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Seis bilhões de toneladas de areia são extraídas dos oceanos todos os anos, alerta ONU

Entre quatro e oito bilhões de toneladas de areia e outros sedimentos foram extraídos nos mares e oceanos a cada ano, entre 2012 e 2019

Praia de Cap Boucan Canot, em Boucan Canot (Agence France-Presse/AFP)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 5 de setembro de 2023 às 13h30.

Última atualização em 5 de setembro de 2023 às 13h30.

Cerca de seis bilhões de toneladas de areia marinha e outros sedimentos são extraídos dos oceanos todos os anos, disse a ONU nesta terça-feira, 5, alertando sobre as graves consequências desta atividade sobre a biodiversidade e os recursos pesqueiros.

Esta é a primeira vez que o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) consegue coletar esses dados por meio de Inteligência Artificial (IA).

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Os especialistas utilizaram o sistema de identificação automática (AIS) das embarcações – que permite sua localização – e depois programaram a IA para distinguir as embarcações que extraem areia, graças ao seu modo de deslocamento.

Os sinais emitidos pelos navios permitem "o acesso aos deslocamentos de todas os navios do planeta ", disse à AFP o diretor do centro de análise de dados do PNUMA, Pascal Peduzzi, que depois desmembra os dados graças à IA. A análise ainda está em fase inicial, e apenas 50% das embarcações são rastreadas.

Mas a ONU estima que entre quatro e oito bilhões de toneladas de areia marinha e outros sedimentos foram extraídos nos mares e oceanos a cada ano entre 2012 e 2019.

"Isso representa uma média de 6 bilhões de toneladas por ano, o que equivale a mais de um milhão de caminhões por dia", explicou Peduzzi.

A ONU espera publicar os números do período 2020-2023 este ano. Mas os dados mostram que esta atividade não para de crescer e "começa a tomar proporções gigantescas", acrescenta Peduzzi, lembrando que os rios transportam entre 10 e 16 bilhões de toneladas de sedimentos para os mares e oceanos todos os anos.

Os navios extratores são como "aspiradores" que "destroem o fundo do mar" e o "esterilizam", fazendo desaparecer os microrganismos oceânicos e colocando em perigo a biodiversidade e os recursos pesqueiros, observa o especialista.

Medida de urgência

Além da publicação dos números, a ONU espera dialogar com as empresas do setor para que sejam mais respeitosas com o meio ambiente, melhorando suas práticas de extração.

Segundo as Nações Unidas , as práticas internacionais e os marcos regulamentares variam consideravelmente.

Alguns países – incluindo Indonésia, Tailândia, Malásia, Vietnã e Camboja – proibiram a exportação de areia marinha nos últimos 20 anos, enquanto outros não têm legislação, ou programas eficazes de monitoramento.

O PNUMA insta a comunidade internacional a estabelecer regulamentações internacionais para, entre outros pontos, melhorar as técnicas de dragagem. Também recomenda a proibição da extração de areia das praias, devido à sua importância para o litoral, o meio ambiente e a economia.

Acompanhe tudo sobre:Meio ambienteMudanças climáticasPacto Global da ONU no Brasil

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