Mudança de nome da FN é assassinato político, diz Jean Le Pen
A Frente Nacional, na França, é um partido fundado por ele e hoje comandado por sua filha, Marine Le Pen, com quem mantém um conflito público
EFE
Publicado em 12 de março de 2018 às 06h41.
Última atualização em 12 de março de 2018 às 06h41.
Paris - O líder histórico da extrema direita na França, Jean-Marie Le Pen, classificou nesta segunda-feira como um "verdadeiro assassinato político" a mudança de nome da Frente Nacional, partido fundado por ele e hoje comandado por sua filha, Marine Le Pen, com quem mantém um conflito público.
Em entrevista à rádio "France Inter", o veterano político, de 89 anos, afirmou que cogita a hipótese de criar um novo partido com o histórico nome deixado de lado pela filha. "Tenho mais direito do que ninguém de usá-lo", disse Le Pen.
No congresso realizado no último fim de semana, Marine propôs rebatizar o partido como Agrupamento Nacional. O novo nome passará por votação entre os filiados da legenda nos próximos dias.
Apesar das críticas ao caminho adotado pela filha, Le Pen disse que mantém o título de presidente de honra da Frente Nacional, apesar de o cargo ter sido anulado durante o congresso.
"Esse título foi dado em outro congresso, em 2011, em virtude dos serviços por mim prestados. Me parece extremamente difícil que ele seja retirado", afirmou o veterano político.
A mudança de nome pode ainda gerar uma briga judicial. Um partido sem relevância foi registrado como Agrupamento Nacional em dezembro de 2003. No entanto, Marine lembrou que a própria Frente patenteou a marca em 1986, sugerindo a possibilidade de entrar com uma ação por uso fraudulento do nome.