Observadores da ONU chegam à Síria em dia de confronto
De acordo com a televisão oficial, morreram três "terroristas" e um agente antidistúrbios nos combates
Da Redação
Publicado em 19 de março de 2012 às 14h07.
Cairo - Grupos rebeldes e forças de Segurança do presidente Bashar al Assad travaram nesta segunda-feira duros enfrentamentos em um distrito do oeste de Damasco, na Síria , em um dia sangrento que coincidiu com a chegada da missão de observadores promovida pelo enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe, Kofi Annan.
O saldo de vítimas nos combates no distrito de Mezeh, que acolhe várias embaixadas e sedes dos serviços de segurança, difere segundo a fonte. De acordo com a televisão oficial, morreram três "terroristas" e um agente antidistúrbios nos combates.
Além disso, outro suposto terrorista teria sido detido em uma batida das forças da ordem em uma casa onde estavam escondidos "grupos armados", a quem regime de Assad responsabiliza pela violência no país.
Já o "número dois" do insurgente Exército Livre Sírio (ELS), Malek Kurdi, afirmou à Agência Efe por telefone que suas forças causaram dezenas de vítimas entre as fileiras governamentais em Mezeh.
Um morador do bairro, que pediu para não ser identificado, também afirmou à Efe por telefone que escutou "disparos de forma ininterrupta durante toda a noite até o amanhecer".
"Os enfrentamentos começaram por volta da meia-noite e continuaram até as 6h (1h em Brasília), com pelo menos 15 explosões. Por volta de 8h30 (3h30 em Brasília), escutei outro tiroteio. Foi uma noite muito ruim, ninguém nesta área pode ter dormido, porque o barulho era muito forte", acrescentou.
Outro morador de Mezeh relatou que os "intensos disparos e as fortes explosões" causaram medo, e que de sua casa tinha a sensação de que "havia uma tentativa de invadir o bairro".
Segundo a versão dos rebeldes, os choques começaram às 1h local (20h em Brasília) e aconteceram depois que agentes e "shabiha" (sanguinários) do regime invadiram as casas de vários moradores para expulsá-los e roubar seus pertences.
O braço direito do ELS disse que seus homens responderam atacando uma sede da Segurança Política e um posto de controle com bombas e metralhadoras, antes de se retirarem no início da manhã.
Em algum momento, os choques se aproximaram do aeroporto da capital, disse Kurdi.
Concluídos os enfrentamentos, soldados do regime bloquearam todos os acessos a Mezeh, disseram os opositores Comitês de Coordenação Local.
Estes fatos coincidiram este domingo com a chegada de uma missão de observadores da ONU e da Organização da Conferência Islâmica (OCI), enviada por Annan, para promover um cessar-fogo e avaliar a situação humanitária.
Fontes dos dois organismos em Damasco explicaram à Efe que uma das tarefas da missão será preparar uma nova visita de Annan, que já esteve no país nos dias 10 e 11 de março para se reunir com Assad.
Segundo as fontes, os observadores já começaram sua missão de avaliação, supervisada pelas autoridades sírias, em Homs (centro), Hama (centro), Tartús (oeste), Latakia (oeste), Aleppo (norte), Deraa (sul) e em Rif Damasco (nos arredores da capital) para analisar as necessidades humanitárias.
Na sexta-feira, Annan mostrou perante o Conselho de Segurança da ONU sua decepção pelas respostas de Damasco a sua mediação na crise do país, mas se disse decidido a continuar negociando após conseguir o apoio unânime do órgão.
A chegada dos observadores acontece depois que no fim de semana foram registrados dois atentados em Damasco e Aleppo, a segunda cidade síria, que deixaram quase 30 mortos e mais de cem feridos.
Os Comitês de Coordenação Local disseram que pelo menos oito pessoas morreram neste domingo pela repressão das autoridades em diferentes pontos do país.
Três das vítimas foram registradas nas imediações de Damasco, duas em Idlib (norte), duas em Qameshli (nordeste) e uma em Aleppo.
Não é a primeira vez que observadores visitam o país, já que em dezembro uma missão da Liga Árabe chegou à Síria, mas no final foi suspensa em 28 de janeiro pela deterioração da segurança.
