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Número de desnutridos no Oriente Médio e na África duplica

Número de pessoas desnutridas na região do Oriente Médio e no norte da África duplicou em 20 anos devido aos atuais conflitos, alerta a FAO


	Fome na África: a desnutrição afeta 32 milhões de pessoas, diz a FAO
 (Christopher Furlong/Getty Images)

Fome na África: a desnutrição afeta 32 milhões de pessoas, diz a FAO (Christopher Furlong/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 29 de setembro de 2014 às 13h40.

Cairo - O número de pessoas desnutridas na região do Oriente Médio e no norte da África duplicou em 20 anos devido aos atuais conflitos, que dispararam o número de deslocados, segundo um relatório divulgado nesta segunda-feira no Cairo.

Responsáveis da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e do Programa Mundial de Alimentos (PMA) ressaltaram que a desnutrição afeta 32 milhões de pessoas, frente às 16 milhões de duas décadas atrás.

A situação no Oriente Médio e no norte da África contrasta com a registrada em nível global: o relatório aponta que 805 milhões de pessoas sofrem com a desnutrição no mundo, 200 milhões a menos que há 20 anos.

O diretor-geral adjunto do escritório regional da FAO, Abdesselam Ould Ahmed, explicou aos jornalistas no Cairo que a situação da segurança alimentar na zona se "deteriorou dramaticamente" e classificou o cenário como "preocupante".

O representante afirmou que é preciso abordar o problema de "forma coletiva" e "melhorar a proteção social", um assunto no qual os governos assumem o papel de protagonistas, mas não sozinhos, já que segundo sua opinião é preciso que a sociedade também esteja envolvida.

Ahmed destacou o êxito das políticas implantadas na América Latina para erradicar a pobreza, mas especificou que cada país tem possibilidades diferentes. Não só é necessário melhorar a produção agrícola, também é deve-se facilitar o acesso a essa comida, acrescentou.

O subdiretor regional do PMA, Carlo Scaramella, explicou que o problema da desnutrição requer uma "atenção estratégica" e alertou que há "mudanças que são irreversíveis". Um dos maiores riscos da região são os deslocados pelos conflitos na Síria e Iraque.

"Há milhões de pessoas em uma situação muito incerta, não sabemos se voltarão a seus países", lamentou Scaramella, que acrescentou que uma das lições aprendidas é "a grande relação entre instabilidade e insegurança alimentícia".

Sobre a Síria, o responsável da FAO afirmou que o país desempenhava um importante papel regional como exportador de produtos alimentícios, mas que agora tem dificuldades para se abastecer.

"Não podemos permitir que colapse", ressaltou, ao dizer que é necessário apoiar o setor agrícola nas áreas sob controle do regime e dos rebeldes na Síria.

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