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ONU diz que ajuda para reduzir desastres é mal distribuída

Em 2011, o impacto econômico das catástrofes alcançou US$ 363 bilhões, o maior número até agora

ONU: quatro países - Paquistão, Indonésia, Índia e Bangladesh - acumularam 75% das ajudas para a redução de risco, apesar de não serem os países mais expostos (Paula Bronstein/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 20 de março de 2012 às 12h05.

Genebra - A ONU alertou nesta terça-feira que a ajuda para o desenvolvimento destinada a reduzir o risco de desastres é 'alarmantemente baixa' e reivindicou uma distribuição 'mais inteligente' entre os países mais expostos às catástrofes.

Margareta Wahlström, representante especial da ONU para diminuição do risco por desastres, lamentou em entrevista coletiva que em 2011 o impacto econômico das catástrofes alcançou US$ 363 bilhões, o maior número até agora.

'A evidência é extremamente desanimadora. Ao longo dos últimos dez anos foram investidas quantias muito pequenas para a redução do risco de desastres, não se investiu em conhecimento, na preparação de pessoas contra esses incidentes', criticou

Margareta na sua apresentação à imprensa do relatório 'Redução do risco de desastres: Gastar onde teria algum resultado', no qual foram analisados os níveis de investimento por esse conceito nos 40 principais países receptores de ajuda humanitária.

O diretor do programa Assistência Humanitária Global e coautor do relatório, Jan Kellett, explicou que dos US$ 363 bilhões investidos em ajuda oficial ao desenvolvimento desses 40 receptores entre 2000 a 2009, 'apenas US$ 3,7 bilhões foram destinados à redução de risco', o que representa 1% do total.

Kellett indicou ainda que nesse mesmo período quatro países - Paquistão, Indonésia, Índia e Bangladesh - acumularam 75% das ajudas para a redução de risco, apesar de não serem os países mais expostos.

O diretor opinou que os países com maior risco de mortalidade por desastres deveriam receber consequemente mais ajuda, no entanto, os dados apresentados indicaram incoerências.

A Colômbia, o segundo país com maior risco de mortalidade - devido às enchentes -, recebeu entre 2000 e 2009 o equivalente a US$ 4,4 milhões e Mianmar, na quinta posição, US$ 19,5 milhões.

No entanto, outros países menos suscetíveis ao risco de desastres, como o Zimbábue e Zâmbia, receberam US$ 6,5 e US$ 82,8 milhões, respectivamente.

'Entendemos que a Colômbia não recebe mais ajuda externa porque o Governo tem um bom programa de gestão de desastres, mas em Mianmar não ocorre a mesma situação', opinou Kellett, além de acrescentar que não é explicável o valor da ajuda recebida pela Zâmbia.

Kellet pediu enfoque diferente na distribuição da ajuda baseado nas necessidades de cada país, lamentou o fato de a crise econômica pressionar os países doadores e defendeu a manutenção e o aumento dessas ajudas, já que 'gastar agora é economizar no futuro', declarou.

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Genebra - A ONU alertou nesta terça-feira que a ajuda para o desenvolvimento destinada a reduzir o risco de desastres é 'alarmantemente baixa' e reivindicou uma distribuição 'mais inteligente' entre os países mais expostos às catástrofes.

Margareta Wahlström, representante especial da ONU para diminuição do risco por desastres, lamentou em entrevista coletiva que em 2011 o impacto econômico das catástrofes alcançou US$ 363 bilhões, o maior número até agora.

'A evidência é extremamente desanimadora. Ao longo dos últimos dez anos foram investidas quantias muito pequenas para a redução do risco de desastres, não se investiu em conhecimento, na preparação de pessoas contra esses incidentes', criticou

Margareta na sua apresentação à imprensa do relatório 'Redução do risco de desastres: Gastar onde teria algum resultado', no qual foram analisados os níveis de investimento por esse conceito nos 40 principais países receptores de ajuda humanitária.

O diretor do programa Assistência Humanitária Global e coautor do relatório, Jan Kellett, explicou que dos US$ 363 bilhões investidos em ajuda oficial ao desenvolvimento desses 40 receptores entre 2000 a 2009, 'apenas US$ 3,7 bilhões foram destinados à redução de risco', o que representa 1% do total.

Kellett indicou ainda que nesse mesmo período quatro países - Paquistão, Indonésia, Índia e Bangladesh - acumularam 75% das ajudas para a redução de risco, apesar de não serem os países mais expostos.

O diretor opinou que os países com maior risco de mortalidade por desastres deveriam receber consequemente mais ajuda, no entanto, os dados apresentados indicaram incoerências.

A Colômbia, o segundo país com maior risco de mortalidade - devido às enchentes -, recebeu entre 2000 e 2009 o equivalente a US$ 4,4 milhões e Mianmar, na quinta posição, US$ 19,5 milhões.

No entanto, outros países menos suscetíveis ao risco de desastres, como o Zimbábue e Zâmbia, receberam US$ 6,5 e US$ 82,8 milhões, respectivamente.

'Entendemos que a Colômbia não recebe mais ajuda externa porque o Governo tem um bom programa de gestão de desastres, mas em Mianmar não ocorre a mesma situação', opinou Kellett, além de acrescentar que não é explicável o valor da ajuda recebida pela Zâmbia.

Kellet pediu enfoque diferente na distribuição da ajuda baseado nas necessidades de cada país, lamentou o fato de a crise econômica pressionar os países doadores e defendeu a manutenção e o aumento dessas ajudas, já que 'gastar agora é economizar no futuro', declarou.

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