ONU pede que governo da Venezuela respeite direito à opinião
A porta-voz do Alto Comissário também dirigiu sua fala como uma crítica à inabilitação do líder opositor Henrique Capriles para exercer cargos públicos
EFE
Publicado em 11 de abril de 2017 às 09h40.
Genebra - O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos pediu nesta terça-feira ao governo da Venezuela que respeite o direito à manifestação pacífica e a liberdade de expressão de seus cidadãos e fez um apelo "a todas as partes" a renunciar à violência.
"Estamos preocupados com os relatórios sobre (atos de) violência durante os protestos. Fazemos uma chamada ao governo da Venezuela para garantir que seja respeitado o direito à manifestação pacífica e à liberdade de opinião", afirmou a porta-voz do alto comissionado, Elizabeth Throssell, em um comunicado.
A porta-voz também se referiu à inabilitação do líder opositor Henrique Capriles para exercer qualquer cargo público durante 15 anos e lembrou que o político foi "escolhido democraticamente" e foi dirigente durante mais de duas décadas.
A oposição venezuelana tem se manifestado em Caracas em apoio ao parlamento, de maioria antichavista, pedindo eleições e a saída dos magistrados do Tribunal Supremo.
Estas manifestações, no entanto, terminaram em conflitos com a Polícia, que impediu a passagem do protesto pelo centro da capital e repeliram os manifestantes com gás lacrimogêneo e outros meios repressivos.
É por isso que a porta-voz fez uma chamada "às forças de segurança para operarem em conformidade com as normas internacionais sobre direitos humanos" em suas ações para "gerenciar" as manifestações.
Além disso, pediu aos manifestantes que "usem meios pacíficos para se fazerem ouvir", e pediu a todos os envolvidos para não usar a violência.
Neste contexto, o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad Al Hussein, pediu "uma investigação independente" sobre o caso de Jairo Ortiz, de 19 anos, que morreu na semana passada na cidade de Carrizal, no estado de Miranda, nos arredores de Caracas.
Incialmente foi informado que o jovem tinha morrido durante uma das manifestações contra o governo nessa localidade, mas o governo negou e afirmou que ele tinha sido abatido por um policial de trânsito cujas funções não estão vinculadas à tarefa de ordem pública.