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Oposição inicia a batalha final na Tailândia

Milhares de manifestantes tailandeses iniciaram a batalha final contra o governo, confronto que deixou alguns feridos

Manifestantes na Tailândia: 5 pessoas ficaram feridas, segundo centro de emergências (Nicolas Asfouri/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 9 de maio de 2014 às 12h08.

Bangcoc -Milhares de manifestantes tailandeses iniciaram nesta sexta-feira a "batalha final" contra o governo, um confronto que deixou alguns feridos durante um ataque frustrado contra um prédio da polícia.

Durante o incidente no Clube da Polícia, cinco pessoas ficaram feridas, segundo o centro de emergências.

O secretário de Segurança do governo interino, Paradorn Pattanatabut, confirmou quatro feridos. Ele disse que as forças de segurança utilizaram jatos de água e gás lacrimogêneo.

Outros manifestantes atacaram as emissoras de televisão . Alguns conseguiram entrar nas instalações do novo canal público, mas sem prejudicar as transmissões.

Os manifestantes, que protestam contra um gabinete fragilizado depois da destituição da primeira-ministra Yingluck Shinawatra, seguiram em passeata, comandada por Suthep Thaugsuban, até a sede do governo, esvaziada há meses justamente pelos reiterados protestos.

"Dormiremos aqui esta noite", disse o ex-primeiro-ministro Thaugsuban (quando a oposição permaneceu no poder entre 2008 e 2010), conhecido por suas declarações 'bombásticas', mas nem sempre realistas.

"Pedimos às pessoas no poder que cooperem e se livrem dos vestígios Thaksin", afirmou, em referência ao ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, irmão da chefe de Governo destituída, completou o líder opositor.

Ao mesmo tempo, os manifestantes construíam barricadas e um acampamento.

"Retomaremos o poder soberano e vamos instaurar um governo do povo", afirmou Suthep.

Centenas de policiais foram mobilizados nas ruas de Bangcoc, ante os temores de confrontos violentos. A atual crise política provocou 25 mortes em seis meses.


Mas a manifestação desta sexta-feira não teve o número expressivo de manifestantes dos protestos convocados em dezembro e janeiro.

Ao mesmo tempo, o movimento dos 'Camisas Vermelhas', leal à família Shinawatra, convocou uma grande manifestação para sábado na capital.

"Estamos dispostos a lutar", afirmou o líder do movimento, Kwanchai Pripana, que prometeu não recorrer à violência.

O Tribunal Constitucional, acusado pelo grupo de integrar "uma coalizão de elites" monárquicas contra o governo, destituiu na quarta-feira a contestada primeira-ministra Yingluck Shinawatra por abuso de poder.

Além disso, uma comissão anticorrupção a declarou culpada na quinta-feira de negligência por um controverso programa de subsídios aos setor do cultivo de arroz.

No entanto, um governo provisório, com quase 20 ministros que "sobreviveram" à destituição de Shinawatra, permanece no poder, apesar de muito fragilizado.

O "golpe de Estado judicial" contra o Executivo, aguardado há várias semanas, é parcial, mas os manifestantes querem aproveitar ao máximo o momento de fragilidade do governo interino.

O movimento opositor é apoiado pela elite ligada ao palácio real, que considera o "clã Shinawatra", que venceu quase todas as eleições desde 2001, como uma ameaça para a monarquia, quando o rei Bhumibol Adulyadej tem 86 anos.

Os manifestantes querem a instalação de um "Conselho do Povo" não eleito, com o objetivo de acabar com a influência de Thaksin Shinawatra, que foi destituído por um golpe de Estado em 2006.

Shinawatra, no exílio, era acusado de dirigir o governo da irmã.

Desde o golpe contra Thaksin, o país vive em crise permanente e o ex-premiê é considerado o grande fator de divisão na Tailândia.

*Atualizada às 12h08 do dia 09/05/2014

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Bangcoc -Milhares de manifestantes tailandeses iniciaram nesta sexta-feira a "batalha final" contra o governo, um confronto que deixou alguns feridos durante um ataque frustrado contra um prédio da polícia.

Durante o incidente no Clube da Polícia, cinco pessoas ficaram feridas, segundo o centro de emergências.

O secretário de Segurança do governo interino, Paradorn Pattanatabut, confirmou quatro feridos. Ele disse que as forças de segurança utilizaram jatos de água e gás lacrimogêneo.

Outros manifestantes atacaram as emissoras de televisão . Alguns conseguiram entrar nas instalações do novo canal público, mas sem prejudicar as transmissões.

Os manifestantes, que protestam contra um gabinete fragilizado depois da destituição da primeira-ministra Yingluck Shinawatra, seguiram em passeata, comandada por Suthep Thaugsuban, até a sede do governo, esvaziada há meses justamente pelos reiterados protestos.

"Dormiremos aqui esta noite", disse o ex-primeiro-ministro Thaugsuban (quando a oposição permaneceu no poder entre 2008 e 2010), conhecido por suas declarações 'bombásticas', mas nem sempre realistas.

"Pedimos às pessoas no poder que cooperem e se livrem dos vestígios Thaksin", afirmou, em referência ao ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, irmão da chefe de Governo destituída, completou o líder opositor.

Ao mesmo tempo, os manifestantes construíam barricadas e um acampamento.

"Retomaremos o poder soberano e vamos instaurar um governo do povo", afirmou Suthep.

Centenas de policiais foram mobilizados nas ruas de Bangcoc, ante os temores de confrontos violentos. A atual crise política provocou 25 mortes em seis meses.


Mas a manifestação desta sexta-feira não teve o número expressivo de manifestantes dos protestos convocados em dezembro e janeiro.

Ao mesmo tempo, o movimento dos 'Camisas Vermelhas', leal à família Shinawatra, convocou uma grande manifestação para sábado na capital.

"Estamos dispostos a lutar", afirmou o líder do movimento, Kwanchai Pripana, que prometeu não recorrer à violência.

O Tribunal Constitucional, acusado pelo grupo de integrar "uma coalizão de elites" monárquicas contra o governo, destituiu na quarta-feira a contestada primeira-ministra Yingluck Shinawatra por abuso de poder.

Além disso, uma comissão anticorrupção a declarou culpada na quinta-feira de negligência por um controverso programa de subsídios aos setor do cultivo de arroz.

No entanto, um governo provisório, com quase 20 ministros que "sobreviveram" à destituição de Shinawatra, permanece no poder, apesar de muito fragilizado.

O "golpe de Estado judicial" contra o Executivo, aguardado há várias semanas, é parcial, mas os manifestantes querem aproveitar ao máximo o momento de fragilidade do governo interino.

O movimento opositor é apoiado pela elite ligada ao palácio real, que considera o "clã Shinawatra", que venceu quase todas as eleições desde 2001, como uma ameaça para a monarquia, quando o rei Bhumibol Adulyadej tem 86 anos.

Os manifestantes querem a instalação de um "Conselho do Povo" não eleito, com o objetivo de acabar com a influência de Thaksin Shinawatra, que foi destituído por um golpe de Estado em 2006.

Shinawatra, no exílio, era acusado de dirigir o governo da irmã.

Desde o golpe contra Thaksin, o país vive em crise permanente e o ex-premiê é considerado o grande fator de divisão na Tailândia.

*Atualizada às 12h08 do dia 09/05/2014

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