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ONU avalia situação dos direitos humanos na China

Durante a sessão da ONU, delegações ocidentais se revezaram na tribuna manifestando preocupações profundas


	China: país enfrenta críticas de governos ocidentais por causa de supostas repressões à liberdade cultural e religiosa de minorias étnicas, incluindo os tibetanos e os muçulmanos uigures na região de Xinjiang
 (Getty Images)

China: país enfrenta críticas de governos ocidentais por causa de supostas repressões à liberdade cultural e religiosa de minorias étnicas, incluindo os tibetanos e os muçulmanos uigures na região de Xinjiang (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 22 de outubro de 2013 às 10h06.

Genebra/Pequim - A situação dos direitos humanos na China começou a ser formalmente avaliada pela comunidade internacional nesta terça-feira, em meio a críticas de países ocidentais sobre a forma como Pequim persegue dissidentes, viola direitos dos tibetanos e restringe o uso da internet.

Horas antes do início da sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, que a cada quatro anos analisa a situação em todos os países membros, ativistas tibetanos escalaram as paredes da sede europeia do órgão, em Genebra, e estenderam uma faixa com os dizeres: "A China infringe direitos humanos no Tibet - ONU defenda o Tibet".

Em Pequim, Hua Chunying, porta-voz da chancelaria, disse que a China está disposta a colaborar com outros países na questão dos direitos humanos, desde que isso ocorra num espírito de respeito mútuo.

"Mas nos opomos firmemente a esse tipo de crítica tendenciosa e maliciosa", acrescentou ela, referindo-se ao protesto tibetano.

Durante a sessão da ONU, delegações ocidentais se revezaram na tribuna manifestando preocupações profundas.

Ruth Stone, representante da Austrália, disse que a China deveria revogar permanentemente as restrições para o acesso de diplomatas, jornalistas e grupos de direitos humanos a áreas habitadas por minorias.

O embaixador alemão Hanns Schumacher pediu à China que assegure a liberdade de opinião e de expressão, inclusive na Internet, e que continue reformando seu sistema de Justiça penal, especialmente para abolir o sistema de "reeducação pelo trabalho".


Schumacher também pediu à China para que "reduza o número de crimes que acarretam a pena de morte, publique cifras sobre condenações à morte e execuções, e informe um debate público com vistas à moratória e eventual abolição".

Um diplomata chinês presente em Genebra disse que "a decisão do nosso governo é reter a pena de morte, mas exercer um rigoroso controle do seu uso".

Wu Hailong, chefe da delegação chinesa, não fez menção ao protesto tibetano, mas disse ao Conselho que "o governo chinês assegura que grupos étnicos minoritários na China desfrutem de amplos direitos humanos".

Segundo ele, as minorias participam dos assuntos estatais e locais "em pé de igualdade com o grupo étnico han", que é majoritário no país mais populoso do mundo.

A China enfrenta críticas de governos ocidentais por causa de supostas repressões à liberdade cultural e religiosa de minorias étnicas, incluindo os tibetanos e os muçulmanos uigures na vasta região de Xinjiang, no oeste.

"Devemos alcançar um equilíbrio entre reforma, desenvolvimento e estabilidade", disse Wu, acrescentando que a prioridade é o combate à pobreza.

"Quase 100 milhões de pessoas vivem na pobreza. Algumas delas não têm nem comida e roupas suficientes. Há um ditado que diz: ‘Multidão faminta é multidão raivosa'. Grandes problemas vão ocorrer se não conseguirmos alimentar os pobres", disse.

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