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Oposição a casamento gay na França eleva o tom de protesto

Os opositores engrossam o coro do "não" no momento em que o projeto de lei entra em sua reta final com o início do trâmite parlamentar nesta segunda-feira

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2013 às 14h00.

Paris - Os opositores ao casamento homossexual na França elevaram o tom do protesto no momento em que o projeto de lei entra em sua reta final com o início do trâmite parlamentar, que começa nesta segunda-feira e se estende até próximo dia 23 de abril, quando deverá ser anunciada sua aprovação definitiva.

As ações de protesto em frente à residência dos ministros, as manifestações não autorizadas e o aumento das criticas nas redes sociais mantiveram o alto nível de oposição a um texto cujo debate marcou a atividade política recente do país.

Na noite de ontem, por exemplo, o ministro do Interior, Manuel Valls, teve que ser escoltado por uma equipe antidistúrbio na saída de um concerto, onde era aguardado por manifestantes opositores.

Além disso, a polícia deteve 67 militantes em frente à Assembleia Nacional, onde tentavam organizar um acampamento de protesto, enquanto, em Nantes, uma jornalista defensora da união entre homossexuais foi agredida no último sábado.

Todos estes incidentes articulados pelos opositores coincidem com a maior presença de grupos de extrema direita ou ultracatólicos, que passaram a adotar uma postura mais violenta do que as registradas nas últimas semanas.

As associações de homossexuais denunciam um aumento "de até quatro vezes" no número de ligações aos seus telefones de ajuda, "um claro sinônimo do clima de homofobia que foi gerado em torno do debate sobre a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo", declarou à Agência Efe o presidente do coletivo LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais), Nicolas Gaugin.

"As declarações dos políticos da direita não são alheias à violência que há no ambiente social. Quando escuta falar sobre "guerra civil" ou de "derramamento de sangue", consegue compreender que houve um aumento real de ações violentas", completou o responsável da Federação LGBT.

Diante deste contexto, Gaugin cobrou mais "responsabilidade" dos políticos conservadores, particularmente dos opositores ao projeto que legaliza os casamentos homossexuais, uma das promessas eleitorais do presidente François Hollande.


Por outro lado, o coletivo "Manif pour tous", que assumiu uma espécie de liderança da oposição ao casamento homossexual, assegura que suas reivindicações são pacíficas e que não possui vínculos com os atos violentos.

Além disso, os dirigentes do coletivo também acusaram o Executivo de tentar passar uma imagem equivocada de suas posições.

"Não somos homofóbicos e nem incitamos a violência", assinalou um porta-voz deste grupo, que reivindica seu direito de "se opor a uma lei que cria muita controvérsia no país".

Disposto a seguir com suas ações de protesto, o coletivo convocou uma grande manifestação para o próximo domingo em Paris, a terceira após as duas que afirmaram ter reunido mais de um milhão de pessoas, um número que a polícia rebaixou para 300 mil.

Uma nova manifestação também pode ser convocada para o próximo dia 23, dia em que os deputados devem votar de forma definitiva o texto, o que poderia marcar sua entrada em vigor.

Aprovada pelos senadores na última sexta-feira, a lei chega hoje à Assembleia Nacional, que a estudará o projeto durante 25 horas de debate - a metade das horas defendidas pelos opositores - em uma segunda leitura.

"É uma provocação", indicou o presidente do grupo parlamentar da conservadora UMP, Christian Jacob, que acusa o governo de dar "um golpe de Estado parlamentar" para evitar o debate sobre "uma lei que cada vez menos franceses aprovam".

Do outro lado desta corrente opositora estão os socialistas, que decidiram acelerar o debate parlamentar sobre um texto que, segundo seu porta-voz parlamentar, Bruno Le Roux, "conta com aprovação de deputados, senadores e da maioria dos franceses".

Se, como está previsto, os deputados adotarem a lei, a oposição conservadora irá ao Conselho Constitucional, enquanto a associação "Manif pour tous" anuncia novas manifestações "até mudar o governo de opinião".

No próximo dia 5 de maio, na véspera do primeiro aniversário da eleição de Hollande, haverá outro ato de protesto, enquanto no dia 26 de maio, o dia das mães na França, voltarão a protestar contra uma lei que, segundo eles, "destrói a família".

O presidente da LGBT, por sua parte, espera que a aprovação do texto "devolva a calma" ao país e que, "assim como ocorreu em outros países, os primeiro casamentos homossexuais consigam fazer as pessoas entenderem que não há nenhum perigo".

