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Da Redação
Publicado em 6 de maio de 2013 às 16h49.
Genebra - Investigadores de crimes de guerra da ONU não chegaram a nenhuma conclusão sobre o uso de armas químicas por nenhuma das partes envolvidas no conflito na Síria, disse a comissão de inquérito nesta segunda-feira, minimizando as alegações de um dos membros da equipe de que forças rebeldes haviam utilizado esse tipo de arma.
A investigadora Carla Del Ponte pegou de surpresa os funcionários da ONU no domingo, ao dizer que a comissão reuniu depoimentos de vítimas e de equipes médicas indicando que as forças rebeldes tinham usado o gás nervoso sarin, que é proibido.
"A comissão de inquérito independente internacional sobre a República Árabe da Síria quer esclarecer que não chegou a resultados conclusivos quanto ao uso de armas químicas na Síria por qualquer uma das partes envolvidas no conflito", disse a comissão em comunicado.
O governo do presidente Bashar al-Assad e os rebeldes acusam um ao outro de realizar três ataques com armas químicas, um perto de Aleppo, outro perto de Damasco, ambos em março, e outro em Homs, em dezembro.
Del Ponte, ex-procuradora-geral suíça que também atuou como promotora do Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia, não deu detalhes sobre quando ou onde o sarin pode ter sido usado. Ela falou em uma entrevista a uma televisão suíça-italiana.
Em comentários postados em inglês nesta segunda-feira, ela repetiu a afirmação, dizendo que o depoimento de uma testemunha deu a parecer que algumas armas químicas foram utilizadas.
"O que parece para nossa investigação é que as armas foram usadas pelos adversários, pelos rebeldes", disse a investigadora. "Não temos nenhuma indicação de que o governo sírio tenha usado armas químicas."
O inquérito sobre crimes de guerra e outras violações dos direitos humanos, conduzido em Genebra e liderado pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, é separado da investigação sobre o suposto uso de armas químicas, sob responsável do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
O gabinete de Ban ainda está tentando negociar a entrada na Síria para investigar e coletar amostras.