ONU alerta para iminente guerra civil na Síria
Segundo dados da ONU divulgados em meados de janeiro, mais de 5,4 mil pessoas morreram na Síria devido ao conflito interno, entre elas 400 crianças
Da Redação
Publicado em 13 de fevereiro de 2012 às 19h00.
Nações Unidas - A ONU alertou nesta segunda-feira para uma iminente guerra civil na Síria caso continuem os 'ataques indiscriminados' das forças leais ao regime de Bashar al-Assad contra a população civil, e, por isso, pediu ação da comunidade internacional para interromper a violência.
Foi o que disse nesta segunda-feira a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, ante os 193 países-membros do organismo internacional. Crítica ao regime sírio, ela expressou sua consternação diante da repressão contra os civis e pediu a realização de uma ação coletiva para frear a crise.
'A cruel repressão e a incitação deliberada às tensões sectárias em breve levarão à Síria a uma guerra civil', declarou Pillay. Segundo ela, as Nações Unidas possuem provas críveis de que Damasco cometeu crimes contra a humanidade desde o início dos protestos populares no país, há 11 meses, no calor da Primavera Árabe.
Nesse tempo, segundo dados da ONU divulgados em meados de janeiro, mais de 5,4 mil pessoas morreram na Síria devido ao conflito interno, entre elas 400 crianças. O organismo, no entanto, não consegue mais estimar um número confiável, embora, de acordo com a oposição síria, as vítimas civis superem 6 mil e inclusive há países, como a Arábia Saudita, que mencionam mais de 7 mil mortos.
'Quanto mais a comunidade internacional demorar para agir, mais a população civil sofrerá com as inúmeras atrocidades que se cometem contra ela', advertiu a alta comissária em uma sessão especial da Assembleia Geral da ONU sobre a crise síria, cujo impacto em números de mortes ela se disse incapaz de opinar.
Pillay também criticou a falta de determinação do Conselho de Segurança da ONU. Por outro lado, ela louvou a resposta da Liga Árabe, cujas últimas iniciativas, tomadas no domingo no Cairo, devem ser estudadas agora pelas Nações Unidas.
'O fracasso do Conselho de Segurança em pactuar uma firme ação coletiva parece ter encorajado o governo sírio a lançar ataques de todas as formas para sufocar os dissidentes com força desmesurada', ressaltou.
As palavras de Pillay - que se mostrou indignada sobretudo com a situação da cidade de Homs, onde ela disse que morreram mais de 300 pessoas desde o último dia 3 - ressoaram na Assembleia Geral um dia após a Liga Árabe propor o envio à Síria de uma missão de paz conjunta com a ONU.
'Este é um assunto que o Conselho de Segurança deve decidir', afirmou a alta comissária na saída da reunião da Assembleia Geral, uma sessão que a Síria, com o apoio de Irã e Coreia do Norte, buscou cancelar sob a alegação de que violava o regulamento da Assembleia.
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, também disse horas antes da reunião que as medidas propostas pelos países árabes devem passar pela mesa do Conselho, onde Rússia e China usaram seu poder de veto há uma semana para barrar um projeto de resolução em apoio aos planos de transição planejados pela Liga Árabe.
Os últimos planos que vieram à tona - solicitado pela missão de paz da Liga Árabe e envolvem negociar com a oposição síria e oferecer-lhe ajuda política e econômica - foram criticados na Assembleia Geral pelo embaixador sírio na ONU, Bashar Jafari, que os classificou como 'incitação ao terrorismo'. Ele culpou grupos terroristas pela violência que atinge a Síria.
Já o embaixador da Rússia na ONU, Vitaly Churkin, disse que seu país estuda 'cuidadosamente' a proposta da Liga Árabe, mas alertou que o envio de uma força de paz conjunta com a ONU deve contar com o consentimento de Damasco e destacou que, para enviar os boinas azuis (soldados da organização), primeiro deve haver paz.
De qualquer maneira, vários países árabes trabalham em um projeto de resolução que buscam apresentar na Assembleia Geral da ONU, onde eles não possuem poder de veto, embora suas decisões não sejam vinculantes, para condenar o regime do presidente Bashar al-Assad e apoiar os esforços da Liga Árabe.
O texto ainda não foi apresentado na Assembleia Geral, onde é esperado nos próximos dias, segundo fontes diplomáticas.
'Queremos obter o apoio à resolução de todos os Estados-membros da ONU', disse em seu discurso o embaixador egípcio no organismo, Maged Abdelfattah Abdelaziz, em nome do grupo de países árabes nas Nações Unidas, referindo-se a um texto que a Arábia Saudita defenderá quando chegar à Assembleia.
A última minuta da resolução, à qual a Agência Efe teve acesso, condena as 'violações sistemáticas' de direitos humanos na Síria, exige ao regime de Damasco que detenha 'de forma imediata' os ataques contra a população civil e pede aos grupos armados que se abstenham de recorrer à violência.
