Rebeldes em Damasco: a oposição está disposta a receber a equipe de investigadores internacionais para examinar os lugares supostamente bombardeados com armamento químico (Goran Tomasevic/Files/Reuters)
Da Redação
Publicado em 30 de abril de 2013 às 08h34.
Cairo - A Coalizão Nacional Síria (CNFROS), a principal aliança opositora, denunciou nesta terça-feira que o regime de Bashar al Assad utilizou armas químicas na cidade de Saraqeb, na província de Idlib, na fronteira com a Turquia.
Por meio de um comunicado, a CNFROS afirmou que segundo as informações de ativistas e testemunhas ocorreram vários casos de asfixia por gases nesta cidade. O organismo não informou quando os ataques teriam ocorrido.
Além disso, vários feridos chegaram inconscientes a Bab al Haua, passagem da Síria para a Turquia. Exames médicos serão realizados para saber que tipo de material químico foi empregado.
A CNFROS pediu ao Conselho de Segurança da ONU que aprove o mais rápido possível uma resolução que obrigue o regime a permitir a entrada no país de uma comissão para investigar o uso de armas químicas.
"Relatórios de vários países asseguram que o regime sírio empregou armas químicas de forma limitada, mas que se prepara seriamente para voltar a usá-las de forma ampla. O mundo tem que reagir antes que ocorra uma grande catástrofe", advertiu a aliança opositora.
Em outro comunicado, a CNFROS afirmou que está disposta a receber a equipe de investigadores internacionais nas "zonas liberadas" pela oposição para examinar os lugares supostamente bombardeados com armamento químico e que oferecerá o apoio necessário para um trabalho objetivo e profissional.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e o chefe da equipe internacional de inspetores, Ake Sellstrom, pediram ontem que o governo da Síria conceda "acesso completo" para que os analistas possam determinar se foram usadas armas químicas durante o conflito.
O regime de Damasco pediu em março a Ban para que a ONU investigasse sua denúncia de uso de armas químicas por parte da oposição, enquanto o Reino Unido e a França solicitaram que se averiguasse o suposto uso deste tipo de substância por parte das forças leais a Bashar al Assad.
No entanto, o governo sírio bloqueou no início do mês a chegada do grupo de 15 inspetores por considerar que o mandato da missão proposto pelo secretário-geral permite aos analistas percorreram todo o país e não apenas o ponto que Damasco quer que seja investigado.