Exame Logo

Onda de linchamentos geram medo e polêmica na Argentina

Chefe de Gabinete do Executivo de Cristina Kirchner, Jorge Capitanich, descartou hoje que essas situações violentas se devam "à ausência do Estado"

Cristina: "se você se sente na periferia, sente que foi abandonado pela sociedade. E quanto maior é o grau de exclusão, maior é o grau de violência, que é o que queremos evitar", afirmou presidente (Enrique Marcarian/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 1 de abril de 2014 às 16h30.

Buenos Aires - Uma sucessão de linchamentos de criminosos que aconteceu nos últimos dias na Argentina gerou nesta terça-feira uma troca de acusações entre o governo e a oposição, sobre quem seria responsável pela reação de alguns cidadãos à violência no país.

Em entrevista coletiva, o chefe de Gabinete do Executivo de Cristina Kirchner , Jorge Capitanich, descartou hoje que essas situações violentas, que começaram na semana passada em Rosário tiveram eco ontem em Buenos Aires, se devam "à ausência do Estado".

Capitanich respondia às declarações do líder da Frente Renovador (FR), de oposição, Sergio Massa, que ressaltou, em declaração aos veículos de imprensa, a necessidade de construir "um governo que garanta o Estado de Direito e o cumprimento da lei", assim como políticas deem resposta às necessidades da sociedade.

Para Massa, aspirante a ocupar a presidência argentina em 2015, "a violência geral deve preocupar e ocupar a todos os argentinos", porque "sem dúvida, qualquer tentativa de justiça por mão própria deve ser repudiável e absolutamente condenável".

O chefe de Gabinete qualificou as palavras do líder do FR de "um simplismo de caráter absurdo" e destacou que a quantidade de efetivos de segurança em nível nacional supera os 100 mil agentes e as províncias reúnem 205 mil soldados.

"O Estado não somente intervém (na segurança) através do poder Executivo, mas também envolve a responsabilidade dos poderes judicial e legislativo. Existe um conjunto de leis que deve ser implementado pelo Poder Judiciário, que deve atuar rapidamente frente a esse tipo de questão", disse Capitanich.

Durante a apresentação nesta segunda-feira de um plano governamental para prevenção e recuperação de dependências, a presidente argentina, Cristina Kirchner, condenou os incidentes dos últimos dias e defendeu a inclusão como forma de combatê-los.

"Se você se sente na periferia, sente que foi abandonado pela sociedade. E quanto maior é o grau de exclusão, maior é o grau de violência, que é o que queremos evitar", afirmou Cristina.

Em declaração a uma rádio local, o titular da Secretaria para a Prevenção da Toxicomania e a Luta contra o Narcotráfico (Sedronar), o padre católico Juan Carlos Molina, estimulou a "frear rapidamente a cultura de violência" que, em sua opinião, é a que gera os linchamentos aos delinquentes.

"O linchamento lhe transforma em um assassino e, quando não, no mínimo em um vingador", afirmou.

Na semana passada, um criminoso morreu em Rosário, a cerca de 300 quilômetros de Buenos Aires, como consequência das agressões que sofreu de moradores após ter roubar a bolsa de uma mulher que caminhava com sua filha.

O linchamento foi o último de uma sucessão de agressões que, em circunstâncias semelhantes, aconteceram nessa cidade do centro do país, onde o narcotráfico elevou os níveis de insegurança no último ano.

Ontem, o bairro de Palermo, em Buenos Aires, foi palco de um novo ato violento protagonizado por um grupo de moradores que chutaram um ladrão após um roubo.

Veja também

Buenos Aires - Uma sucessão de linchamentos de criminosos que aconteceu nos últimos dias na Argentina gerou nesta terça-feira uma troca de acusações entre o governo e a oposição, sobre quem seria responsável pela reação de alguns cidadãos à violência no país.

Em entrevista coletiva, o chefe de Gabinete do Executivo de Cristina Kirchner , Jorge Capitanich, descartou hoje que essas situações violentas, que começaram na semana passada em Rosário tiveram eco ontem em Buenos Aires, se devam "à ausência do Estado".

Capitanich respondia às declarações do líder da Frente Renovador (FR), de oposição, Sergio Massa, que ressaltou, em declaração aos veículos de imprensa, a necessidade de construir "um governo que garanta o Estado de Direito e o cumprimento da lei", assim como políticas deem resposta às necessidades da sociedade.

Para Massa, aspirante a ocupar a presidência argentina em 2015, "a violência geral deve preocupar e ocupar a todos os argentinos", porque "sem dúvida, qualquer tentativa de justiça por mão própria deve ser repudiável e absolutamente condenável".

O chefe de Gabinete qualificou as palavras do líder do FR de "um simplismo de caráter absurdo" e destacou que a quantidade de efetivos de segurança em nível nacional supera os 100 mil agentes e as províncias reúnem 205 mil soldados.

"O Estado não somente intervém (na segurança) através do poder Executivo, mas também envolve a responsabilidade dos poderes judicial e legislativo. Existe um conjunto de leis que deve ser implementado pelo Poder Judiciário, que deve atuar rapidamente frente a esse tipo de questão", disse Capitanich.

Durante a apresentação nesta segunda-feira de um plano governamental para prevenção e recuperação de dependências, a presidente argentina, Cristina Kirchner, condenou os incidentes dos últimos dias e defendeu a inclusão como forma de combatê-los.

"Se você se sente na periferia, sente que foi abandonado pela sociedade. E quanto maior é o grau de exclusão, maior é o grau de violência, que é o que queremos evitar", afirmou Cristina.

Em declaração a uma rádio local, o titular da Secretaria para a Prevenção da Toxicomania e a Luta contra o Narcotráfico (Sedronar), o padre católico Juan Carlos Molina, estimulou a "frear rapidamente a cultura de violência" que, em sua opinião, é a que gera os linchamentos aos delinquentes.

"O linchamento lhe transforma em um assassino e, quando não, no mínimo em um vingador", afirmou.

Na semana passada, um criminoso morreu em Rosário, a cerca de 300 quilômetros de Buenos Aires, como consequência das agressões que sofreu de moradores após ter roubar a bolsa de uma mulher que caminhava com sua filha.

O linchamento foi o último de uma sucessão de agressões que, em circunstâncias semelhantes, aconteceram nessa cidade do centro do país, onde o narcotráfico elevou os níveis de insegurança no último ano.

Ontem, o bairro de Palermo, em Buenos Aires, foi palco de um novo ato violento protagonizado por um grupo de moradores que chutaram um ladrão após um roubo.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaArgentinaCrise políticaCristina KirchnerPolíticos

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame