Exame Logo

ONU entrega ajuda humanitária a quase 400 mil sírios

Os comboios da ONU também alcançaram áreas definidas como "de difíceis acesso", por causa das dezenas de controles de segurança por diferentes grupos

Ajuda humanitária: das 19 áreas sitiadas, duas estão cercadas por grupos rebeldes, uma pelo EI e 16 pelo regime (Bassam Khabieh / Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 31 de março de 2016 às 10h27.

Genebra - As Nações Unidas conseguiram entregar assistência humanitária a quase 400 mil pessoas na Síria -150 mil delas em áreas sitiadas- desde o começo do ano, segundo anunciou nesta quinta-feira o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA).

Os comboios da ONU também alcançaram -em alguns casos várias vezes- áreas definidas como "de difíceis acesso", por causa principalmente das dezenas de controles de segurança impostos por diferentes grupos beligerantes.

Nestas zonas "de difíceis acessos", as agência humanitárias puderam distribuir assistência a quase 200 mil pessoas.

Além disso, a Agência das Nações Unidas para a Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA) entregou ajuda adicional a 19 mil pessoas que residem na periferia de Damasco, incluída a cidade de Yarmouk.

Das 19 áreas que a ONU considera como sitiadas, duas estão cercadas por grupos rebeldes (Fua e Kafraya), uma pelo autodenominado Estado Islâmico (Deir ez Zor), e 16 pelo regime de Bashar al Assad ou por seus aliados da guerrilha libanesa do Hezbollah.

"Está claro quem é o principal responsável dos sítios e de permitir ou negar que a ajuda seja entregue", disse em entrevista coletiva Jan Egeland, que preside o grupo de trabalho da ONU sobre acesso humanitário.

Até o momento, a ONU pôde entregar assistência a 11 áreas cercadas e tem autorização do governo para poder repartir ajuda a mais três (Arbin, Zamalka e Zabdin), embora o regime ainda não tenha dado sinal verde para poder realmente começar com as distribuições de assistência.

Enquanto, o governo segue rejeitando dar autorização para entrar em Duma, Daraya e no leste de Harasta, considerados fortificações da oposição.

"Realmente estou frustrado. Não foi uma boa semana. Os bloqueios burocráticos persistem e não são concedidas autorizações. É bloqueada a entrada de material cirúrgico, negada a autorização para que entre o pessoal médico e não são aceitas evacuações médicas", se lamentou Egeland.

O responsável explicou que nesta semana três crianças de Madaya morreram após a explosão de uma bomba com a qual estavam brincando, que não as matou, mas sim porque foi negada a evacuação.

Perante esta situação, Egeland voltou a pedir aos países com influência sobre o regime -e citou especificamente Rússia, Irã, Iraque e China- que pressionem o Executivo para que autorize todas as solicitações humanitárias.

Apesar destes empecilhos, Egeland se mostrou "esperançoso" de poder conseguir o objetivo fixado de fazer chegar até o final de abril ajuda essencial a 1,1 milhão de sírios.

A ONU calcula que quase cinco milhões de sírios sobrevivem em "áreas de difícil acesso", e deles 480 mil pessoas em zonas sitiadas.

Veja também

Genebra - As Nações Unidas conseguiram entregar assistência humanitária a quase 400 mil pessoas na Síria -150 mil delas em áreas sitiadas- desde o começo do ano, segundo anunciou nesta quinta-feira o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA).

Os comboios da ONU também alcançaram -em alguns casos várias vezes- áreas definidas como "de difíceis acesso", por causa principalmente das dezenas de controles de segurança impostos por diferentes grupos beligerantes.

Nestas zonas "de difíceis acessos", as agência humanitárias puderam distribuir assistência a quase 200 mil pessoas.

Além disso, a Agência das Nações Unidas para a Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA) entregou ajuda adicional a 19 mil pessoas que residem na periferia de Damasco, incluída a cidade de Yarmouk.

Das 19 áreas que a ONU considera como sitiadas, duas estão cercadas por grupos rebeldes (Fua e Kafraya), uma pelo autodenominado Estado Islâmico (Deir ez Zor), e 16 pelo regime de Bashar al Assad ou por seus aliados da guerrilha libanesa do Hezbollah.

"Está claro quem é o principal responsável dos sítios e de permitir ou negar que a ajuda seja entregue", disse em entrevista coletiva Jan Egeland, que preside o grupo de trabalho da ONU sobre acesso humanitário.

Até o momento, a ONU pôde entregar assistência a 11 áreas cercadas e tem autorização do governo para poder repartir ajuda a mais três (Arbin, Zamalka e Zabdin), embora o regime ainda não tenha dado sinal verde para poder realmente começar com as distribuições de assistência.

Enquanto, o governo segue rejeitando dar autorização para entrar em Duma, Daraya e no leste de Harasta, considerados fortificações da oposição.

"Realmente estou frustrado. Não foi uma boa semana. Os bloqueios burocráticos persistem e não são concedidas autorizações. É bloqueada a entrada de material cirúrgico, negada a autorização para que entre o pessoal médico e não são aceitas evacuações médicas", se lamentou Egeland.

O responsável explicou que nesta semana três crianças de Madaya morreram após a explosão de uma bomba com a qual estavam brincando, que não as matou, mas sim porque foi negada a evacuação.

Perante esta situação, Egeland voltou a pedir aos países com influência sobre o regime -e citou especificamente Rússia, Irã, Iraque e China- que pressionem o Executivo para que autorize todas as solicitações humanitárias.

Apesar destes empecilhos, Egeland se mostrou "esperançoso" de poder conseguir o objetivo fixado de fazer chegar até o final de abril ajuda essencial a 1,1 milhão de sírios.

A ONU calcula que quase cinco milhões de sírios sobrevivem em "áreas de difícil acesso", e deles 480 mil pessoas em zonas sitiadas.

Acompanhe tudo sobre:ONUSíria

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame