Oposição russa reúne milhares em protestos contra Putin
Um comício em Moscou pediu a libertação dos presos políticos e o fim da repressão, nas vésperas do primeiro aniversário do retorno de Vladimir Putin ao Kremlin
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.
Moscou - A oposição russa retomou nesta segunda-feira os protestos contra o Governo com um comício em Moscou no qual pediu a libertação dos presos políticos e o fim da repressão, nas vésperas do primeiro aniversário do retorno de Vladimir Putin ao Kremlin.
"Estão na prisão quando são inocentes", assegurou Mikhail Kasianov, acérrimo crítico da gestão de Putin, na qual exerceu o cargo de primeiro-ministro entre 2000 e 2004, em um improvisado palco na Praça Bolotnaya.
Quase seis meses depois da última grande manifestação contra o Governo no marco da maior onda de protestos desde a queda da URSS, em 1991, cerca de 10 mil pessoas, de acordo com a Polícia (dezenas de milhares, segundo a oposição), saíram hoje às ruas da capital russa.
A cena se repetiu na segunda maior cidade do país, São Petersburgo; na capital dos Montes Urais, Ecaterimburgo; e em outros centros urbanos, mas o número de participantes foi muito mais modesto do que há um ano.
No comício "Pela liberdade", os líderes da oposição extraparlamentar exigiram a libertação dos presos políticos, incluindo os detidos e processados por participarem dos violentos distúrbios que aconteceram há um ano na mesma praça.
Em 6 de maio de 2012, um comício que concentrou mais de 100 mil pessoas provocou enfrentamentos entre manifestantes e policiais, terminando com o saldo de 30 feridos e mais de 500 detidos.
Para muitos, esse comício representou o princípio do fim dos grandes movimentos de protesto, que desde então - em parte devido a leis que, segundo seus críticos, limitam a liberdade de manifestação e expressão - não conseguiram recuperar sua capacidade de mobilização anterior.
Com relação a isso, Kasianov denunciou hoje que os policiais foram os verdadeiros responsáveis pela violência há um ano, ao agredir dezenas de manifestantes sem motivo algum.
Além disso, ressaltou que o ocorrido há um ano não pode ser definido como distúrbio de rua, segundo a legislação vigente, pelo que são falsas as acusações apresentadas contra os presentes, dois dos quais já foram condenados a quatro anos e cinco meses e dois anos e cinco meses de prisão.
"Liberdade para os presos políticos" e "Putin ladrão" eram alguns dos cartazes levados pelos manifestantes, segundo as agências locais.
Durante o comício foram feitas chamadas em favor da iniciativa parlamentar do Partido Comunista, que pediu uma anistia para os presos, por ocasião do 20º aniversário da Constituição russa.
Entre os presentes na praça estava Alexei Navalni, o popular blogueiro anticorrupção e um dos organizadores dos protestos contra a fraude eleitoral. Atualmente, ele é julgado pelo suposto roubo de madeira, o que pode levar a dez anos de prisão.
"Sairemos a essa praça quantas vezes for preciso. Tenho coisas a perder, mas luto por um novo futuro para minha família e meus filhos", disse.
Recentemente, Putin negou que existam presos políticos na Rússia e assegurou que as pessoas não são presas por suas ideias, mas por alterar a ordem pública.
O presidente aconselhou a oposição extraparlamentar a legalizar-se e buscar o apoio popular através da formação de partidos políticos, pois, indicou, "uma coisa é gritar, outra é fazer propostas positivas".
O líder liberal Sergei Mitrokhin opinou que o movimento de protesto em seu atual formato "está praticamente morto", já que há muitas correntes, e acusou os radicais de esquerda de serem culpados pelo fracasso ao provocarem as autoridades.
"É preciso tomar o caminho constitucional, participar das eleições locais, lutar pelo poder, denunciar a fraude. Esse é o único caminho viável para a oposição na Rússia", disse à Agência Efe, antes de participar do comício.
Os analistas políticos acreditam que, apesar dos números de manifestantes terem diminuído drasticamente, o apelo de mobilização entre a classe média russa é muito alto, em grande medida devido às controversas leis adotadas por Putin.
O ato, o primeiro desta classe desde dezembro de 2012, esteve a ponto de ser cancelado devido à morte acidental de um dos operários que montavam o palco. Os manifestantes iniciaram o ato político com um minuto de silêncio em homenagem ao falecido, que tinha 25 anos.
