Oposição do Zimbábue quer retomar relações com Israel se vencer eleições
Israel fechou sua embaixada no país há anos, embora mantenha sua representação mediante o embaixador na África do Sul
EFE
Publicado em 7 de junho de 2018 às 14h49.
Harare - O líder do principal partido opositor do Zimbábue , o Movimento pelo Mudança Democrática (MDC-t), Nelson Chamisa, afirmou nesta quinta-feira que restabelecerá as deterioradas relações diplomáticas com Israel se sair vencedor nas eleições presidenciais previstas para 30 de julho.
"Devemos restabelecer a nossa relação com Israel. Temos que fazer com que a embaixada de Israel volte para cá, e devemos ter uma embaixada nossa lá", afirmou Chamisa durante o ato de apresentação de seu programa eleitoral em Harare.
Israel fechou sua embaixada em Harare há anos, embora mantenha sua representação no Zimbábue mediante o embaixador na África do Sul.
De fato, o embaixador israelense na África do Sul, Gershon Kedar, garantiu em abril deste ano em declarações aos veículos de imprensa zimbabuanos que seu país tinha interesse em cooperar com o Zimbábue em matéria de agricultura e gestão da água.
"Israel é um ator muito importante e um parceiro na nossa agenda de reconstrução, e também em matéria de renovação espiritual para a nossa nação", acrescentou o líder opositor, de 40 anos.
Chamisa é o principal rival do atual presidente do Zimbábue, Emmerson Mnangagwa, que aspira legitimar o seu mandato através das urnas depois de ter chegado ao poder após um golpe militar em novembro de 2017, que colocou fim à liderança de Robert Mugabe, que estava há 37 anos no poder.
Nos seus últimos anos no cargo, Mugabe, de 94 anos de idade, defendeu uma política externa de aproximação com a China, especialmente porque as principais potências ocidentais retiraram seu apoio devido às violações de direitos humanos e à suposta manipulação eleitoral que o manteve no cargo.
Mnangagwa iniciou um etapa de abertura internacional no Zimbábue, também uma aposta de seu principal rival eleitoral, que afirmou hoje que, caso chegue à Presidência, dirigirá uma política externa "baseada nos melhores benefícios econômicos para o país".