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Oposição russa abandona plenário durante discurso de Putin

Os 64 parlamentares saíram da sala após escutar a resposta do primeiro-ministro sobre as denúncias de fraude nas eleições municipais

Putin, que não interrompeu seu discurso quando os deputados abandonaram a sala, aconselhou aos opositores que denunciam a fraude que se dirijam aos tribunais (Ralph Orlowski/Getty Images)

Putin, que não interrompeu seu discurso quando os deputados abandonaram a sala, aconselhou aos opositores que denunciam a fraude que se dirijam aos tribunais (Ralph Orlowski/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2012 às 10h49.

Moscou - Os deputados do partido social-democrata Rússia Justa abandonaram nesta quarta-feira em sinal de protesto a Duma, ou Câmara dos Deputados, durante discurso do primeiro-ministro russo, Vladimir Putin.

Os 64 parlamentares desse partido opositor se levantaram de suas cadeiras e saíram da sala após escutar a resposta de Putin sobre as denúncias de fraude nas eleições municipais na cidade de Astraján.

"Não nos convenceu a resposta do primeiro-ministro. Quando o chefe de Governo diz que não conhece os detalhes, ele está informado de tudo. Pedimos a ele que fizesse uma avaliação pessoal", afirmou Sergei Mironov, líder da Rússia Justa, às agências russas.

Putin, que não interrompeu seu discurso quando os deputados abandonaram a sala, aconselhou aos opositores que denunciam a fraude que se dirijam aos tribunais.

"Se as violações são tamanhas que podem pôr em dúvida os resultados, então o tribunal deve tomar uma decisão sobre sua revogação. Mas se o tribunal não encontra motivos para isso, é preciso aceitar os resultados", afirmou.

O presidente russo eleito criticou o fato de que o candidato da Rússia Justa à Prefeitura de Astraján, Oleg Shein, tenha declarado uma greve de fome antes de recorrer aos tribunais.

Além disso, ele lembrou que o Presidente não possui condições de revogar os resultados eleitorais.

A Comissão Eleitoral Central (CEC) russa negou nesta quarta-feira que houvesse uma fraude nas eleições de Ástrajan, onde Shein está há quase um mês em greve de fome reivindicando a repetição das eleições de 4 de março.

"As denúncias de fraude não foram confirmadas", disse o vice-presidente da CEC, Leonid Ívlev, citado pela agência "Interfax".

A Promotoria da região de Ástrajan informou ter dado início a cinco causas administrativas por irregularidades detectadas em alguns colégios.

No entanto, o órgão afirmou que as causas não afetaram os resultados das eleições que deram a vitória ao candidato do partido governista liderado por Putin, Rússia Unida, Mikhail Stoliarov.

Shein, junto com 20 de seus partidários, declarou greve de fome após a vitória de Stoliarov e denunciou que as eleições foram resultado de uma fraude.

Segundo os dados oficiais, Stoliarov teve 60% dos votos, enquanto Shein obteve 30%.

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