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Paris - Os opositores ao casamento homossexual na França elevaram o tom do protesto no momento em que o projeto de lei entra em sua reta final com o início do trâmite parlamentar, que começa nesta segunda-feira e se estende até próximo dia 23 de abril, quando deverá ser anunciada sua aprovação definitiva.

As ações de protesto em frente à residência dos ministros, as manifestações não autorizadas e o aumento das criticas nas redes sociais mantiveram o alto nível de oposição a um texto cujo debate marcou a atividade política recente do país.

Na noite de ontem, por exemplo, o ministro do Interior, Manuel Valls, teve que ser escoltado por uma equipe antidistúrbio na saída de um concerto, onde era aguardado por manifestantes opositores.

Além disso, a polícia deteve 67 militantes em frente à Assembleia Nacional, onde tentavam organizar um acampamento de protesto, enquanto, em Nantes, uma jornalista defensora da união entre homossexuais foi agredida no último sábado.

Todos estes incidentes articulados pelos opositores coincidem com a maior presença de grupos de extrema direita ou ultracatólicos, que passaram a adotar uma postura mais violenta do que as registradas nas últimas semanas.

As associações de homossexuais denunciam um aumento "de até quatro vezes" no número de ligações aos seus telefones de ajuda, "um claro sinônimo do clima de homofobia que foi gerado em torno do debate sobre a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo", declarou à Agência Efe o presidente do coletivo LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais), Nicolas Gaugin.

"As declarações dos políticos da direita não são alheias à violência que há no ambiente social. Quando escuta falar sobre "guerra civil" ou de "derramamento de sangue", consegue compreender que houve um aumento real de ações violentas", completou o responsável da Federação LGBT.

Diante deste contexto, Gaugin cobrou mais "responsabilidade" dos políticos conservadores, particularmente dos opositores ao projeto que legaliza os casamentos homossexuais, uma das promessas eleitorais do presidente François Hollande.


Por outro lado, o coletivo "Manif pour tous", que assumiu uma espécie de liderança da oposição ao casamento homossexual, assegura que suas reivindicações são pacíficas e que não possui vínculos com os atos violentos.

Além disso, os dirigentes do coletivo também acusaram o Executivo de tentar passar uma imagem equivocada de suas posições.

"Não somos homofóbicos e nem incitamos a violência", assinalou um porta-voz deste grupo, que reivindica seu direito de "se opor a uma lei que cria muita controvérsia no país".

Disposto a seguir com suas ações de protesto, o coletivo convocou uma grande manifestação para o próximo domingo em Paris, a terceira após as duas que afirmaram ter reunido mais de um milhão de pessoas, um número que a polícia rebaixou para 300 mil.

Uma nova manifestação também pode ser convocada para o próximo dia 23, dia em que os deputados devem votar de forma definitiva o texto, o que poderia marcar sua entrada em vigor.

Aprovada pelos senadores na última sexta-feira, a lei chega hoje à Assembleia Nacional, que a estudará o projeto durante 25 horas de debate - a metade das horas defendidas pelos opositores - em uma segunda leitura.

"É uma provocação", indicou o presidente do grupo parlamentar da conservadora UMP, Christian Jacob, que acusa o governo de dar "um golpe de Estado parlamentar" para evitar o debate sobre "uma lei que cada vez menos franceses aprovam".

Do outro lado desta corrente opositora estão os socialistas, que decidiram acelerar o debate parlamentar sobre um texto que, segundo seu porta-voz parlamentar, Bruno Le Roux, "conta com aprovação de deputados, senadores e da maioria dos franceses".

Se, como está previsto, os deputados adotarem a lei, a oposição conservadora irá ao Conselho Constitucional, enquanto a associação "Manif pour tous" anuncia novas manifestações "até mudar o governo de opinião".

No próximo dia 5 de maio, na véspera do primeiro aniversário da eleição de Hollande, haverá outro ato de protesto, enquanto no dia 26 de maio, o dia das mães na França, voltarão a protestar contra uma lei que, segundo eles, "destrói a família".

O presidente da LGBT, por sua parte, espera que a aprovação do texto "devolva a calma" ao país e que, "assim como ocorreu em outros países, os primeiro casamentos homossexuais consigam fazer as pessoas entenderem que não há nenhum perigo".

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