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Opositores sírios anunciam formação de nova aliança política

Bloco Nacional pretende desempenhar um papel em uma possível transição política no país árabe

Síria: bloco será integrado por partidos de dentro e de fora da Síria (David Silverman/Getty Images)
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EFE

Publicado em 10 de fevereiro de 2017 às 12h05.

Beirute - Opositores sírios anunciaram nesta sexta-feira em Beirute, no Líbano, a formação de uma nova aliança política, o Bloco Nacional, integrada por partidos de dentro e de fora da Síria, que pretende desempenhar um papel em uma hipotética transição política no país árabe.

Esta coalizão está constituída por partidos como a Corrente Construindo o Estado Sírio, do destacado líder opositor Louay Hussein; o Partido do Povo, o Partido dos Jovens pela Justiça e outras formações e personalidades independentes, entre as quais há representantes curdos.

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"Decidimos criar o Bloco Nacional diante da evolução dos eventos na Síria. Acreditamos que a guerra (entre governo e oposição) terminou, apesar de a luta contra o Daesh (acrônimo em árabe de Estado Islâmico) e a Al Qaeda continuar", disse Hussein em entrevista coletiva em um hotel na capital libanesa.

O dirigente opositor destacou que na conferência de paz sobre a Síria ocorrida em janeiro em Astana, no Cazaquistão, supervisionada por Irã, Rússia e Turquia, abriu-se uma nova via para consolidar o cessar-fogo em território sírio, o que, na sua opinião, prepara o caminho para estabilizar a situação e realizar conversas em Genebra.

Diante desta mudança, Hussein considerou que agora é preciso concentrar os esforços no período de "pós-guerra".

Em sua opinião, o roteiro desta etapa deveria ser a resolução 2254 do Conselho de Segurança da ONU.

Este texto apoia um processo liderado pelos sírios e mediado pela ONU para estabelecer um governo "inclusivo" e não sectário e a redação de uma nova Constituição, além da realização de eleições, monitoradas pela organização internacional.

"Queremos ir a Genebra de um modo sério e pedir a aplicação da resolução 2254 do Conselho de Segurança, que engloba as resoluções anteriores sobre a Síria", adiantou Hussein.

No entanto, após a entrevista coletiva, Hussein declarou à Agência Efe que, por enquanto, a aliança não comparecerá à próxima rodada de negociações sobre a Síria, que está prevista para o dia 20 de fevereiro na cidade suíça, porque não foi convidada, mas manifestou seu desejo de participar no futuro.

Além disso, Hussein afirmou que o grupo não tem "qualquer vínculo com a Comissão Suprema para as Negociações (CSN), nem nenhum contato com eles".

A CSN é a principal aliança de oposição na síria, com sede em Riad, na Arábia Saudita, e na qual estão agrupadas as organizações políticas e militares mais importantes da oposição.

Em sua carta de fundação, o Bloco Nacional defende a proteção dos civis, a integração de todos os componentes da sociedade no processo político, a liberdade de expressão e de reunião, a independência do Poder Judiciário e a redação de uma nova Constituição, entre outros.

Na entrevista coletiva, Hussein ressaltou que a aliança deseja a formação de uma autoridade interina, com integrantes do governo e da oposição, como passo prévio de eleições "livres e transparentes".

O grupo de Hussein, a Corrente Construindo o Estado Sírio, é um dos principais partidos da oposição tolerada dentro do país, mas Hussein esteve preso durante três meses entre novembro de 2014 e fevereiro de 2015 por "divulgar notícias falsas que afetam a moral da nação e debilitam o sentimento nacional".

Hussein foi solto depois que um tribunal penal decretou sua liberdade mediante pagamento de fiança, e se exilou na Espanha, onde vive sua família.

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