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ONU exige acesso humanitário a campo palestino de Damasco

Uma delegação palestina viajou à capital síria para negociar a ajuda ao campo de refugiados, segundo uma fonte palestina em Ramallah

Homem caminha pelo campo de refugiados palestinos de Yarmuk, situado em Damasco (Youssef Karwashan/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 7 de abril de 2015 às 10h57.

Damasco - O Conselho de Segurança da ONU exigiu acesso humanitário ao campo palestino de Yarmuk em Damasco, do qual os refugiados fogem apavorados com a chegada dos jihadistas do grupo Estado Islâmico ( EI ).

Uma delegação palestina viajou à capital síria para negociar a ajuda ao campo de refugiados, segundo uma fonte palestina em Ramallah.

O Conselho de Segurança, integrado por 15 países, fez um apelo para a "proteção dos civis no campo e para assegurar o acesso humanitário à área, fornecer assistência e salvar vidas", disse a embaixadora Dina Kawar, da Jordânia, país que preside o organismo em abril.

"O Conselho está pronto para considerar as medidas adicionais que poderiam ser adotadas com o objetivo de fornecer proteção e assistência necessárias aos palestinos de Yarmuk", completou a diplomata.

Kawar recordou resoluções da ONU sobre a Síria que obrigam "todas as partes a suspender os cercos às zonas habitadas e facilitar a distribuição de ajuda humanitária".

O EI obteve a rendição de parte das forças palestinas dentro de Yarmuk. Atualmente controla boa parte do campo, cercado pelo exército do regime e a apenas 8 km do centro de Damasco.

Os membros do Conselho de Segurança "condenaram com a maior veemência possível os graves crimes cometidos" em Yarmuk pelo EI e a Frente Al-Nosra, filial síria da Al-Qaeda, e destacaram a necessidade de condenar os crimes, disse a embaixadora.

O governo dos Estados Unidos condenou de "maneira enérgica o ataque do EI contra Yarmuk" em um comunicado do Departamento de Estado.

Escassez total

O Conselho de Segurança foi informado sobre a situação em Yarmuk pelo Comissário Geral da UNRWA (Agência da ONU para os Refugiados Palestinos), Pierre Krähenbühl.

Em uma videoconferência na Jordânia, Krähenbühl destacou uma "situação humanitária totalmente catastrófica".

"Os moradores sobrevivem com apenas 400 calorias diárias", disse.

O grupo EI lançou na semana passada uma ofensiva com a ajuda da Frente Al-Nosra, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Yarmuk, o maior campo de refugiados palestinos da Síria, abrigou antes da guerra 160.000 pessoas, mas atualmente restam apenas 18.000.

Os habitantes sofrem com escassez de comida, água e medicamentos, consequência de um cerco praticamente total imposto há mais de um ano pelo regime sírio.

Um acordo permitiu no ano passado uma leve flexibilização do cerco, mas o acesso humanitário continuou limitado.

Na semana passada, milhares de residentes conseguiram fugir e buscar refúgio no bairro Tadamun de Damasco, sob controle das forças governamentais.

Os refugiados afirmaram que suportaram o cerco e os bombardeios, mas que não conseguiriam enfrentar o avanço do Estado Islâmico.

"Saí do campo", afirmou Um Usama, de 40 anos de idade, que morava no local há 17 anos.

"Teria permanecido, apesar dos bombardeios e da fome, mas a chegada do Daesh (acrônimo em árabe do Estado Islâmico) significa destruição e matanças", disse Usama.

Em Damasco, a delegação palestina centrará os esforços em garantir a segurança e assistência às pessoas que moram no campo, afirmou Ahmed Majdalani, da Organização para a Libertação da Palestina (OLP).

"Negociaremos com oficiais sírios para que garantam a segurança do corredor humanitário aberto na segunda-feira, para levar ajuda e retirar os civis, para que não virem escudos humanos do grupo terrorista Daesh", explicou Majdalani.

Ele também se reunirá com as facções palestinas para discutir como enfrentar a ameaça do Estado Islâmico.

