Obama se atém a questões internacionais, mas de olho nas eleições
A política externa não costuma ser um fator decisivo nas eleições americanas, mas os imperativos da diplomacia podem se tornar um campo minado para um candidato
Da Redação
Publicado em 21 de maio de 2012 às 12h41.
Chicago - O presidente americano, Barack Obama, passou o fim de semana tentando por fim à guerra no Afeganistão, evitar outra no Irã e proteger a economia mundial, tudo isto levando em conta que qualquer deslize pode custar a sua reeleição em novembro.
Geralmente, a política externa não é um fator decisivo nas eleições presidenciais americanas, mas os imperativos da diplomacia podem se tornar um campo minado para um candidato, como demonstrou recentemente o caso do dissidente chinês Chen Guangcheng.
A cúpula do G8 em Camp David de sexta-feira e sábado, além do encontro da Otan em Chicago no domingo e nesta segunda-feira, permitiram a Obama ocupar o palco internacional em plena campanha eleitoral, enquanto seu rival republicano Mitt Romney tenta aparecer em meio à publicação de comunicados.
Depois de por fim à guerra no Iraque, Obama pensa em anunciar aos eleitores o fim do conflito no Afeganistão. Mas, ao mesmo tempo, o democrata deve garantir que a retirada não provoque um afundamento do país.
Em Chicago, Obama e os presidentes dos outros 27 países aliados da Otan concordaram com a transferência das operações ao exército e ao governo afegão em 2013. A partir desta data, assumirão um papel de apoio que se prolongará até 2014, data de saída definitiva das tropas da Otan.
O presidente americano também tenta obter apoio financeiro para reconstruir o Afeganistão e evitar o retorno da rede terrorista Al-Qaeda no país, onde havia estabelecido sua base.
Um final responsável para a guerra poderia ser benéfico para a campanha eleitoral de Obama, mesmo que esta não seja a motivação principal do presidente, considerou Mark Jacobson, ex-representante civil da Otan no Afeganistão.
"Existe um benefício político para o presidente Obama em demonstrar uma presença forte sobre as questões de segurança nacional?", pergunta o especialista, para, em seguida, responder sem hesitar: "É claro".
Outro dos temas sensíveis da agenda é o Irã. Durante a cúpula do G8 de sexta-feira e sábado, Obama e os chefes de Estado dos países mais ricos do planeta voltaram a pressionar o regime de Teerã, esperando que as sanções obriguem o governo a deter seu programa nuclear.
Eventuais operações militares americanas ou israelenses contra o Irã podem provocar um aumento do preço do petróleo e colocar em perigo a lenta recuperação econômica americana.
Em Camp David, os líderes do G8 asseguraram que o mercado mundial será abastecido de petróleo quando o embargo europeu sobre o petróleo iraniano entrar em vigor, no dia 1º de julho.
Mas o mais importante para a reeleição de Obama é o estado da economia americana, que continua sua lenta recuperação, mas que ainda é incapaz de absorver uma eventual piora da crise na Europa.
Durante o G8, Obama tentou se situar entre os governos que defendem a austeridade e os dirigentes, como o novo presidente francês, François Hollande, que preferem uma política de reativação econômica.
Em última análise, o destino de Obama pode ser decidido em função de um acontecimento que não pode controlar, apesar de ser considerado o homem mais poderoso do planeta.
Chicago - O presidente americano, Barack Obama, passou o fim de semana tentando por fim à guerra no Afeganistão, evitar outra no Irã e proteger a economia mundial, tudo isto levando em conta que qualquer deslize pode custar a sua reeleição em novembro.
Geralmente, a política externa não é um fator decisivo nas eleições presidenciais americanas, mas os imperativos da diplomacia podem se tornar um campo minado para um candidato, como demonstrou recentemente o caso do dissidente chinês Chen Guangcheng.
A cúpula do G8 em Camp David de sexta-feira e sábado, além do encontro da Otan em Chicago no domingo e nesta segunda-feira, permitiram a Obama ocupar o palco internacional em plena campanha eleitoral, enquanto seu rival republicano Mitt Romney tenta aparecer em meio à publicação de comunicados.
Depois de por fim à guerra no Iraque, Obama pensa em anunciar aos eleitores o fim do conflito no Afeganistão. Mas, ao mesmo tempo, o democrata deve garantir que a retirada não provoque um afundamento do país.
Em Chicago, Obama e os presidentes dos outros 27 países aliados da Otan concordaram com a transferência das operações ao exército e ao governo afegão em 2013. A partir desta data, assumirão um papel de apoio que se prolongará até 2014, data de saída definitiva das tropas da Otan.
O presidente americano também tenta obter apoio financeiro para reconstruir o Afeganistão e evitar o retorno da rede terrorista Al-Qaeda no país, onde havia estabelecido sua base.
Um final responsável para a guerra poderia ser benéfico para a campanha eleitoral de Obama, mesmo que esta não seja a motivação principal do presidente, considerou Mark Jacobson, ex-representante civil da Otan no Afeganistão.
"Existe um benefício político para o presidente Obama em demonstrar uma presença forte sobre as questões de segurança nacional?", pergunta o especialista, para, em seguida, responder sem hesitar: "É claro".
Outro dos temas sensíveis da agenda é o Irã. Durante a cúpula do G8 de sexta-feira e sábado, Obama e os chefes de Estado dos países mais ricos do planeta voltaram a pressionar o regime de Teerã, esperando que as sanções obriguem o governo a deter seu programa nuclear.
Eventuais operações militares americanas ou israelenses contra o Irã podem provocar um aumento do preço do petróleo e colocar em perigo a lenta recuperação econômica americana.
Em Camp David, os líderes do G8 asseguraram que o mercado mundial será abastecido de petróleo quando o embargo europeu sobre o petróleo iraniano entrar em vigor, no dia 1º de julho.
Mas o mais importante para a reeleição de Obama é o estado da economia americana, que continua sua lenta recuperação, mas que ainda é incapaz de absorver uma eventual piora da crise na Europa.
Durante o G8, Obama tentou se situar entre os governos que defendem a austeridade e os dirigentes, como o novo presidente francês, François Hollande, que preferem uma política de reativação econômica.
Em última análise, o destino de Obama pode ser decidido em função de um acontecimento que não pode controlar, apesar de ser considerado o homem mais poderoso do planeta.