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Nem o coronavírus aplaca a tensão política em Israel

Com 11.000 casos de covid-19, o país atravessa Páscoa Judaica em clima de paralisia no governo

NETANYAHU: É a primeira Pessach em que a população não pode circular por Jerusalém e participar de comemorações com familiares (Ronen Zvulun/Reuters)

Felipe Giacomelli

Publicado em 13 de abril de 2020 às 06h45.

Em meio a uma crise política e de saúde pública, nem mesmo a Pessach, a Páscoa Judaica, celebrada durante toda a semana, deve acalmar as tensões em Israel. Jerusalém começa a semana sob forte tensão.

Nesta segunda-feira, 13, vence o prazo para que Benny Gantz, líder da oposição, e Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro interino, formem uma coalizão para governar o país. Há um ano, Israel vive uma paralisia política, com três eleições parlamentares inconclusivas. Israel é o país mais rico do Oriente Médio, com uma renda per capita de mais de 40.000 dólares, e é um importante aliado dos Estados Unidos na região.

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A última tentativa de emplacar um partido vencedor no fragmentado cenário político de Israel, com mais de 30 partidos, foi realizada no dia 2 de março. De novo, nenhum partido conquistou a maioria absoluta. Agora, Gantz, do partido Azul e Branco, e Netanyahu, do Likud, primeiro-ministro interino, precisam chegar a um acordo e definir quem irá liderar o país.

Gantz tentou usar politicamente as acusações de corrupção que seu rival carrega e pediu ao Parlamento que aprovasse uma lei proibindo parlamentares com ficha suja de pleitear cargos, sem sucesso. Ao mesmo tempo, Netanyahu conclamou os políticos a entrar na linha e formar ao menos um governo de emergência, com duração de seis meses, para fazer frente ao coronavírus. Sem isso, o Knesset fica impedido de aprovar o orçamento ou de colocar em prática medidas econômicas para combater o impacto do coronavírus.

“Temos que estabelecer um governo o mais rápido possível para que seja possível guiar a população em um período tão complexo”, disse Reuven Rivlin, presidente do país. Ele tem procurado levantar o espírito da população, com aparições na televisão para ler histórias infantis para as crianças, que estão em casa, e pedir calma e esperança aos pais.

Com mais de 11.000 casos confirmados de covid-19 no país, os israelenses não estão muito tranquilos. É a primeira Pessach (o nome significa “passagem” em hebraico) em que a população não pode circular por Jerusalém e participar de comemorações com familiares. Os bairros mais populosos, em que a propagação do vírus pode chegar a níveis alarmantes, foram fechados neste domingo, 12. Agora, os cidadãos esperam a formação de um novo governo, com um primeiro-ministro empossado definitivamente no cargo, para que novas estratégias assertivas sejam adotadas na economia e na saúde pública.

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