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ONU pede investigação sobre crimes de guerra de Israel

A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos pediu uma investigação sobre possíveis crimes de guerra israelenses em Gaza

Navi Pillay: Navi também denunciou ataques do Hamas contra zonas civis de Israel (Fabrice Coffrini/AFP)
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Da Redação

Publicado em 23 de julho de 2014 às 13h27.

Genebra - A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, pediu nesta quarta-feira uma investigação sobre possíveis crimes de guerra israelenses em Gaza , ao mesmo tempo em que denunciou ataques indiscriminados do movimento islamita palestino Hamas contra zonas civis de Israel.

"Existe uma alta possibilidade de que o direito humanitário internacional tenha sido violado, o que pode constituir crimes de guerra", disse Pillay, citando como exemplo a destruição de casas e os civis mortos na Faixa de Gaza, entre eles crianças.

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A Alta Comissária pediu uma investigação sobre cada um destes crimes.

Pillay participava de uma reunião extraordinária do Conselho de Direitos Humanos da ONU sobre a ofensiva militar israelense no território palestino, que deixou 650 mortos palestinos e 31 israelenses mortos em pouco mais de duas semanas. O Conselho realizou uma reunião urgente solicitada pelos palestinos e pelos países árabes para exigir o respeito ao direito internacional em Gaza e na Cisjordânia ocupada.

A Alta Comissária também criticou o momento islamita palestino, considerando que, "mais uma vez, os princípios de diferenciação e de precaução não foram respeitados claramente nos ataques indiscriminados cometidos contra zonas civis pelo Hamas e por outros grupos palestinos armados".

Um projeto, que será submetido à votação dos participantes da reunião, condena "firmemente as violações maciças e sistemáticas dos direitos humanos provenientes das operações militares israelenses desde 13 de junho nos territórios palestinos ocupados, em particular a ofensiva israelense em Gaza".

"Israel está cometendo crimes hediondos. Israel destrói completamente bairros residenciais. O que Israel faz (...) é um crime contra a humanidade", declarou o ministro das Relações Exteriores palestino, Riad Maliki, perante o Conselho.

"Israel, força de ocupação, mira há 16 dias nas crianças, mulheres, idosos e os priva de seu direito à vida com bombardeios. Há uma incursão terrestre (...) e isso vai trazer consigo crimes contra civis palestinos, assassinatos deliberados de civis", acrescentou.

Já o representante israelense no Conselho, Eviatar Manor, acusou o Hamas de cometer "crimes de guerra quando dispara foguetes e mísseis" contra civis, constrói túneis para atacar aldeias e oculta munições nas escolas.

"O Hamas carrega toda a responsabilidade pelas vítimas de Gaza" e o presidente palestino, Mahmud "Abbas, deveria dissolver seu governo para demonstrar sua vontade de paz", afirmou.

O Hamas renunciou oficialmente ao poder na Faixa de Gaza após um acordo com a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) de Abbas e a posterior formação no dia 2 de junho de um governo de união para Gaza e Cisjordânia composto por personalidades independentes. Israel criticou severamente a formação deste gabinete de união.

O projeto de resolução examinado nesta quarta-feira pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU pede proteção internacional para os palestinos e uma investigação internacional urgente sobre a ofensiva israelense.

Também pede à Suíça, como depositária das convenções de Genebra, que organize uma conferência sobre a situação nos territórios ocupados.

Segundo Manor, este projeto de resolução é um texto totalmente desequilibrado que "joga lenha na fogueira".

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