcorreu pacificamente com música e atividades artísticas para as crianças sore as questões da identidade do povo palestino.
Entre os manifestantes estavam judeus israelenses de diferentes organizações, como Zojrot, representantes da Coalizão de Mulheres para a Paz, os ultraortodoxos antissionistas do Neturei Karta e intelectuais como Ilan Pappe, conhecido por seus livros sobre a "nakba" e suas teses sobre esta ter sido uma "limpeza étnica" exercida pelo estado israelense sobre os árabes.
"O que aconteceu então foi uma catástrofe, um desastre humanitário e nacional sob qualquer ponto de vista", declarou o deputado árabe-israelense Ahmad Tibi, da Lista Unida (a terceira força da Knesset, parlamento de Israel), informou o portal de notícias "Ynet".
"Centenas de milhares de cidadãos palestinos vivem até o dia de hoje perto das comunidades das quais foram arrancados. O que seria mais natural, humanitário e justo do que devolvê-los a seus lares nas suas comunidades abandonadas, e devolver-lhes suas propriedades roubadas?", perguntou Tibi.