Oposição síria não precisa mais de força externa, diz líder
Em entrevista, novo líder da oposição disse que seu povo não precisa mais da intervenção de forças internacionais porque os rebeldes estão quase no centro de Damasco
Da Redação
Publicado em 13 de dezembro de 2012 às 14h02.
Marrakech - O povo sírio não precisa mais da intervenção de forças internacionais porque agora os rebeldes já estão se encaminhando para tomar o centro da capital, Damasco, para derrubar o presidente Bashar al-Assad, disse o novo líder da oposição da Síria , Mouaz al-Khatib, em entrevista à Reuters.
Al-Khatib, herdeiro de uma dinastia de religiosos muçulmanos de Damasco, afirmou que a oposição iria considerar propostas de Assad de entregar o poder e sair do país, mas não dará quaisquer garantias até que receba uma firme proposta.
Ladeado por seguranças, al-Khatib falou à Reuters na noite de quarta-feira, após uma reunião de nações ocidentais e árabes com a oposição síria na cidade marroquina de Marrakech.
"As condições horríveis que o povo sírio suportou o levou em vários momentos a fazer um apelo à comunidade internacional por uma intervenção militar", disse al-Khatib.
"Agora, o povo sírio não tem nada a perder. Eles resolveram seus problemas por si mesmos. Eles não precisam mais de forças internacionais para protegê-lo. A comunidade internacional tem se mantido sonolenta, silenciosa e atrasada (para reagir), já que viu o povo sírio sangrando e seus filhos sendo mortos nos últimos 20 meses", declarou o eloquente líder da oposição.
Sobre Assad, ele disse: "Eu só espero que ele saiba que não tem nenhum papel na Síria ou na vida do povo sírio. A melhor coisa é ele deixar o poder e parar de beber o sangue do povo sírio.".
Al-Khatib culpou as potências mundiais e regionais pela ascensão do islamismo radical na Síria, país que se orgulhava de ser um país tolerante, um mosaico de grupos étnicos. Ele disse que o fracasso do mundo para impedir as forças de Assad de matar manifestantes pacíficos, no início da revolta na Síria, em março de 2011 foi a causa do conflito.
"A comunidade internacional é em parte responsável pelo surgimento de alguns fenômenos preocupantes, por causa de sua negligência para com os povos e nações", disse al-Khatib, que foi eleito no mês passado presidente da Coalizão Nacional Síria para a Oposição e as Forças Revolucionárias.
"Quando um povo inteiro suporta a matança por 20 meses, então emergem grupos com opiniões radicais ou extremistas".
Conferência
Na conferência Amigos da Síria em Marrakesh, 114 países, incluindo os Estados Unidos e os 27 estados da União Europeia, reconheceram a coalizão como legítima representante do povo sírio, sinalizando que mais de quatro décadas da família Assad no poder na Síria podem estar chegando ao fim.
Com a luta sendo travada na capital, não muito longe do palácio de Assad, e num momento em que os rebeldes rapidamente ganham terreno em todo o país, Al-Khatib, disse que uma saída negociada para Assad continua sendo possível.
Al-Khatib é amplamente respeitado por diferentes comunidades religiosas da Síria. Ele é um pregador muçulmano de uma tradicional família que tem sido a guardiã da antiga mesquita Umayyad, no centro de Damasco, um dos locais mais sagrados do Islã.
Marrakech - O povo sírio não precisa mais da intervenção de forças internacionais porque agora os rebeldes já estão se encaminhando para tomar o centro da capital, Damasco, para derrubar o presidente Bashar al-Assad, disse o novo líder da oposição da Síria , Mouaz al-Khatib, em entrevista à Reuters.
Al-Khatib, herdeiro de uma dinastia de religiosos muçulmanos de Damasco, afirmou que a oposição iria considerar propostas de Assad de entregar o poder e sair do país, mas não dará quaisquer garantias até que receba uma firme proposta.
Ladeado por seguranças, al-Khatib falou à Reuters na noite de quarta-feira, após uma reunião de nações ocidentais e árabes com a oposição síria na cidade marroquina de Marrakech.
"As condições horríveis que o povo sírio suportou o levou em vários momentos a fazer um apelo à comunidade internacional por uma intervenção militar", disse al-Khatib.
"Agora, o povo sírio não tem nada a perder. Eles resolveram seus problemas por si mesmos. Eles não precisam mais de forças internacionais para protegê-lo. A comunidade internacional tem se mantido sonolenta, silenciosa e atrasada (para reagir), já que viu o povo sírio sangrando e seus filhos sendo mortos nos últimos 20 meses", declarou o eloquente líder da oposição.
Sobre Assad, ele disse: "Eu só espero que ele saiba que não tem nenhum papel na Síria ou na vida do povo sírio. A melhor coisa é ele deixar o poder e parar de beber o sangue do povo sírio.".
Al-Khatib culpou as potências mundiais e regionais pela ascensão do islamismo radical na Síria, país que se orgulhava de ser um país tolerante, um mosaico de grupos étnicos. Ele disse que o fracasso do mundo para impedir as forças de Assad de matar manifestantes pacíficos, no início da revolta na Síria, em março de 2011 foi a causa do conflito.
"A comunidade internacional é em parte responsável pelo surgimento de alguns fenômenos preocupantes, por causa de sua negligência para com os povos e nações", disse al-Khatib, que foi eleito no mês passado presidente da Coalizão Nacional Síria para a Oposição e as Forças Revolucionárias.
"Quando um povo inteiro suporta a matança por 20 meses, então emergem grupos com opiniões radicais ou extremistas".
Conferência
Na conferência Amigos da Síria em Marrakesh, 114 países, incluindo os Estados Unidos e os 27 estados da União Europeia, reconheceram a coalizão como legítima representante do povo sírio, sinalizando que mais de quatro décadas da família Assad no poder na Síria podem estar chegando ao fim.
Com a luta sendo travada na capital, não muito longe do palácio de Assad, e num momento em que os rebeldes rapidamente ganham terreno em todo o país, Al-Khatib, disse que uma saída negociada para Assad continua sendo possível.
Al-Khatib é amplamente respeitado por diferentes comunidades religiosas da Síria. Ele é um pregador muçulmano de uma tradicional família que tem sido a guardiã da antiga mesquita Umayyad, no centro de Damasco, um dos locais mais sagrados do Islã.