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Negociações sobre a crise na Ucrânia começam em Genebra

Rússia, Ucrânia, Estados Unidos e União Europeia iniciaram negociações em Genebra em busca de uma solução para a crise na Ucrânia

Secretário de Estado americano John Kerry (D) e o chanceler russo Sergei Lavrov: poucas horas antes, as forças de segurança ucranianas responderam a um ataque (Jim Bourg/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2014 às 13h36.

Genebra - Rússia, Ucrânia, Estados Unidos e União Europeia iniciaram nesta quinta-feira as complexas negociações em Genebra em busca de uma solução para a crise na Ucrânia , que segundo o presidente russo Vladimir Putin corre o risco de seguir para o abismo.

A reunião tem a presença dos ministros das Relações Exteriores ucraniano e russo, Andrei Deshchitsia e Serguei Lavrov, respectivamente, além do secretário de Estado americano John Kerry e da chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton.

Poucas horas antes do início da reunião, as forças de segurança ucranianas responderam a um ataque contra uma unidade da Guarda Nacional na cidade de Mariupol, sul do país, e mataram três pessoas, anunciou o ministro do Interior, Arsen Avakov.

Os criminosos integravam um grupo de quase 300 homens armados. Sessenta e três foram detidos e 13 ficaram feridos, segundo as autoridades ucranianas.

De acordo com Avakov, nenhum integrante da Guarda Nacional foi ferido.

Putin, que esta semana já havia citado o risco de "guerra civil" na Ucrânia, declarou nesta quinta-feira que a única saída para as autoridades ucranianas é o "diálogo" e que o recurso à força leva o país ao "abismo".

"Só é possível colocar ordem no país por meio do diálogo, com procedimentos democráticos, e não utilizando as Forças Armadas, os tanques e a aviação", afirmou Putin durante uma sessão de perguntas e respostas exibidas pela televisão.


"Ao invés do diálogo (as autoridades ucranianas) começaram a ameaçar a ainda mais e enviaram os tanques e a aviação contra a população civil. É, mais uma vez, um crime grave dos que estão no poder em Kiev", completou.

O presidente russo advertiu ainda que um agravamento da crise poderia "obrigá-lo" a enviar tropas ao país vizinho.

"Espero realmente não ser obrigado a usar este direito", disse, antes de recordar que o Parlamento russo autorizou em 1º de março o envio de tropas para defender os direitos dos russos e das pessoas que têm o russo como primeira língua, majoritários no leste da Ucrânia.

Ao ser questionado sobre o envolvimento das forças russas nos distúrbios na Ucrânia, Putin respondeu que "tudo isto não passa de bobagem".

"Não há unidades russas no leste da Ucrânia. Nem dos serviços especiais, nem de instrutores. Todos são habitantes locais", declarou.

Mas pouco depois, admitiu, pela primeira vez, que as Forças Armadas russas estiveram na Crimeia durante o referendo de março, que permitiu a anexação da península ucraniana à Rússia.

"Por trás das forças de autodefesa da Crimeia certamente estavam nossos militares. Se comportaram de forma muito correta. Era necessário proteger as pessoas", disse.

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Genebra - Rússia, Ucrânia, Estados Unidos e União Europeia iniciaram nesta quinta-feira as complexas negociações em Genebra em busca de uma solução para a crise na Ucrânia , que segundo o presidente russo Vladimir Putin corre o risco de seguir para o abismo.

A reunião tem a presença dos ministros das Relações Exteriores ucraniano e russo, Andrei Deshchitsia e Serguei Lavrov, respectivamente, além do secretário de Estado americano John Kerry e da chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton.

Poucas horas antes do início da reunião, as forças de segurança ucranianas responderam a um ataque contra uma unidade da Guarda Nacional na cidade de Mariupol, sul do país, e mataram três pessoas, anunciou o ministro do Interior, Arsen Avakov.

Os criminosos integravam um grupo de quase 300 homens armados. Sessenta e três foram detidos e 13 ficaram feridos, segundo as autoridades ucranianas.

De acordo com Avakov, nenhum integrante da Guarda Nacional foi ferido.

Putin, que esta semana já havia citado o risco de "guerra civil" na Ucrânia, declarou nesta quinta-feira que a única saída para as autoridades ucranianas é o "diálogo" e que o recurso à força leva o país ao "abismo".

"Só é possível colocar ordem no país por meio do diálogo, com procedimentos democráticos, e não utilizando as Forças Armadas, os tanques e a aviação", afirmou Putin durante uma sessão de perguntas e respostas exibidas pela televisão.


"Ao invés do diálogo (as autoridades ucranianas) começaram a ameaçar a ainda mais e enviaram os tanques e a aviação contra a população civil. É, mais uma vez, um crime grave dos que estão no poder em Kiev", completou.

O presidente russo advertiu ainda que um agravamento da crise poderia "obrigá-lo" a enviar tropas ao país vizinho.

"Espero realmente não ser obrigado a usar este direito", disse, antes de recordar que o Parlamento russo autorizou em 1º de março o envio de tropas para defender os direitos dos russos e das pessoas que têm o russo como primeira língua, majoritários no leste da Ucrânia.

Ao ser questionado sobre o envolvimento das forças russas nos distúrbios na Ucrânia, Putin respondeu que "tudo isto não passa de bobagem".

"Não há unidades russas no leste da Ucrânia. Nem dos serviços especiais, nem de instrutores. Todos são habitantes locais", declarou.

Mas pouco depois, admitiu, pela primeira vez, que as Forças Armadas russas estiveram na Crimeia durante o referendo de março, que permitiu a anexação da península ucraniana à Rússia.

"Por trás das forças de autodefesa da Crimeia certamente estavam nossos militares. Se comportaram de forma muito correta. Era necessário proteger as pessoas", disse.

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