ONU denuncia "limpeza étnica" no Sudão do Sul
O representante da ONU denuncia ainda que essa situação está causando fome, estupros em massa e o incêndio de aldeias
AFP
Publicado em 1 de dezembro de 2016 às 16h01.
O Sudão do Sul caminha para um processo de "limpeza étnica", denunciou nesta quinta-feira o grupo de especialistas em direitos humanos da ONU em uma visita de 10 dias ao país, atingido pela violência desde o colapso dos acordos de paz em julho.
"Há um processo de limpeza étnica em várias áreas do Sudão do Sul, causando fome, estupros em massa e o incêndio de aldeias. Por onde andamos escutamos camponeses dizendo que estão dispostos a derramar sangue para recuperar suas terras", afirmou Yasmin Sooka, da Comissão de Direitos Humanos da ONU no Sudão do Sul.
Sooka faz parte da equipe de três membros que já visitou povoados em zonas de conflito, como Bentiu, Malakal e Wau, para recolher e verificar informações sobre a real situação do país, o mais jovem do mundo devido a data de sua independência.
Estão "preparando um cenário para que se repita o ocorrido em Ruanda (o genocídio) e a comunidade internacional tem a obrigação de evitar", disse Sooka.