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Oposição nomeará tribunal paralelo em ofensiva contra Maduro

Os parlamentares da oposição farão uma sessão parlamentar pública para nomear 33 magistrados para integrar essa Suprema Corte paralela

Venezuela: segundo um deputado opositor, a próxima semana será crucial para "revertermos essa falsa Constituinte" (Miraflores Palace/Handout/Reuters)
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AFP

Publicado em 21 de julho de 2017 às 10h00.

Última atualização em 21 de julho de 2017 às 10h03.

A oposição venezuelana nomeará nesta sexta-feira (21) no Parlamento, onde é maioria, uma Suprema Corte paralela em sua ofensiva para forçar o presidente Nicolás Maduro a suspender a eleição de uma Assembleia Constituinte.

"Vamos manter a pressão. Nomearemos os juízes e, no sábado (22), retornaremos às ruas. A próxima semana será crucial para a mudança na Venezuela e para revertermos essa falsa Constituinte", declarou o deputado opositor Freddy Guevara.

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Os parlamentares da oposição farão uma sessão parlamentar pública em uma praça no leste de Caracas, onde irão nomear 33 magistrados para integrar essa Suprema Corte paralela.

Na quinta-feira (20), o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) declarou nulo esse processo, por considerar que o Congresso continua em "desacato" desde que a coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) assumiu em janeiro de 2016.

"Qualquer um que assumir indevidamente funções públicas - civis, ou militares -, será culpado do crime de usurpação", declarou o TSJ.

O poderoso líder chavista Diosdado Cabello, candidato à Assembleia Constituinte, ameaçou prender os "usurpadores" após a eleição da Constituinte.

"A ditadura nos acusa de montar um 'Estado paralelo'. Quem usurpou as funções do Parlamento? Nós somos o Estado constitucional", disse Guevara.

A nomeação será feita depois do encerramento da greve geral de 24 horas que deixou dois jovens, de 23 e 24 anos, mortos, na violência registrada no dia anterior. Esses novos óbitos elevam para 99 o número de mortos em quase quatro meses de protestos.

Confrontos entre as forças de segurança e manifestantes foram relatados durante a paralisação em Caracas e em outras cidades, com um saldo de 367 detidos, especialmente na capital e nos estados de Zulia, Nueva Esparta e Carabobo, de acordo com a ONG Foro Penal.

Até a madrugada desta sexta-feira, pequenos grupos de manifestantes bloqueavam algumas ruas com barricadas.

A oposição estima que 85% dos trabalhadores aderiram à greve geral, com o comércio fechado e a circulação dos transportes públicos parcialmente afetada. De acordo com Maduro, a paralisação foi um fracasso, porque setores-chave da economia, como a indústria do petróleo, operaram a 100%.

A oposição segue animada pelos 7,6 milhões de votos obtidos no plebiscito simbólico organizado no último domingo (16) contra a Assembleia Constituinte, cujos 545 membros serão eleitos em 30 de julho.

Os opositores devem boicotar a Constituinte, argumentando que não foi convocada por meio de referendo e que seu sistema eleitoral é "fraudulento".

Nesse contexto doméstico de crise, Maduro enfrenta uma forte pressão internacional. Governos da América Latina, a União Europeia e o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, pediram que o presidente retire o projeto de Constituinte.

A cúpula do Mercosul, bloco integrado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, pretende exigir nesta sexta-feira que Maduro desista do projeto.

Em meio às tensões, o diplomata venezuelano nas Nações Unidas, Isaías Medina, renunciou ao posto, ao denunciar as violações dos direitos humanos em seu país.

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