A ONU calcula que mais de 8 mil pessoas morreram desde o início dos protestos há um ano, embora a oposição acredite que os mortos superem os 9 mil.
Cairo - Grupos rebeldes e forças de Segurança do presidente Bashar al Assad travaram nesta segunda-feira duros enfrentamentos em um distrito do oeste de Damasco, na Síria , em um dia sangrento que coincidiu com a chegada da missão de observadores promovida pelo enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe, Kofi Annan.
O saldo de vítimas nos combates no distrito de Mezeh, que acolhe várias embaixadas e sedes dos serviços de segurança, difere segundo a fonte. De acordo com a televisão oficial, morreram três "terroristas" e um agente antidistúrbios nos combates.
Além disso, outro suposto terrorista teria sido detido em uma batida das forças da ordem em uma casa onde estavam escondidos "grupos armados", a quem regime de Assad responsabiliza pela violência no país.
Já o "número dois" do insurgente Exército Livre Sírio (ELS), Malek Kurdi, afirmou à Agência Efe por telefone que suas forças causaram dezenas de vítimas entre as fileiras governamentais em Mezeh.
Um morador do bairro, que pediu para não ser identificado, também afirmou à Efe por telefone que escutou "disparos de forma ininterrupta durante toda a noite até o amanhecer".
"Os enfrentamentos começaram por volta da meia-noite e continuaram até as 6h (1h em Brasília), com pelo menos 15 explosões. Por volta de 8h30 (3h30 em Brasília), escutei outro tiroteio. Foi uma noite muito ruim, ninguém nesta área pode ter dormido, porque o barulho era muito forte", acrescentou.
Outro morador de Mezeh relatou que os "intensos disparos e as fortes explosões" causaram medo, e que de sua casa tinha a sensação de que "havia uma tentativa de invadir o bairro".
Segundo a versão dos rebeldes, os choques começaram às 1h local (20h em Brasília) e aconteceram depois que agentes e "shabiha" (sanguinários) do regime invadiram as casas de vários moradores para expulsá-los e roubar seus pertences.
O braço direito do ELS disse que seus homens responderam atacando uma sede da Segurança Política e um posto de controle com bombas e metralhadoras, antes de se retirarem no início da manhã.
Em algum momento, os choques se aproximaram do aeroporto da capital, disse Kurdi.
Concluídos os enfrentamentos, soldados do regime bloquearam todos os acessos a Mezeh, disseram os opositores Comitês de Coordenação Local.
Estes fatos coincidiram este domingo com a chegada de uma missão de observadores da ONU e da Organização da Conferência Islâmica (OCI), enviada por Annan, para promover um cessar-fogo e avaliar a situação humanitária.
Fontes dos dois organismos em Damasco explicaram à Efe que uma das tarefas da missão será preparar uma nova visita de Annan, que já esteve no país nos dias 10 e 11 de março para se reunir com Assad.
Segundo as fontes, os observadores já começaram sua missão de avaliação, supervisada pelas autoridades sírias, em Homs (centro), Hama (centro), Tartús (oeste), Latakia (oeste), Aleppo (norte), Deraa (sul) e em Rif Damasco (nos arredores da capital) para analisar as necessidades humanitárias.
Na sexta-feira, Annan mostrou perante o Conselho de Segurança da ONU sua decepção pelas respostas de Damasco a sua mediação na crise do país, mas se disse decidido a continuar negociando após conseguir o apoio unânime do órgão.
A chegada dos observadores acontece depois que no fim de semana foram registrados dois atentados em Damasco e Aleppo, a segunda cidade síria, que deixaram quase 30 mortos e mais de cem feridos.
Os Comitês de Coordenação Local disseram que pelo menos oito pessoas morreram neste domingo pela repressão das autoridades em diferentes pontos do país.
Três das vítimas foram registradas nas imediações de Damasco, duas em Idlib (norte), duas em Qameshli (nordeste) e uma em Aleppo.
Não é a primeira vez que observadores visitam o país, já que em dezembro uma missão da Liga Árabe chegou à Síria, mas no final foi suspensa em 28 de janeiro pela deterioração da segurança.
A ONU calcula que mais de 8 mil pessoas morreram desde o início dos protestos há um ano, embora a oposição acredite que os mortos superem os 9 mil.