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Novo governo da Espanha suspende controles orçamentários sobre Catalunha

Primeiro-ministro Sánchez irá provavelmente se encontrar com o chefe regional da Catalunha, Quim Torra, antes do próximo trimestre

Catalunha: movimento separatista é uma das questões mais difíceis enfrentadas pelo primeiro-ministro Pedro Sánchez (Fabian Bimmer/Reuters)

Catalunha: movimento separatista é uma das questões mais difíceis enfrentadas pelo primeiro-ministro Pedro Sánchez (Fabian Bimmer/Reuters)

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Reuters

Publicado em 8 de junho de 2018 às 20h57.

Madri - O novo governo socialista da Espanha informou nesta sexta-feira que havia suspendido controles financeiros sobre a Catalunha e que irá buscar diálogo com a administração da região para aliviar tensões por conta de uma tentativa de independência que lançou o país em crise política.

O movimento separatista da Catalunha é uma das questões mais difíceis enfrentadas pelo primeiro-ministro Pedro Sánchez após ele derrubar o premiê de centro-direita Mariano Rajoy na semana passada em uma moção de censura.

Os controles financeiros, impostos por Rajoy após o referendo de independência em outubro, significam que pagamentos feitos pelo governo catalão tinham que ser analisados pelo ministério orçamentário em Madri, que poderia exercer um veto.

"Nós queremos restaurar a normalidade, então com a Constituição em uma mão e diálogo em outra, nós iremos tentar fazer progresso", disse Isabel Celaa, porta-voz recém-nomeada do governo, após o primeiro encontro do novo gabinete.

Sánchez irá provavelmente se encontrar com o chefe regional da Catalunha, Quim Torra, antes do próximo trimestre, acrescentou Celaa, sem elaborar.

O gesto ao governo regional marca uma mudança de tom em relação à linha-dura de Rajoy contra os separatistas, que culminou na imposição de governo direto, mas não é claro o que Sánchez pode oferecer a Torra.

A altamente endividada Catalunha ainda terá que fornecer informações ao ministério orçamentário para manter acesso aos fundos estatais que tem despendido desde que foi isolada de mercados de capitais de dívidas durante uma crise econômica que começou 10 anos atrás.

Torra prometeu continuar a campanha por independência pela qual juízes espanhóis querem julgar seu antecessor, Carles Puigdemont, que está atualmente aguardando o desfecho de um pedido de extradição na Alemanha.

A Constituição da Espanha diz que o país é indivisível e Rajoy havia argumentado que o referendo de outubro foi ilegal.

Os socialistas apoiaram a imposição de Rajoy de governo direto sobre a Catalunha e a nomeação de um firme político catalão unionista como ministro das Relações Exteriores da Espanha tem sido vista como uma sugestão de que eles não planejam fazer acordos.

Enquanto angariava apoio para uma moção de censura que derrubou Rajoy, Sánchez havia prometido conversas sobre o assunto, mas continua oposto à independência catalã.

Outro referendo permanece "absolutamente fora de cogitação", disse Celaa nesta sexta-feira.

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