Amanhã chegará à Rússia o secretário de Estado americano, John Kerry, que se reunirá com Putin e com representantes da oposição e das ONG russas para ouvir suas queixas sobre a recente campanha oficial contra a sociedade civil.
Moscou - A oposição russa retomou nesta segunda-feira os protestos contra o Governo com um comício em Moscou no qual pediu a libertação dos presos políticos e o fim da repressão, nas vésperas do primeiro aniversário do retorno de Vladimir Putin ao Kremlin.
"Estão na prisão quando são inocentes", assegurou Mikhail Kasianov, acérrimo crítico da gestão de Putin, na qual exerceu o cargo de primeiro-ministro entre 2000 e 2004, em um improvisado palco na Praça Bolotnaya.
Quase seis meses depois da última grande manifestação contra o Governo no marco da maior onda de protestos desde a queda da URSS, em 1991, cerca de 10 mil pessoas, de acordo com a Polícia (dezenas de milhares, segundo a oposição), saíram hoje às ruas da capital russa.
A cena se repetiu na segunda maior cidade do país, São Petersburgo; na capital dos Montes Urais, Ecaterimburgo; e em outros centros urbanos, mas o número de participantes foi muito mais modesto do que há um ano.
No comício "Pela liberdade", os líderes da oposição extraparlamentar exigiram a libertação dos presos políticos, incluindo os detidos e processados por participarem dos violentos distúrbios que aconteceram há um ano na mesma praça.
Em 6 de maio de 2012, um comício que concentrou mais de 100 mil pessoas provocou enfrentamentos entre manifestantes e policiais, terminando com o saldo de 30 feridos e mais de 500 detidos.
Para muitos, esse comício representou o princípio do fim dos grandes movimentos de protesto, que desde então - em parte devido a leis que, segundo seus críticos, limitam a liberdade de manifestação e expressão - não conseguiram recuperar sua capacidade de mobilização anterior.
Com relação a isso, Kasianov denunciou hoje que os policiais foram os verdadeiros responsáveis pela violência há um ano, ao agredir dezenas de manifestantes sem motivo algum.
Além disso, ressaltou que o ocorrido há um ano não pode ser definido como distúrbio de rua, segundo a legislação vigente, pelo que são falsas as acusações apresentadas contra os presentes, dois dos quais já foram condenados a quatro anos e cinco meses e dois anos e cinco meses de prisão.
"Liberdade para os presos políticos" e "Putin ladrão" eram alguns dos cartazes levados pelos manifestantes, segundo as agências locais.
Durante o comício foram feitas chamadas em favor da iniciativa parlamentar do Partido Comunista, que pediu uma anistia para os presos, por ocasião do 20º aniversário da Constituição russa.
Entre os presentes na praça estava Alexei Navalni, o popular blogueiro anticorrupção e um dos organizadores dos protestos contra a fraude eleitoral. Atualmente, ele é julgado pelo suposto roubo de madeira, o que pode levar a dez anos de prisão.
"Sairemos a essa praça quantas vezes for preciso. Tenho coisas a perder, mas luto por um novo futuro para minha família e meus filhos", disse.
Recentemente, Putin negou que existam presos políticos na Rússia e assegurou que as pessoas não são presas por suas ideias, mas por alterar a ordem pública.
O presidente aconselhou a oposição extraparlamentar a legalizar-se e buscar o apoio popular através da formação de partidos políticos, pois, indicou, "uma coisa é gritar, outra é fazer propostas positivas".
O líder liberal Sergei Mitrokhin opinou que o movimento de protesto em seu atual formato "está praticamente morto", já que há muitas correntes, e acusou os radicais de esquerda de serem culpados pelo fracasso ao provocarem as autoridades.
"É preciso tomar o caminho constitucional, participar das eleições locais, lutar pelo poder, denunciar a fraude. Esse é o único caminho viável para a oposição na Rússia", disse à Agência Efe, antes de participar do comício.
Os analistas políticos acreditam que, apesar dos números de manifestantes terem diminuído drasticamente, o apelo de mobilização entre a classe média russa é muito alto, em grande medida devido às controversas leis adotadas por Putin.
O ato, o primeiro desta classe desde dezembro de 2012, esteve a ponto de ser cancelado devido à morte acidental de um dos operários que montavam o palco. Os manifestantes iniciaram o ato político com um minuto de silêncio em homenagem ao falecido, que tinha 25 anos.
Amanhã chegará à Rússia o secretário de Estado americano, John Kerry, que se reunirá com Putin e com representantes da oposição e das ONG russas para ouvir suas queixas sobre a recente campanha oficial contra a sociedade civil.