Mundo

Oposição russa fará manifestações mesmo sem autorização

Os opositores esperam reunir pelo menos 10 mil pessoas nas passeatas 'por eleições limpas'

Cerca de 600 pessoas foram presas em Moscou por participarem de uma manifestação para denunciar a fraude nas eleições parlamentares
 (Kirill Kudryavtsev/AFP)

Cerca de 600 pessoas foram presas em Moscou por participarem de uma manifestação para denunciar a fraude nas eleições parlamentares (Kirill Kudryavtsev/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de março de 2012 às 12h22.

Moscou - A oposição não parlamentar russa advertiu nesta quinta-feira às autoridades do país que realizará manifestações no dia seguinte às eleições presidenciais de 4 de março mesmo que não tenha autorização para isso.

'Insistiremos para que deixem nos concentrarmos nas praças de Lubianka e Manezh. Se as autoridades não aceitarem, então iremos por nós mesmos', afirmou o ex-vice-primeiro-ministro Boris Nemtsov à agência 'Interfax'.

Nemtsov, um dos dirigentes do comitê organizador das passeatas 'Por eleições limpas', disse que a oposição espera reunir pelo menos 10 mil pessoas: 'não podemos deter o povo que deseja comparecer ao centro de Moscou'.

'Mas faremos todo o possível para que a manifestação ocorra tranquilamente e de forma pacífica, sem provocações, mesmo sem autorização. Pelo menor por parte dos nossos partidários isso não ocorrerá', garantiu.

O líder da Frente de Esquerda, Sergei Udaltsov, assegurou que 'se as autoridades não derem permissão para nós celebrarmos o ato no centro de Moscou, isto seria um grande erro'.

'Ou Lubianka ou Manezh. Não aceitaremos outro lugar. Se não houver acordo, não teremos nenhuma responsabilidade pelo que possa ocorrer. No domingo se decide o futuro do país para os próximos seis anos e a oposição tem direito de se concentrar no centro da capital, junto ao Kremlin', afirmou.

Por sua parte, o ex-campeão mundial de xadrez Garry Kasparov lembrou que durante os grandes protestos antigovernamentais dos últimos meses 'não foi quebrado nem um só vidro'.

'Não se deve temer uma multidão. Achamos que o número de participantes das manifestações tarde ou cedo terminará rachando o poder. Os protestos seguirão até que as autoridades aceitem nossas reivindicações', opinou.

Os opositores denunciaram que se nas eleições presidenciais se repetirem as fraudes que ocorreram na votação parlamentar em dezembro passado, será lançada uma campanha de desobediência civil com protestos em escala nacional.

O prefeito de Moscou, Sergei Sobianin, informou nesta quinta-feira que não permitirá a repetição da Revolução Laranja de 2004 na Ucrânia, na qual os manifestantes acamparam na praça da Independência para denunciar fraudes até conseguirem que as eleições fossem realizadas novamente.

'Ninguém está contra os comícios se não afetarem a vida dos cidadãos', disse Sobianin ao jornal 'Komsomolskaya Pravda'.

Contudo, o prefeito acrescentou: 'mas com certeza não haverá um novo caso como na Ucrânia. Não permitiremos que se montem acampamentos na cidade'.

'Com a exceção da Praça Vermelha, no centro não temos grandes espaços. Os manifestantes entram nas ruas e obstruem o tráfego. Esse é o principal problema', indicou.

Segundo as últimas pesquisas, o ex-presidente e atual primeiro- ministro, Vladimir Putin, ganharia a votação no primeiro turno.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEleiçõesEuropaOposição políticaPolítica no BrasilProtestosRússia

Mais de Mundo

Corte Constitucional de Moçambique confirma vitória do partido governista nas eleições

Terremoto de magnitude 6,1 sacode leste de Cuba

Drones sobre bases militares dos EUA levantam preocupações sobre segurança nacional

Conheça os cinco empregos com as maiores taxas de acidentes fatais nos EUA