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Palestina segue ocupada 1 ano após ser reconhecida um Estado

Presidente palestino Mahmud Abbas aproveitou a data e prometeu, na quinta-feira à noite, fazer tudo o que for necessário para estabelecer um Estado palestino

Mahmoud Abbas: maioria dos palestinos considera um erro a decisão de Abbas de ter retomado as negociações de paz com Israel, no final de julho (Amr Abdallah Dalsh/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 29 de novembro de 2013 às 18h27.

Jerusalém - Um ano depois do reconhecimento da Palestina como Estado observador na ONU , há uma crescente pressão sobre seus líderes para que os novos poderes dos palestinos no cenário internacional sejam usados contra Israel.

Não há nenhuma cerimônia oficial planejada para esta sexta-feira nos territórios palestinos para comemorar o dia 29 de novembro de 2012, quando a Assembleia Geral da ONU elevou o status da Palestina, permitindo sua adesão a várias organizações internacionais, incluindo jurisdições de competência mundial.

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, aproveitou a data e prometeu, na quinta-feira à noite, fazer tudo o que for necessário para estabelecer um Estado palestino, garantindo que não "abrirá mão de nenhuma das reivindicações e não assinará nenhum acordo de paz que não atenda às aspirações do seu povo ".

A maioria dos palestinos considera um erro a decisão de Abbas de ter retomado as negociações de paz com Israel, no final de julho, e mais de dois terços acreditam que esse processo será um fracasso, de acordo com uma pesquisa publicada nesta semana.

Abbas se comprometeu a continuar as negociações por nove meses e a suspender, durante este período, qualquer processo de adesão da Palestina a organizações internacionais. Em troca, Israel se comprometeria a libertar 104 prisioneiros palestinos.

A dirigente palestina Hanan Ashraui, que defende que os processos de adesão a organizações do cenário internacional comecem imediatamente, afirmou, na noite de quinta-feira, não entender porque a Palestina ainda sofre pressões para “adiar essas iniciativas”.

“Existe um problema que envenena o processo de paz: a exclusão da Palestina do direito (internacional)", disse Ashraui, durante a inauguração de uma exposição de arquivos audiovisuais da ONU sobre os refugiados palestinos.


Aproximação dos organismos internacionais

O chefe palestino das negociações, Saeb Erekat, disse na quarta-feira em uma entrevista a uma rádio árabe-israelense que, se dependesse dele, os palestinos não esperariam o fim dos nove meses para se voltarem aos organismos internacionais.

"Paramos as negociações e não fomos para a ONU por causa dos presos (dos quais apenas metade foi liberada por Israel), disse outro dirigente palestino, Nabil Shaath, em uma entrevista publicada nesta sexta-feira pelo jornal israelense Maariv.

O deputado independente Mustafa Barghouti, por sua vez, adverte que a Palestina não deve “permitir que Israel use as negociações para a expansão da colonização."

"O mais importante é ir à ONU e, a partir daí, eventualmente ir ao Tribunal Penal Internacional (TPI). Isso poderia ter mais impacto sobre Israel, especialmente no que diz respeito à colonização", opinou esta semana.

Enquanto isso, a organização de defesa de direitos dos palestinos Al Haz convocou "os representantes palestinos a tomarem atitudes perante o TPI para levar os líderes israelenses à justiça."

Os palestinos votaram como Estado na ONU pela primeira vez no último dia 18 de novembro, quando foi eleito um juiz do Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia, algo que o ministro das Relações Exteriores, Riyad al Malki, considerou um "passo para a tão esperada ascensão ao status de membro pleno".

Porém, de acordo com o jornal israelense Haaretz, o ministério abriu mão de apresentar esta semana a candidatura palestina ao Conselho Oleícola Internacional, um órgão técnico, por falta de unanimidade na União Europeia, onde a Alemanha e o Reino Unido não apoiaram a iniciativa, devido as negociações com Israel.

Malki disse à AFP que desconhece este projeto e reiterou o compromisso palestino em suspender qualquer adesão às organizações internacionais durante negociações com Israel.

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Jerusalém - Um ano depois do reconhecimento da Palestina como Estado observador na ONU , há uma crescente pressão sobre seus líderes para que os novos poderes dos palestinos no cenário internacional sejam usados contra Israel.

Não há nenhuma cerimônia oficial planejada para esta sexta-feira nos territórios palestinos para comemorar o dia 29 de novembro de 2012, quando a Assembleia Geral da ONU elevou o status da Palestina, permitindo sua adesão a várias organizações internacionais, incluindo jurisdições de competência mundial.

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, aproveitou a data e prometeu, na quinta-feira à noite, fazer tudo o que for necessário para estabelecer um Estado palestino, garantindo que não "abrirá mão de nenhuma das reivindicações e não assinará nenhum acordo de paz que não atenda às aspirações do seu povo ".

A maioria dos palestinos considera um erro a decisão de Abbas de ter retomado as negociações de paz com Israel, no final de julho, e mais de dois terços acreditam que esse processo será um fracasso, de acordo com uma pesquisa publicada nesta semana.

Abbas se comprometeu a continuar as negociações por nove meses e a suspender, durante este período, qualquer processo de adesão da Palestina a organizações internacionais. Em troca, Israel se comprometeria a libertar 104 prisioneiros palestinos.

A dirigente palestina Hanan Ashraui, que defende que os processos de adesão a organizações do cenário internacional comecem imediatamente, afirmou, na noite de quinta-feira, não entender porque a Palestina ainda sofre pressões para “adiar essas iniciativas”.

“Existe um problema que envenena o processo de paz: a exclusão da Palestina do direito (internacional)", disse Ashraui, durante a inauguração de uma exposição de arquivos audiovisuais da ONU sobre os refugiados palestinos.


Aproximação dos organismos internacionais

O chefe palestino das negociações, Saeb Erekat, disse na quarta-feira em uma entrevista a uma rádio árabe-israelense que, se dependesse dele, os palestinos não esperariam o fim dos nove meses para se voltarem aos organismos internacionais.

"Paramos as negociações e não fomos para a ONU por causa dos presos (dos quais apenas metade foi liberada por Israel), disse outro dirigente palestino, Nabil Shaath, em uma entrevista publicada nesta sexta-feira pelo jornal israelense Maariv.

O deputado independente Mustafa Barghouti, por sua vez, adverte que a Palestina não deve “permitir que Israel use as negociações para a expansão da colonização."

"O mais importante é ir à ONU e, a partir daí, eventualmente ir ao Tribunal Penal Internacional (TPI). Isso poderia ter mais impacto sobre Israel, especialmente no que diz respeito à colonização", opinou esta semana.

Enquanto isso, a organização de defesa de direitos dos palestinos Al Haz convocou "os representantes palestinos a tomarem atitudes perante o TPI para levar os líderes israelenses à justiça."

Os palestinos votaram como Estado na ONU pela primeira vez no último dia 18 de novembro, quando foi eleito um juiz do Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia, algo que o ministro das Relações Exteriores, Riyad al Malki, considerou um "passo para a tão esperada ascensão ao status de membro pleno".

Porém, de acordo com o jornal israelense Haaretz, o ministério abriu mão de apresentar esta semana a candidatura palestina ao Conselho Oleícola Internacional, um órgão técnico, por falta de unanimidade na União Europeia, onde a Alemanha e o Reino Unido não apoiaram a iniciativa, devido as negociações com Israel.

Malki disse à AFP que desconhece este projeto e reiterou o compromisso palestino em suspender qualquer adesão às organizações internacionais durante negociações com Israel.

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