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Orgânicos tentam novos mercados em feira no RJ

Ao todo, 29 empresas de diversos estados brasileiros apresentarão alimentos, bebidas, equipamentos, tecnologia e serviços voltados para produtos cultivados sem o uso de agrotóxicos

Produtos Orgânicos na prateleira de uma das lojas da rede varejista Pão de Açúcar (.)

Produtos Orgânicos na prateleira de uma das lojas da rede varejista Pão de Açúcar (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.

Rio de Janeiro - O aspecto inovador é a principal característica dos produtos orgânicos (cultivados sem o uso de agrotóxicos) que o projeto OrganicsNet, da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), está levando à 22ª edição da feira Super Rio Expofood, que começa hoje (23) e vai até quinta-feira (25) no Riocentro. A feira é considerada uma das maiores dos setores de alimentos, bebidas, equipamentos, serviços e tecnologia da América Latina.

O projeto OrganicsNet engloba  29 empresas de vários estados brasileiros, entre eles  o Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e o Rio Grande do Sul. Nessa edição da Rio Expofood, o projeto apresenta somente  empresas do Rio  de Janeiro: Sítio do Moinho, Rudá Orgânicos, Epicuro, Vale das Palmeiras e Cultivar Brazil.

"Todas estão apresentando produtos inovadores", ressaltou a diretora da SNA e coordenadora do projeto, Silvia Wachsner. O objetivo é abrir novos mercados, saindo de nichos específicos, e partir para feiras estabelecidas para alimentos convencionais, disse Sílvia.

A Epicuro, por exemplo, é a única empresa do Brasil, "e uma das poucas no mundo", que produz um molho para saladas com sementes de papaia light e orgânico. No caso da Rudá, serão apresentados ao público biscoitos e bolos com sabores diferenciados, entre os quais tangerina e gengibre com caqui, além de pães de mel orgânicos com pimenta e geléia kinkan.

O Sítio do Moinho, por sua vez, que foi a primeira padaria orgânica do Brasil,  está introduzindo  no país o agave, adoçante natural feito a partir de um cacto do México, que é substituto do açúcar, "e, sobretudo, pode ser usado por diabéticos". A Cultivar Brazil é especialista em biscoitos sem glúten e procura sempre usar em seus  produtos  sabores brasileiros, como a mandioca, o  milho e o caju. O Vale das Palmeiras, do ator Marcos Palmeiras,  cultiva  legumes e hortaliças orgânicos, além de laticínios.

Silvia Wachsner disse que a produção de orgânicos está crescendo no Rio de Janeiro e em todo o país. O consumo desses produtos está relacionado à prática de esportes, afirmou. "Orgânicos são ligados à saúde e seu consumo vai crescer cada vez mais com os megaeventos esportivos  que ocorrerão no Rio".

Ela lembrou que estão crescendo cada vez mais os espaços nas gôndolas dos supermercados para os produtos orgânicos. Segundo a diretora da SNA,  enquanto no resto do país a produção orgânica  aumenta entre os agricultores familiares, no estado do Rio a principal  característica é a produção  por pessoas que saíram das metrópoles para o interior, em busca de uma vida mais saudável.

Os produtos do OrganicsNet estarão expostos no espaço montado pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) na Super Rio Expofood, onde participarão de rodadas de negócios. Considerados uma prioridade no planejamento estratégico do Sebrae para o biênio 2010/2012, os produtos orgânicos despertam uma nova consciência ambiental na população, observou o coordenador  da carteira de orgânicos do Sebrae, Marcos Vasconcellos. "Tem todo o conceito de saúde  socioambiental por trás do consumo de produtos orgânicos".

O Sebrae  apóia atualmente a produção de orgânicos em 20 municípios fluminenses. Vasconcellos afirmou que a meta é levar o apoio a todas as localidades que demonstrem vocação para o cultivo de produtos orgânicos. Durante a feira, será realizada uma pesquisa para quantificar os consumidores de orgânicos. "Para termos, pelo menos, uma amostra quantificada". O ambiente no estado é favorável à produção orgânica, mas Vasconcellos salientou que a demanda crescente acaba abrindo espaço para fornecedores de outros estados.

Para Marcos Vasconcellos, a produção orgânica fluminense precisa se adequar às normas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Para  isso, o Sebrae pretende atuar de maneira mais forte este ano no apoio à certificação de produtores. O projeto conta com cerca de 80 produtores e processadores, que têm a oportunidade de adquirir as suas certificações segundo as novas regras do ministério, por meio do apoio do Sebrae, informou.

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