A Síria vive uma guerra civil há quatro anos, com a participação de vários grupos jihadistas que lutam não apenas contra o regime sírio, mas também contra outros rebeldes moderados.

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Damasco - O Conselho de Segurança da ONU exigiu acesso humanitário ao campo palestino de Yarmuk em Damasco, do qual os refugiados fogem apavorados com a chegada dos jihadistas do grupo Estado Islâmico ( EI ).

Uma delegação palestina viajou à capital síria para negociar a ajuda ao campo de refugiados, segundo uma fonte palestina em Ramallah.

O Conselho de Segurança, integrado por 15 países, fez um apelo para a "proteção dos civis no campo e para assegurar o acesso humanitário à área, fornecer assistência e salvar vidas", disse a embaixadora Dina Kawar, da Jordânia, país que preside o organismo em abril.

"O Conselho está pronto para considerar as medidas adicionais que poderiam ser adotadas com o objetivo de fornecer proteção e assistência necessárias aos palestinos de Yarmuk", completou a diplomata.

Kawar recordou resoluções da ONU sobre a Síria que obrigam "todas as partes a suspender os cercos às zonas habitadas e facilitar a distribuição de ajuda humanitária".

O EI obteve a rendição de parte das forças palestinas dentro de Yarmuk. Atualmente controla boa parte do campo, cercado pelo exército do regime e a apenas 8 km do centro de Damasco.

Os membros do Conselho de Segurança "condenaram com a maior veemência possível os graves crimes cometidos" em Yarmuk pelo EI e a Frente Al-Nosra, filial síria da Al-Qaeda, e destacaram a necessidade de condenar os crimes, disse a embaixadora.

O governo dos Estados Unidos condenou de "maneira enérgica o ataque do EI contra Yarmuk" em um comunicado do Departamento de Estado.

Escassez total

O Conselho de Segurança foi informado sobre a situação em Yarmuk pelo Comissário Geral da UNRWA (Agência da ONU para os Refugiados Palestinos), Pierre Krähenbühl.

Em uma videoconferência na Jordânia, Krähenbühl destacou uma "situação humanitária totalmente catastrófica".

"Os moradores sobrevivem com apenas 400 calorias diárias", disse.

O grupo EI lançou na semana passada uma ofensiva com a ajuda da Frente Al-Nosra, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Yarmuk, o maior campo de refugiados palestinos da Síria, abrigou antes da guerra 160.000 pessoas, mas atualmente restam apenas 18.000.

Os habitantes sofrem com escassez de comida, água e medicamentos, consequência de um cerco praticamente total imposto há mais de um ano pelo regime sírio.

Um acordo permitiu no ano passado uma leve flexibilização do cerco, mas o acesso humanitário continuou limitado.

Na semana passada, milhares de residentes conseguiram fugir e buscar refúgio no bairro Tadamun de Damasco, sob controle das forças governamentais.

Os refugiados afirmaram que suportaram o cerco e os bombardeios, mas que não conseguiriam enfrentar o avanço do Estado Islâmico.

"Saí do campo", afirmou Um Usama, de 40 anos de idade, que morava no local há 17 anos.

"Teria permanecido, apesar dos bombardeios e da fome, mas a chegada do Daesh (acrônimo em árabe do Estado Islâmico) significa destruição e matanças", disse Usama.

Em Damasco, a delegação palestina centrará os esforços em garantir a segurança e assistência às pessoas que moram no campo, afirmou Ahmed Majdalani, da Organização para a Libertação da Palestina (OLP).

"Negociaremos com oficiais sírios para que garantam a segurança do corredor humanitário aberto na segunda-feira, para levar ajuda e retirar os civis, para que não virem escudos humanos do grupo terrorista Daesh", explicou Majdalani.

Ele também se reunirá com as facções palestinas para discutir como enfrentar a ameaça do Estado Islâmico.

A Síria vive uma guerra civil há quatro anos, com a participação de vários grupos jihadistas que lutam não apenas contra o regime sírio, mas também contra outros rebeldes moderados.

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