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OMS revisa para baixo número de mortos na epidemia de ebola

Segundo o balanço publicado nesta quarta-feira, até 2 de novembro, foram registrados no total 13.042 casos da doença e 4.818 mortos

Ebola: vírus tem uma taxa de mortalidade de cerca de 70%, segundo estudo da OMS (Remko de Waal/AFP)
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Da Redação

Publicado em 5 de novembro de 2014 às 18h25.

A Organização Mundial da Saúde revisou seu balanço de mortos pelo ebola , somando um total de 4.818 vítimas fatais em oito países, após ter estimado que alguns casos contabilizados não se relacionavam com esta epidemia.

Segundo o balanço publicado nesta quarta-feira, até 2 de novembro, foram registrados no total 13.042 casos da doença e 4.818 mortos.

Os números publicados anteriormente, em 31 de outubro, totalizaram 13.567 casos e 4.951 mortos.

TRÊS PAÍSES PARTICULARMENTE AFETADOS: LIBÉRIA, GUINÉ E SERRA LEOA

A epidemia de ebola, a mais grave desde que o vírus foi identificado, em 1976, surgiu na Guiné no fim de dezembro de 2013. Desde então, a Libéria registrou 6.525 casos e 2.697 mortos.

Em Serra Leoa, ainda que o número de novos casos registrados em uma semana (435) seja elevado, o balanço mudou profundamente e contabiliza 1.070 mortos (contra 1.510 divulgados anteriormente) entre 4.759 casos declarados (a cifra anterior era de 5.338 casos).

Na Guiné, foram registrados 1.731 casos e 1.041 mortos. Noventa e três novos casos foram identificados na Guiné e 89 novos casos prováveis na Libéria.

A implantação de laboratórios para detectar a presença do vírus ajudou a identificar melhor os casos. Atualmente, funcionam em 62% dos distritos afetados.

O balanço na Nigéria e no Senegal se manteve inalterado após 42 dias, sendo que 20 casos (dos quais 8, fatais) foram registrados na Nigéria, e um no Senegal: um estudante guineano, que teve a cura anunciada pelas autoridades em 10 de setembro.

Estes dois países foram retirados da lista de países castigados pela epidemia.

Uma menina de dois anos, vinda da Guiné, faleceu no Mali, após ser infectada pela doença.

FORA DA ÁFRICA

Nos Estados Unidos, dois funcionários sanitários foram infectados em um hospital do Texas, onde um paciente liberiano, que retornava de viagem ao seu país, morreu de complicações provocadas pela doença .

No total, 4 casos foram registrados nos Estados Unidos.

A Espanha teve um caso de infecção, uma auxiliar de enfermagem que cuidou de dois missionários contaminados e repatriados a Madri, onde faleceram em agosto e em setembro. Ela foi declarada curada e recebeu alta.

PESSOAL DE SAÚDE NA LINHA DE FRENTE

Os funcionários da saúde são particularmente afetados pela epidemia, com 310 mortes e 546 infecções em todos os países.

TAXA DE MORTALIDADE DE 70%

A doença, também conhecida como febre hemorrágica do vírus ebola, tem uma taxa de mortalidade de cerca de 70%, segundo estudo da OMS.

A infecção se dá por contato direto com fluidos corporais, sangue, líquidos biológicos e secreções.

O período de incubação varia entre 2 e 21 dias.

O paciente se torna infectante a partir do momento em que aparecem os sintomas. O mesmo não acontece durante o período de incubação.

Segundo a OMS, é possível afirmar que não há mais transmissão do vírus em um país "42 dias após o último caso registrado".

UMA CEPA DIFERENTE NA REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO

Uma epidemia de ebola também afetou uma região remota do noroeste da República Democrática do Congo (RDC).

Este vírus é de uma cepa diferente daquela que castiga o oeste da África.

Esta segunda epidemia, aparentemente sob controle, matou 49 pessoas do total de 66 casos reportados desde o seu aparecimento, em 11 de agosto, segundo balanço datado de 20 de outubro.

