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Oposição da Venezuela acusa Goldman Sachs de financiar ditadura

De acordo com o Wall Street Journal, o Goldman comprou na semana passada papeis da PDVSA com um desconto de cerca de 69%

Goldman Sachs (Lucas Jackson/Reuters)

Goldman Sachs (Lucas Jackson/Reuters)

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Reuters

Publicado em 29 de maio de 2017 às 18h58.

Caracas - O presidente do Congresso da Venezuela, liderado pela oposição, acusou nesta segunda-feira o banco de investimentos de Wall Street Goldman Sachs de "ajudar e estimular o regime ditatorial do país" após uma reportagem de que o banco teria pago 2,8 bilhões de dólares em títulos do país.

De acordo com o Wall Street Journal, o Goldman comprou na semana passada papeis da petroleira estatal Petroleos de Venezuela (PDVSA) com um desconto de cerca de 69 por cento, em troca de injetar dinheiro às problemáticas contas do país, que atravessa uma profunda crise econômica.

Isto acontece à medida que dois meses de protestos da oposição contra o presidente Nicolás Maduro mataram quase 60 pessoas e o colapso da economia do país deixou milhões de pessoas sofrendo para se alimentar.

"O alívio financeiro do Goldman Sachs ao regime irá servir para fortalecer a repressão brutal desencadeada contra os centenas de milhares de venezuelanos protestando pacificamente por mudança política no país", escreveu Julio Borges, presidente do Congresso da Venezuela, em carta ao presidente do Goldman Sachs, Lloyd Blankfein.

"Dada a natureza inconstitucional do governo de Nicolás Maduro, sua falta de vontade de realizar eleições democráticas e seu sistema de violação dos direitos humanos, estou consternado que o Goldman Sachs decidiu entrar nesta transação."

A carta acrescenta que o Congresso irá abrir uma investigação sobre a transação e que Borges irá recomendar "para qualquer governo democrático futuro da Venezuela não reconhecer ou pagar estes títulos".

Um porta-voz do Goldman Sachs disse que o banco se negou a comentar.

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