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ONU diz ser possível "fazer mais e melhor" sobre metas

Comércio dos países em desenvolvimento e as economias em transição avançaram mais que economia mundial


	Ban Ki-moon: secretário da ONU alertou que em 2012 os preços nos países de subdesenvolvidos e em desenvolvimento foram 3,3 vezes superiores aos preços internacionais de referência
 (Khaled Desouki/AFP)

Ban Ki-moon: secretário da ONU alertou que em 2012 os preços nos países de subdesenvolvidos e em desenvolvimento foram 3,3 vezes superiores aos preços internacionais de referência (Khaled Desouki/AFP)

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Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2013 às 17h44.

A ONU comemorou nesta quinta-feira os progressos da comunidade internacional para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), e ao mesmo tempo advertiu que é possível fazer "mais e melhor" para completar a oitava dessas metas, que propõe uma aliança global para o desenvolvimento.

"Os ODM mobilizaram a ação dos governos, da sociedade civil e de outros parceiros com resultados significativos. Para onde olharmos os ODM mostram resultados satisfatórios, mas não sucesso completo", disse hoje o secretário-geral Ban Ki-moon.

Acompanhado pelo assistente para o Desenvolvimento Econômico, Shamshad Akhtar, e o diretor de políticas de desenvolvimento do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), Olav Kjorven, o secretário-geral apresentou hoje o relatório do Grupo de Tarefas sobre o defasagem na conquista dos ODM 2013 "Aliança Mundial para o Desenvolvimento: O Desafio Pendente".

Segundo o estudo, apesar de os países em desenvolvimento terem mais acesso a mercados para suas exportações e um alívio maior da dívida, a comunidade internacional deve reafirmar seu compromisso de aumentar a ajuda e fechar um acordo comercial multilateral orientado para o desenvolvimento que impulsione o avanço dos ODM.

"O panorama é variado. Podemos conseguir resultados melhores. A melhor maneira de se preparar para o período pós 2015 é demonstrar que quando a comunidade internacional se compromete com uma aliança mundial para o desenvolvimento, o faz com seriedade e dirige seus recursos para onde é mais necessário", disse Ban.

Ele ponderou que ainda há "muito por fazer" já que, embora a economia global pareça ter começado a melhorar "lentamente", as consequências da crise ainda estão sendo pagas e "pela primeira vez em muito tempo" a Ajuda Oficial ao Desenvolvimento (AOD) caiu pelo segundo ano consecutivo.


Ano passado a AOD caiu 4% em relação a 2011, de US$ 134 bilhões para US$ 125,9 bilhões, muito por causa das medidas de austeridade fiscal adotadas pelos países da União Europeia (UE), enquanto a ajuda bilateral destinada aos 49 Países Menos Desenvolvidos diminuiu 12,8%, cerca de 26 bilhões.

Ban lembrou outros "desafios", como a Rodada de Doha estar em ponto morto; os países em desenvolvimento que precisam reestruturar sua dívida; e que os remédios essenciais são algumas vezes "impagáveis" e difíceis de encontrar; e que o acesso às novas tecnologias continua sendo "limitado" em muitos países.

Sobre a Rodada de Doha, o relatório lembrou que as conversas foram declaradas oficialmente estagnadas em dezembro de 2011, mas confiou que a 9ª Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio, que será realizada em Bali, na Indonésia, em dezembro, significará uma oportunidade de superar esta estagnação.

O comércio dos países em desenvolvimento e as economias em transição avançaram mais que a economia mundial, e sua participação no comércio mundial alcançou 44,4% em 2012.

Para reforçar a aliança mundial para o desenvolvimento, o relatório recomenda coibir firmemente a evasão fiscal, fortalecer as normas de segurança da indústria, combater a dívida insustentável e melhorar a regulamentação financeira e as normas do comércio mundial.

A ONU destacou que a vida de milhões de pessoas melhorou depois do investimento em metas relacionadas à redução da pobreza, ao maior acesso à água potável, à melhora das condições de vida dos habitantes de bairros de periferia e a conquista da paridade entre gêneros na educação primária.


Segundo o relatório, o envio de remessas cresceu apesar das dificuldades de emprego dos trabalhadores migrantes nos países desenvolvidos, e chegaram a US$ 401 bilhões em 2012, 5,3% a mais que 2011, e com a previsão de que continuem aumentando no futuro.

Sobre medicamentos essenciais, Ban alertou que em 2012 os preços nos países de subdesenvolvidos e em desenvolvimento foram 3,3 vezes superiores aos preços internacionais de referência, por isso encorajaram as farmacêuticas a oferecer remédios a preços mais econômicos e a desenvolver novos fármacos que têm importância crítica para esses países.

O destaque nas novas tecnologias fica para o aumento de 12% no uso da internet em países em desenvolvimento e a taxa de penetração do uso da internet aumentou 31%, enquanto o número de assinantes da telefonia móvel alcançou em todo o mundo 6,8 bilhões.

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