O texto pede aos Estados-membros que prestem apoio à iniciativa da Liga Árabe e sugere a realização de eleições 'sem exclusões' lideradas pelo povo sírio.
Nações Unidas - A ONU alertou nesta segunda-feira para uma iminente guerra civil na Síria caso continuem os 'ataques indiscriminados' das forças leais ao regime de Bashar al-Assad contra a população civil, e, por isso, pediu ação da comunidade internacional para interromper a violência.
Foi o que disse nesta segunda-feira a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, ante os 193 países-membros do organismo internacional. Crítica ao regime sírio, ela expressou sua consternação diante da repressão contra os civis e pediu a realização de uma ação coletiva para frear a crise.
'A cruel repressão e a incitação deliberada às tensões sectárias em breve levarão à Síria a uma guerra civil', declarou Pillay. Segundo ela, as Nações Unidas possuem provas críveis de que Damasco cometeu crimes contra a humanidade desde o início dos protestos populares no país, há 11 meses, no calor da Primavera Árabe.
Nesse tempo, segundo dados da ONU divulgados em meados de janeiro, mais de 5,4 mil pessoas morreram na Síria devido ao conflito interno, entre elas 400 crianças. O organismo, no entanto, não consegue mais estimar um número confiável, embora, de acordo com a oposição síria, as vítimas civis superem 6 mil e inclusive há países, como a Arábia Saudita, que mencionam mais de 7 mil mortos.
'Quanto mais a comunidade internacional demorar para agir, mais a população civil sofrerá com as inúmeras atrocidades que se cometem contra ela', advertiu a alta comissária em uma sessão especial da Assembleia Geral da ONU sobre a crise síria, cujo impacto em números de mortes ela se disse incapaz de opinar.
Pillay também criticou a falta de determinação do Conselho de Segurança da ONU. Por outro lado, ela louvou a resposta da Liga Árabe, cujas últimas iniciativas, tomadas no domingo no Cairo, devem ser estudadas agora pelas Nações Unidas.
'O fracasso do Conselho de Segurança em pactuar uma firme ação coletiva parece ter encorajado o governo sírio a lançar ataques de todas as formas para sufocar os dissidentes com força desmesurada', ressaltou.
As palavras de Pillay - que se mostrou indignada sobretudo com a situação da cidade de Homs, onde ela disse que morreram mais de 300 pessoas desde o último dia 3 - ressoaram na Assembleia Geral um dia após a Liga Árabe propor o envio à Síria de uma missão de paz conjunta com a ONU.
'Este é um assunto que o Conselho de Segurança deve decidir', afirmou a alta comissária na saída da reunião da Assembleia Geral, uma sessão que a Síria, com o apoio de Irã e Coreia do Norte, buscou cancelar sob a alegação de que violava o regulamento da Assembleia.
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, também disse horas antes da reunião que as medidas propostas pelos países árabes devem passar pela mesa do Conselho, onde Rússia e China usaram seu poder de veto há uma semana para barrar um projeto de resolução em apoio aos planos de transição planejados pela Liga Árabe.
Os últimos planos que vieram à tona - solicitado pela missão de paz da Liga Árabe e envolvem negociar com a oposição síria e oferecer-lhe ajuda política e econômica - foram criticados na Assembleia Geral pelo embaixador sírio na ONU, Bashar Jafari, que os classificou como 'incitação ao terrorismo'. Ele culpou grupos terroristas pela violência que atinge a Síria.
Já o embaixador da Rússia na ONU, Vitaly Churkin, disse que seu país estuda 'cuidadosamente' a proposta da Liga Árabe, mas alertou que o envio de uma força de paz conjunta com a ONU deve contar com o consentimento de Damasco e destacou que, para enviar os boinas azuis (soldados da organização), primeiro deve haver paz.
De qualquer maneira, vários países árabes trabalham em um projeto de resolução que buscam apresentar na Assembleia Geral da ONU, onde eles não possuem poder de veto, embora suas decisões não sejam vinculantes, para condenar o regime do presidente Bashar al-Assad e apoiar os esforços da Liga Árabe.
O texto ainda não foi apresentado na Assembleia Geral, onde é esperado nos próximos dias, segundo fontes diplomáticas.
'Queremos obter o apoio à resolução de todos os Estados-membros da ONU', disse em seu discurso o embaixador egípcio no organismo, Maged Abdelfattah Abdelaziz, em nome do grupo de países árabes nas Nações Unidas, referindo-se a um texto que a Arábia Saudita defenderá quando chegar à Assembleia.
A última minuta da resolução, à qual a Agência Efe teve acesso, condena as 'violações sistemáticas' de direitos humanos na Síria, exige ao regime de Damasco que detenha 'de forma imediata' os ataques contra a população civil e pede aos grupos armados que se abstenham de recorrer à violência.
O texto pede aos Estados-membros que prestem apoio à iniciativa da Liga Árabe e sugere a realização de eleições 'sem exclusões' lideradas pelo povo sírio.