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O legado de Sanders

Acabou onde começou. O senador Bernie Sanders declarou apoio a Hillary Clinton, a candidata democrata à presidência dos Estados Unidos, ontem no estado de New Hampshire, local da primeira vitória dele durante as primárias do partido. Foi um dia de capitulação, mas também de vitória para o veterano senador. Afinal de contas, o candidato se […]

HILLARY E SANDERS: o senador declarou ontem apoio à candidata, essencial para trazer independentes e democratas mais novos para o lado dela / Darren McCollester/Getty Images
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Da Redação

Publicado em 12 de julho de 2016 às 20h58.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h50.

Acabou onde começou. O senador Bernie Sanders declarou apoio a Hillary Clinton, a candidata democrata à presidência dos Estados Unidos, ontem no estado de New Hampshire, local da primeira vitória dele durante as primárias do partido. Foi um dia de capitulação, mas também de vitória para o veterano senador. Afinal de contas, o candidato se vai, mas muitas de suas ideias ficam.

Eleito senador de forma independente, Sanders é um filho adotivo dentro do partido e defende o que ele chama de “socialismo democrata” – que inclui a educação superior gratuita, aumentos no salário mínimo e uma mudança na dinâmica eleitoral, contra a influência das grandes empresas e dos bancos nas campanhas.

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Colheu os frutos de seus esforços: bateu recordes de arrecadações individuais com cerca de 230 milhões de dólares e teve 13 milhões de votos populares durante as primárias. Esses números o ajudaram a encampar suas pautas — Hillary adotou seus 15 dólares por hora para o salário mínimo (com ajuste atrelado à inflação), se propôs a lutar contra a pena de morte no país e a impor maiores restrições aos bancos e a Wall Street.

As mudanças não se restringem à campanha de 2016, mas também à política nos Estados Unidos. Ontem, o banco JP Morgan anunciou que vai adotar o salário mínimo de 15 dólares por horas, se juntando a empresas como a rede de cafés Starbucks. Analistas avaliam que Sanders marca um ponto de mudança nas pautas de esquerda do país, em um tempo em que a palavra “socialismo” não é mais uma blasfêmia para os mais jovens.

Hillary cedeu em pontos importantes tentando pegar embalo na popularidade de Sanders. A popularidade dele entre o eleitorado é de 52%, ante 40% de Clinton, e seu desempenho contra o concorrente republicano Donald Trump também é historicamente melhor. Por ideologia ou por pragmatismo, para Sanders o importante é que suas ideias fiquem.

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