O vírus ebola tem um índice de mortalidade de 70%. Ao lado da tragédia, o fotógrafo John Moore decidiu retratar os raros sobreviventes da doença na Libéria, o país mais afetado pela epidemia. Na foto, Jeremra Cooper, 16, enxuga o rosto do calor, enquanto espera na seção de baixo risco dos Médicos Sem Fronteiras (MSF), em Paynesville, Libéria. O aluno da 8 ª série disse que perdeu seis familiares para a epidemia de Ebola antes de ficar doente e de ser enviado para o centro dos MSF, onde ele se recuperou após um mês.
  • 2. Mohammed Wah, 23

    2 /15(John Moore/Getty Images)

  • Veja também

    O trabalhador da construção civil diz que o Ebola matou cinco membros de sua família e que ele acha que contraiu a doença enquanto cuidava de seu sobrinho.
  • 3. Varney Taylor, 26

    3 /15(John Moore/Getty Images)

  • Perdeu três membros da família para a doença e acredita que contraiu Ebola enquanto carregava o corpo de sua tia após a morte dela.
  • 4. Benetha Coleman, 24

    4 /15(John Moore/Getty Images)

    Seu marido e dois filhos morreram em decorrência da doença.
  • 5. Victoria Masah, 28

    5 /15(John Moore/Getty Images)

    Seu marido e dois filhos morreram por causa do ebola.
  • 6. Eric Forkpa, 23

    6 /15(John Moore/Getty Images)

    O estudante de engenharia civil, disse que acha que pegou ebola enquanto cuidava de seu tio doente. Ele passou 18 dias no centro dos MSF se recuperando do vírus.
  • 7. Emanuel Jolo, 19

    7 /15(John Moore/Getty Images)

    O estudante do ensino médio perdeu seis membros da família e acredita que contraiu a doença enquanto lavava o corpo de seu pai, que morreu de Ebola.
  • 8. James Mulbah, 2

    8 /15(John Moore/Getty Images)

    O garotinho posa para a foto enquanto é segurado pela mãe, que também se recuperou do ebola.
  • 9. John Massani, 27

    9 /15(John Moore/Getty Images)

    Trabalhador da construção civil, ele acredita que pegou a doença enquanto carregava o corpo de um parente. Ele perdeu seis familiares por causa do ebola.
  • 10. Mohammed Bah, 39

    10 /15(John Moore/Getty Images)

    Bah, que trabalha como motorista, perdeu a mulher, a mãe, o pai e a irmã para o ebola.
  • 11. Vavila Godoa, 43

    11 /15(John Moore/Getty Images)

    O alfaiate diz que o estigma de ter tido Ebola é algo difícil. Ele perdeu todos os seus clientes devido ao medo. "Eles não vêm mais", afirma. Ele acredita que pegou Ebola enquanto cuidava de sua esposa doente.
  • 12. Ami Subah, 39

    12 /15(John Moore/Getty Images)

    Subah, uma parteira, acha que pegou ebola quando fez o parto de um bebé de uma mãe doente. O menino, segundo ela, sobreviveu, mas a mãe morreu. Ela diz que não teve trabalho desde sua recuperação, devido ao estigma de ter tido Ebola. "Não me deixam nem tirar água do poço comunitário", afirma.
  • 13. Peters Roberts, 22

    13 /15(John Moore/Getty Images)

    O aluno do 11º ano perdeu uma irmã, o tio e um primo para o Ebola. Ele acredita que contraiu a doença enquanto cuidava de seu tio.
  • 14. Anthony Naileh, 46, e Bendu Naileh, 34

    14 /15(John Moore/Getty Images)

    Anthony disse que é um estenógrafo no Senado liberiano e planeja voltar a trabalhar na sessão de janeiro. Bendu, uma enfermeira, acha que pegou ebola após colocar as mãos em posição de oração ao rezar por um sobrinho que tinha a doença. Em seguida, ela adoeceu e seu marido cuidou dela.
  • 15. Moses Lansanah, 30

    15 /15(John Moore/Getty Images)

    O trabalhador da construção civil perdeu sua noiva Amifete, com então 22 anos, que estava grávida de 9 meses do seu filho.
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